Dividida em três Atos (I, II e III), com três episódios cada, que saíram nos últimos três sábados, respectivamente, a série trouxe ar fresco para o catálogo da Netflix, cumprindo bem o seu papel e entregando um charme a mais. Com 100% de aprovação da crítica especializada no Rotten Tomatoes, a série, que já teve segunda temporada confirmada, é um deleite de assistir, tanto pela qualidade visual quanto pelo desenvolvimento da trama. Confira o nosso review completo de Arcane a seguir sem spoilers.
Uma rica história de origem
Os produtores do jogo, em parceria com a Netflix, resolveram produzir uma sequência de episódios sobre uma dupla muito famosa em League of Legends. A trama gira em torno de Jinx e Vi, irmãs separadas quando ainda menores. As duas vivem em Zaun, considerada um submundo, onde a pobreza, a miséria e a violência reinam. A cidade fica abaixo de Piltover, que é exatamente o seu oposto: uma cidade rica, com alta tecnologia e referência entre os outros reinos. A série trabalha com três Atos para desenvolver segmentos diferentes da história que acontece nessas duas civilizações. Dessa forma, outros personagens do universo de LoL também fazem aparições importantes, assim como novas figuras surgem para tornar a série ainda mais rica. Passando rapidamente sobre as temáticas de Arcane, o Ato I foca na apresentação de personagens e nos eventos que separaram Jinx e Vi, algo já mostrado em trailers e conhecido pelos fãs da série. O Ato II mostra anos após os eventos do primeiro Ato, revelando consequências de ações do passado e como algumas figuras mudaram. Já o Ato III encerra a série com a eclosão de conflitos que foram sendo criados ao longo dos eventos. Dentre todas as fragmentações, o Ato III com certeza é o ápice da série. A construção da narrativa é bem amarrada, de uma forma fluida e dinâmica. Os personagens têm carisma e o espectador torce por eles. Um dos pontos mais legais da série é que o espectador não precisa jogar arduamente League of Legends ou ter amplo conhecimento da saga para contemplar a série. Claro que, para os mais íntimos, algumas referências e easter eggs podem ser mais fáceis de notar. Mas, mesmo para quem não conhece o jogo, a produção é competente em entregar uma história sólida e que faz sentido por si só.
Os queridinhos de League of Legends
Partindo para os personagens em si, algumas figuras têm participação direta na história de Arcane. Grande parte já é bem famosa em League of Legends, mas mesmo os menos populares conseguiram chamar atenção do público. Além de Vi e Jinx, as protagonistas, a série divide o foco para Caitlyn, Jayce, Ekko, Heimerdinger, Viktor e Singed. Apenas Ekko e Singed são figuras de Zaun, enquanto os demais acompanham o dia a dia das questões políticas e burocráticas de Piltover. A equipe de dublagem original traz Hailee Steinfeld, Ella Purnell, Kevin Alejandro e Katie Leung no núcleo principal, que fazem um ótimo trabalho. Mas também é bom enaltecer a dublagem brasileira que não desaponta nem um pouco. O interessante de Arcane é não se bastar em apenas um núcleo. Em muitos momentos, há uma troca de interações entre personagens, como Caitlyn e Vi, por exemplo (que, por sinal, é um baita fan service). Embora seu objetivo principal seja contar a origem de Jinx e Vi, a série abre espaço para conhecermos as motivações de Viktor, por exemplo, e o seu papel dentro da alta sociedade de Piltover. Os personagens inéditos são muito interessantes e, em vez de ficarem em segundo plano, ganham seu momento de brilhar também. Três ótimos exemplos são Mel Medarda, uma das Conselheiras de Piltover, Silco, o grande vilão da série e Vander, considerado pai das duas irmãs. Entre abordagem novas e antigas, a série é ótima em ser multifacetada e sempre entregar uma situação diferente para o espectador que — o mais importante — diverte e entretém.
Um show de efeitos visuais
Não só a série tem uma história interessante, como os visuais são bem marcantes. A Netflix construiu uma identidade emblemática para a série que funciona em diversos sentidos. O traço da animação é bonito, nítido e caprichoso, assim como a parte mais técnica — direção de arte, fotografia e mais — é executada com primor. Geralmente, quando a Riot Games lança um evento especial para o LoL, uma música tema ou um projeto musical é lançado junto para divulgação. Com Arcane, isso não foi diferente. A série teve como single principal a canção “Enemy“, cantada pela banda Imagine Dragons e o rapper JID. Após o Ato III, a trilha sonora oficial foi liberada para as plataformas de streaming de música. Tudo isso aprimora ainda mais a experiência de acompanhar a série e suas fases.
Vale a pena assistir à Arcane?
Sem mais delongas: sim! Arcane é não só uma das melhores adaptações de League of Legends para o audiovisual, como também é uma das melhores produções do ano. A Netflix acerta em entregar nostalgia, fan service e um conteúdo sólido e interessante. Com uma segunda temporada, Arcane pode ser a nova porta de entrada de LoL para explorar outras histórias sobre os demais reinos deste universo. Quem assistiu ao final da primeira temporada já sabe quais são algumas opções — e é claro que deixaremos a seu cargo descobrir. Mas, o que mais é legal em uma série como essa é ver como uma animação pode ser tão poderosa se feita com afinco. Esperamos que a qualidade continue no futuro de Arcane.
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