Uma das opções que inclusive é incentivada por governos de países de todo o mundo é o Pegasus Spyware, que atua como um copiador dos dados de celulares. A empresa da maçã entrou com uma ação contra o Grupo NSO, alegando que para que a privacidade de todos os usuários de iPhones não seja mais afetada, a Q Cyber Technologies não tenha mais acesso aos serviços da Apple. Entenda o caso agora mesmo.
Pegasus Spyware: como este software funciona?
Pertencente ao Grupo NSO, que faz parte da Q Cyber Technologies e possui origem israelense, o Pegasus Spyware permite que uma pessoa consiga copiar os dados de um celular e receba tudo de volta em uma pasta. A “entrada” da aplicação que faz isso é feita por meio do envio de uma simples mensagem no iMessage ou até mesmo WhatsApp. Não é necessário nem mesmo que os donos do iPhone cliquem em alguma opção. Além de permitir a espionagem por meio dos dados que já estão salvos em smartphones, quem enviou o link que copia os arquivos também consegue controlar a câmera e realizar a gravação de vídeos sem que o dono dos celulares saibam. Apesar de ser desenvolvido para uso governamental e ajudar órgãos de segurança em grandes casos, literalmente todas as pessoas podem ser afetadas com a existência de uma aplicação como essa. A desenvolvedora do Pegasus Spyware citou que nem mesmo os governos que financiam o funcionamento podem detectar a aplicação.
Apple entrar com processo contra Grupo NSO
Alegando que o Grupo NSO são “mercenários amorais do século 21”, a Apple deseja impedir o acesso da empresa às suas tecnologias, serviços ou produtos para que a espionagem em iPhones seja finalmente impedida. Na ação que foi aberta, a empresa da maçã alega que as ferramentas foram utilizadas para captar informações de políticos, jornalistas, ativistas e acadêmicos. E não para por aqui. O Grupo NSO ainda não respondeu à entrada de processo da Apple. O grande ponto é que mesmo recebendo apoio de autoridades de diversos países, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos já chegou a colocar o nome da empresa na lista de empresas que realizam atividades cibernéticas ilegais. A ação foi tomada com base nas ações do Grupo NSO em países estrangeiros e se sabe que sim, o Pegasus Software foi utilizado para espionagem pessoas que estavam dentro e fora dos países que financiavam a aplicação. Em julho deste ano, um grande relatório foi divulgado.
Quem foi afetado pela espionagem em iPhones?
Apesar de permitir que a cópia dos dados de um celular seja feita de forma remota, a espionagem em iPhones é uma ação que custa cerca de US$ 500.00,00 (cerca de R$ 2,8 milhões em conversão direta). Se sabe que apenas grandes personalidades da política e mercado de comunicação estavam sendo espionados. Um dos relatórios do Grupo NSO aponta que três presidentes, 10 primeiros-ministros e um rei marroquino estavam com seus dados em risco. Os números de telefones de 189 jornalistas e 85 ativistas de direitos humanos também estavam em uma lista de números de telefones que estavam sendo observados de perto. Duas mulheres próximas do jornalista Jamal Khashoggi, que foi assassinado em 2018, também foram afetadas pela espionagem em iPhones. A grande ação da Apple deseja impedir que a espionagem em iPhones se torne popular, uma vez que o Grupo NSO já provou que é possível realizar a invasão de celulares. Em uma análise mais profunda da Anistia Internacional, uma ONG que é focada em defender direitos humanos, foi possível saber que de 67 aparelhos analisados, 37 deles foram realmente infectados pelo Pegasus Software. O caso mais prático é o de uma princesa de Dubai que estava procurando por asilo político e, quando estava fugindo, foi atuada por comandos armados que estavam no iate que a mesma usaria para escapar. Os amigos da princesa também podem ter sido hackeados pela mesma aplicação.
Apple lançou correção para evitar espionagem em iPhones
Como não exigia que os donos dos aparelhos clicassem em algum link para que a invasão acontecesse, a Apple se viu na obrigação de lançar uma atualização para impedir a espionagem em iPhones. Todas as pessoas que usavam a versão 14.8 do iOS estavam em risco. Em resumo, um problema de vulnerabilidade do iMessage permitia que GIFs e PDFs fossem renderizados e dessa forma, o Grupo NSO enviava arquivos que se aproveitavam para a que a invasão acontecesse. O problema foi contornado e hoje em dia, todos que usam produtos da empresa estão seguros e a Apple garante que o iOS 15 foi desenvolvido para oferecer ainda mais segurança para seus usuários. Na época que se descobriu a vulnerabilidade (julho de 2021), a Anistia Internacional anunciou que as versões mais recentes e posteriores (do 14.6 para trás) do sistema operacional estavam apresentando vulnerabilidades. A fabricante do iPhone também anunciou que está fazendo um investimento de US$ 10 milhões em organizações que atuam na pesquisa e defesa de vigilância cibernética. Todos os possíveis ganhos com o processo contra o Grupo NSO serão destinados para combater uma possível espionagem dos arquivos que estão salvos em nossos celulares e computadores.
Google, Facebook e WhatsApp já atuam para impedir mesma empresa
A Apple não é a primeira empresa que apontou que os trabalhos do Grupo NSO podem trazer grandes problemas para a nossa segurança. O WhatsApp alega que a empresa israelense se aproveitou de uma vulnerabilidade para ter acesso aos arquivos pessoais de 1400 pessoas. O grande processo foi aberto por um grande conglomerado de empresas de tecnologia, que incluem Google, Facebook, Microsoft, Cisco, VWare e GitHub. Com um processo do Facebook na justiça contra a empresa que desenvolveu o Pegasus Software desde o ano passado, uma resposta da companhia que é incentivada por comandos de fora da América do Norte foi divulgada. O Grupo NSO alega que “deveria se aproveitar imunidade soberana pois vende seus serviços para governos de países estrangeiros “. Com um indeferimento negado, companhias como Microsoft e outras estão lutando para que nenhum recurso que livra a empresa israelense de suas ações siga em frente. Além de apoiar o processo, a empresa de Bill Gates foi um pouco mais além e citou “três razões pelas quais acredita que as ações do Grupo NSO são preocupantes e por que não merece a imunidade que busca”. Boa parte das grande companhias do mercado de tecnologia concordam que os trabalhos do Grupo NSO não devem continuar, uma vez que a privacidade das pessoas está sendo colocada em risco. Você conhece algum caso de espionagem em iPhones? Diga pra gente nos comentários!
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Fontes: The Verge, Business Insider e Apple