Já pensou em trabalhar no conforto da sua casa? Essa forma de trabalho, conhecida pelo termo em inglês home office, está se tornado cada vez mais comum no Brasil. Recentemente, esta atividade foi sancionada pelo governo federal com uma alteração do artigo 6° da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A Lei 12.551/11 determina que não haja distinção entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado à distância. Esta lei ainda afirma que os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. Ou seja, as orientações passadas pelos empregadores, por qualquer meio de comunicação é válida. Com estas alterações o home office passou a ser reconhecido legalmente, garantindo proteção aos profissionais e também aos empregadores.
A nova lei é ótima para ambas as partes e certamente fará com que mais empresas passem a “olhar com bons olhos” e, quem sabe, adotar este tipo de contratação. Para os contact centers já existem no mercado diversas soluções que possibilitam a gestão total do agente e a supervisão/monitoria remota, com segurança e controle nas operações de inbound e outbound. Quando o funcionário loga-se em sua casa, através de um sistema remoto, toda a informação e status são fornecidos em tempo real por meio de um ambiente web para o administrador, gerente e supervisor do contact center. Além das informações em tempo real, está disponível a monitoria de voz, tela e imagem (via webcam) do funcionário. As operações de saída utilizam discadores automáticos preditivos, no qual o agente somente recebe a chamada gerada pela plataforma através da alimentação de mailing para ações ativas. A adoção de chat inbound e outbound com vídeo-chamada também é uma tendência para o mercado de contact center. Através destas ferramentas é possível controlar a produtividade e, principalmente, a qualidade dos serviços prestados no atendimento da central de relacionamento, tanto local como remotamente. Li uma matéria em que o Centro de Estudos e Pesquisas de Teletrabalho e Alternativas de Trabalho Flexível (Cetel) afirmou que 10 milhões de pessoas trabalham em casa e estima-se que com a nova lei o número de empresas que adotam este tipo de contratação aumente 30% e que grandes empresas, por exemplo, já mantêm algumas centrais de atendimento pelo sistema work from home. Para as empresas, as principais vantagens são a redução de custos, o aumento em suas margens de lucro e a competitividade. Além de fidelizar também sua mão de obra, no caso, o funcionário remoto, que passa a ter uma melhor qualidade de vida e a empresa é beneficiada com a queda no turnover e com a entrega de alta qualidade nos serviços prestados. No caso dos funcionários, as vantagens também são muitas. A remuneração tende a aumentar, o custo com alimentação diminui e a locomoção entre casa e trabalho não existe mais. Além da melhora na qualidade de vida, já que os funcionários tem a possibilidade de passar mais tempo com os familiares e, principalmente, se beneficiam não enfrentando mais horas de trânsito, não pegam chuvas, alagamentos e vivem com mais segurança. Apesar de ser uma prática que está crescendo, as empresas devem tomar alguns cuidados na hora de aderir ao home office. Primeiro, precisam estar preparadas para as mudanças de conceitos e de cultura. Depois, precisam escolher uma solução eficiente e buscar novas tecnologias com o intuito de reformular sua forma de atuação no mercado, deixando o sistema tradicional e acompanhado os mercados europeus e americanos que há tempos, já praticam a modalidade de trabalho à distância.
- Por Carlos Carlucci, country manager da Vocalcom Brasil.