Os milhares de LEDs são baseados em fibra, podendo ser ativados por diversos sensores incorporados. Entre os presentes no ‘pano RGB’ estão os de luz, toque, temperatura, antena de radiofrequência, módulo biossensor e um sistema de armazenamento de energia. Graças a toda essa tecnologia embarcada, ele consegue exibir imagens ou cores diferentes com base nas informações recebidas. Dessa forma, seria possível transformá-lo em cortinas sensíveis ao toque ou camisas que mudam de cor conforme a variação térmica do local, possibilitando uma melhor sensação térmica, além da vantagem de nunca repetir a mesma cor de roupa. Para assegurar a qualidade da novidade, os cientistas precisaram realizar alguns processos durante a fabricação do tecido. Primeiro, os componentes foram revestidos por um material criado também pelos estudiosos de Cambridge, de modo a garantir uma maior resistência. Posteriormente, alguns deles também foram trançados, com o intuito de melhorar a sua durabilidade. Para finalizar, adesivos condutores e soldagem a laser foram incorporados ao tecido. Um dos maiores problemas para o avanço deste mercado de tecidos inteligentes, no entanto, está nas diversas limitações ainda encontradas durante o seu processo fabril. Mas, segundo os responsáveis por tal façanha, o tecido de LEDs desenvolvido pode ser fabricado utilizando processos de fabricação industrial existentes de maneira descomplicada. “Ao utilizar componentes eletrônicos baseados em fibra, sensores e recursos de energia, podemos alcançar outro nível de dispositivos e sistemas inteligentes”, afirma Luigi Occhipinti, pesquisador co-líder do estudo. Ainda segundo o especialista, “o próximo passo da equipe é desenvolver maneiras de fabricar tecidos com materiais sustentáveis”.
Mas afinal, o que são tecidos inteligentes?
Muitos ainda se perguntam: o que são tecidos inteligentes? Para responder isso, é preciso entender que a indústria têxtil passa por constantes transformações. Aliada à evolução da moda, tem sempre buscado por inovações tecnológicas, que vão além do simples ato de vestir uma pessoa para proporcionar estilo e conforto. Com a tecnologia presente atualmente, é possível agregar funcionalidade, saúde, e até mesmo entretenimento para peças de roupas específicas. Por isso, os tecidos inteligentes são produtos que trazem tecnologia e ciência para vestir pessoas com bem-estar e conforto. Qualquer categoria de tecido que consiga interagir com o meio em que está inserido, ou então reagir às mudanças nesse ecossistema, pode ser considerado como tecido inteligente. A interação pode ser simples, como absorver ou liberar umidade, por exemplo. Porém, pode chegar a ações mais complexas, como diagnosticar doenças com base na temperatura do corpo, por exemplo. Com elas, as finalidades são várias: imagine, por exemplo, que você está pedalando com fones de ouvido, ouvindo as suas músicas favoritas, além de orientações de trajeto de um sistema de GPS. De repente, você recebe uma notificação sonora de que uma nova mensagem chegou em seu smartphone. Para não ter que parar e pegar o seu celular, você dá um simples toque na manga da jaqueta, o que faz disparar a leitura eletrônica do conteúdo. Após ouvi-la, um segundo toque na manga da roupa faz aumentar o volume da trilha sonora que te acompanha no passeio e você segue o seu caminho sem interrupções. Pode até parecer coisa de filme, mas a vestimenta existe de verdade. A Jacquard jacket é resultado de um projeto conjunto do Google com a marca de roupas Levi’s e vem sendo aprimorada desde 2014. Nos Estados Unidos, a jaqueta é vendida por US$ 90, algo em torno de R$ 470 em conversão direta.
O futuro
Atualmente, esse mercado é formado, em sua maioria, pelos chamados tecidos inteligentes passivos, ou seja, tecidos equipados com sensores capazes de registrar informações do ambiente. No entanto, eles não são capazes de reagir a essas informações. Isso significa que o tecido consegue medir temperatura, pressão, velocidade e mudanças na iluminação, por exemplo, mas não têm funções interativas. Para o futuro, no entanto, a expectativa é de que os tecidos inteligentes ativos – ou seja, com funções interativas – se tornem mais acessíveis e presentes no mercado. Atualmente, designers do mundo todo já trabalham com tecidos que, além de ecologicamente corretos, mudam de cor, regulam temperatura, são sensíveis ao toque e possuem sensores em seu interior. A expectativa é de que, até 2024, esta indústria alcance a marca de US$ 9,3 bilhões em receita.
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Falando em roupas, já conhece as novas Lava e Seca da Samsung que possuem capacidade de até 18kg? Os modelos contam também com sistema de inteligência artificial que deixa o uso ainda mais completo. Fonte: New Atlas, Limewire, Google.