Qual é o histórico de desavenças entre Google e Microsoft?
As duas das maiores empresas de tecnologia e internet atualmente possuem um grande histórico de desavenças. A espécie de contrato previa que nenhum dos dois lados fizessem reclamações judiciais ou denúncias entre si. Na época, o Google emitiu um comunicado dizendo que as empresas competem vigorosamente, mas que decidiram fazer isso “com base nos méritos dos produtos, e não em processos judiciais”. O histórico de atritos incluem denúncias da Microsoft ao Google sobre quebra da lei antitruste — um conjunto de normas que impede o monopólio de empresas e o lucro exorbitante –, bem como o caso de investigação ocorrido em Bruxelas, na Bélgica, onde o Google estava indiciado por favorecer seus próprios serviços nos resultados de busca do público. Da mesma maneira, o Google alfinetou diversas vezes a sua rival, como quando a Microsoft financiou ações do chamado ICOMP, um grupo da indústria que dava voz a pequenas empresas para reclamarem do Google. Já houve também ataques ao Android, sistema operacional móvel criado pela companhia. Os primeiros movimentos de paz começaram quando Satya Nadella, CEO da Microsoft, parabenizou a posse de Sundar Pichai na chefia do Google, em 2015. As duas empresas chegaram a trabalhar juntas em seguida em um projeto JavaScript do Google, que utilizava linguagem de programação da Microsoft. A confirmação final veio com o tratado no ano seguinte.
O fim do acordo
As informações da Bloomberg são de que ambas as corporações não tiveram interesse em renovar o “pacto” entre elas, estando agora livres para competir arduamente em “pesquisa na web, computação em nuvem e inteligência artificial”. Segundo o veículo, a relação entre as empresas já não estava mais forte quanto antes. Há mais de dois anos, a Microsoft relatou que o Search Ads 360, plataforma de gerenciamento de conteúdos feito pelo Google para ser utilizado por profissionais de marketing, não estava funcionando bem e incorporando os anúncios via Bing, o sistema de busca da empresa. A acusação basicamente dizia que era muito mais prático adquirir os serviços do Google do que da Microsoft, que sairia no prejuízo. Por sua vez, o Google havia dito que o seu mecanismo de busca funcionava em outras plataformas de busca e que estava trabalhando para melhorar a experiência da ferramenta. Porém, a empresa não deixou de rebater as críticas em outras ocasiões. Em 2020, as duas brigaram quando o Google decidiu lançar um projeto que paga aos editores por conteúdos usando um recurso de notícias de criação própria. Com a oposição da Microsoft às suas políticas, o Google chegou a se pronunciar, dizendo que a empresa de Satya o achava uma ameaça aos seus negócios. A venda de anúncios de busca online também foi um de outros tópicos que fragilizaram ainda mais o contrato de paz. Em maio deste ano, após o fim do acordo de paz em abril, o vice-presidente sênior do Google Kent Walker publicou um comunicado no blog da companhia em que aponta sua rival de oportunista ao sempre fazer ataques visando os próprios interesses. As desavenças recentes só mostram que a probabilidade é que se repitam cada vez mais ao longo dos próximos anos, já que o fim do acordo entre Google e Microsoft — e a não renovação dele — serviu apenas de combustível para mais atritos.
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