Nas filmagens, um veículo da empresa Cruise — divisão de veículos autônomos da General Motors — é parado por agentes da polícia local que dão uma breve olhada no interior do veículo e tentam abrir a porta do motorista, mas sem sucesso. Após alguns segundos e para a surpresa dos policiais, o carro começa a andar novamente, naquilo que parece ser o início de uma fuga. O veículo, no entanto, para alguns metros mais a frente e acende o pisca-alerta, enquanto é novamente abordado pelos agentes que parecem não saber como lidar com toda aquela situação. Posteriormente ao acontecido, a polícia local divulgou que o veículo da Cruise foi parado por estar com as luzes dianteiras apagadas e que o procedimento dos policiais seguiram devidamente o protocolo adotado em situações como essa, não representando risco algum para os transeuntes e motoristas que passavam pela rua. Em entrevista ao The Verge, o porta-voz da empresa dona do carro sem motorista, Aaron Mclear, confirma o motivo da parada e também explica que o veículo autônomo não se afastou para tentar escapar da polícia, mas sim para encontrar um local mais seguro para encostar. Uma atitude que, segundo ele, “poucos motoristas humanos se preocupariam em fazer”. A empresa disse ainda não saber explicar o que aconteceu para que os faróis do veículo estivessem desligados naquele momento. Entre as principais hipóteses estão uma possível desativação acidental da iluminação ou ainda uma falha no processo de detecção da escuridão por sensores. Este erro, no entanto, é preocupante, já que os veículos da Cruise estão autorizados a trafegarem apenas das 22h às 6h, fazendo dos faróis itens muito importantes para a segurança dos passageiros e também de terceiros.
Iniciativa da General Motors
A Cruise é uma subsidiária da General Motors que passou a oferecer corridas de robo-táxi para os cidadãos de São Francisco no início de fevereiro. Apesar da novidade ser recente, a empresa está há anos testando seus carros sem motorista na cidade da Califórnia. Os robô-táxis da Cruise geralmente operam apenas das 23h às 6h, segundo a empresa. Inicialmente, os passeios estão sendo gratuitos, já que a empresa ainda não foi autorizada a aceitar corridas pagas. A empresa planejava lançar um serviço comercial de robô-taxi em São Francisco em 2019, mas não conseguiu fazê-lo, e ainda não se divulgou uma nova data – embora venha colocando, de maneira implícita, que isso acontecerá em 2022. Hoje, a Cruise está licenciada a operar apenas 52 robô-táxis. Ela opera em cerca de metade da cidade de São Francisco, excluindo algumas áreas populares e movimentadas, como o corredor comercial da Market Street. O horário escolhido para a operação (das 23h às 6h) está ligado ao fato de ser um período com menos movimentação nas ruas, o que fará com que a dor de cabeça seja menor caso o carro fique confuso e bloqueie o tráfego. Além disso, a operação noturna é de menor risco, já que os robô-taxis ainda estão em aprimoramento. Para utilizar o veículo da Cruise, o passageiro precisa solicitar uma viagem através de um aplicativo. Quando o carro chegar, eles precisam apertar um botão para destravar as portas, permitindo a entrada ao veículo. O carro não se move até que os passageiros afivelem os cintos de segurança. Caso o usuário tenha alguma dificuldade, é possível ainda acionar o suporte em tempo real, que remotamente consegue realizar ações, como abrir as portas do veículo. Ainda segundo o co-fundador da companhia, Kyle Vogt, a experiência é algo nunca visto até hoje. “As viagens noturnas de Cruise são suaves o suficiente para que um passageiro adormeça em seu primeiro dia de passeios públicos”, garante Vogt. Ainda este ano, a GM está planejando iniciar a produção do Cruise Origin, um ônibus autônomo construído especificamente sem controles tradicionais, como volante e pedais. A GM havia planejado anteriormente produzir uma versão de seu Chevy Bolt sem volantes e pedais, mas desde então colocou esse plano em espera enquanto prioriza o Origin.
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