Com o nosso guia, entenda como funciona um emulador de Nintendo e como você poderá aproveitar essa tecnologia que permite a reprodução de consoles antigos no computador (e até no smartphone).
O que é emulação?
Segundo o dicionário, “emular” significa imitar, reproduzir características com uma intenção competitiva em relação ao original. Por exemplo, emulação ocorre quando vemos um artista muito parecido com outro tentando reproduzir certos aspectos que fizeram sucesso no original. Isso acontece bastante especialmente na indústria fonográfica. O termo “emulação”, então, chegou a ser incorporado de forma comum na computação, visto que diz respeito a quando um sistema tenta reproduzir, internamente, outro sistema dentro de si. Quando criamos uma “máquina virtual” dentro do Windows, o que estamos fazendo é utilizar o próprio sistema operacional para emular outra versão dele mesmo, uma emulação. Assim, emular Nintendo seria utilizar um sistema qualquer capaz de reproduzir virtualmente os consoles da empresa. Para isso, normalmente é necessário o programa pronto capaz de fazê-lo e dos jogos — comumente chamados ROMs, mas podem vir em outros formatos também.
Emulação é crime?
Emulação de sistemas de terceiros é um assunto bastante controverso e varia bastante de acordo com diversas interpretações legislativas. A resposta curta para essa pergunta é não, mas ainda depende de uma série de fatores, especialmente envolvendo as ROMs. A utilização dos emuladores, de forma prática, não é considerada ilegal, pois são simplesmente aplicativos desenvolvidos de terceiros que, apesar de terem sido concebidos tendo em vista a engenharia dos consoles, não se trata necessariamente de quebra de patente ou coisa do tipo. É por isso que é possível encontrá-los na Steam e na Play Store. Além disso, não há precedentes legais práticos por utilizar ou desenvolver um sistema de emulador. O outro lado da moeda recai sobre as ROMs, os arquivos lidos pelos emuladores — inclusive, ROM é sigla para Read Only Memory (memória de apenas leitura, em tradução livre), uma vez que são arquivos fechados (chamados imagens) que não serão reescritos ou modificados, apenas processados e reproduzidos. No caso das ROMs, especificamente, aí sim podem (com ênfase em podem, ou seja, na possibilidade) existir certas implicações legais a respeito da distribuição de alguma por se tratar de propriedade intelectual de seus autores ou de quem quer que tenha sido registrado como dono da marca. A principal justificativa dada para quem armazena ROMs é que elas não passam de backups dos jogos, o que não é ilegal de se fazer, uma vez que é algo que foi adquirido por um consumidor e que tem total liberdade em utilizá-lo de forma individual e pessoal. O problema central em relação às ROMs está na questão da distribuição, uma vez que a maioria dos produtos tem uma espécie de norma que restringe sua utilização para uso doméstico. Isso tem muito a ver com a questão da pirataria. É ilegal consumir produtos piratas, mas é muito difícil aplicar medidas legais porque existe um mecanismo na lei que deixa explícito que o consumidor precisa ter consciência do que está fazendo, algo que pode ser sempre alegado o contrário diante do júri. Além disso, como o consumo desse tipo de material acabou se tornando algo bastante corriqueiro, é difícil observar alguma atitude direta em relação a essa prática, salvo um ou outro ocorrido, como o da distribuidora que alegadamente enviou multas para quem conseguiu identificar ter assistido a seus filmes. Entretanto, há algumas consequências mais pesadas para quem pratica a distribuição. Em 2021 houve uma ação legal movida pela própria Nintendo contra o dono de um site chamado ROMUniverse, que inclusive chegou a cobrar pelo “serviço”, o que provavelmente foi o estopim verdadeiro para o processo. Seu responsável, Matthew Storman, foi condenado a pagar uma indenização de dois milhões de dólares à empresa — quantia dividida em parcelas de cinquenta dólares. O processo acabou se desdobrando em uma espécie de articulação jurídica, pois uma das solicitações originais era que o site jamais voltasse ao ar, algo que o júri não concedeu à marca. A questão é que Matthew não cumpriu com o acordo — ou seja, não pagou os cinquenta dólares logo no primeiro mês — e a Nintendo foi à corte apelar, conseguindo enfim a liminar para que o ROMUniverse jamais retornasse, além de obrigar Storman a destruir toda cópia não-autorizada de um produto da Nintendo que ele detivesse. De modo geral, quem defende a emulação e a distribuição de ROMs é quem preza por manter viva a história e a memória dos games. Enquanto alega-se que emulação de jogos modernos acaba tirando parte do faturamento das empresas responsáveis, é notável que existem jogos que nem sequer são produzidos mais. Assim, a emulação viria para suprir essa lacuna, pois se a empresa não produz mais seu produto, significa que não há potencial de lucro para ser minado com a tal prática. O argumento ganha força quando há jogos extremamente raros hoje em dia e vendedores de usados costumam cobrar uma quantia absurda, especialmente para quem não se preocupa com o fator colecionista de uma peça como essa. Jogos antigos da série Fire Emblem, por exemplo, sofrem de tal mal, visto que cópias como o primeiro lançado no ocidente para GBA (chamado apenas de Fire Emblem, mas informalmente conhecido como The Blazing Blade), Path of Radiance (do Gamecube) e Radiant Dawn (do Wii) estão entre os títulos mais raros — e caros — de seus respectivos consoles.
A solução-curinga: RetroArch
Cada console conta com uma infinidade considerável de emuladores, sendo que vários deles apresentam desempenhos variados de acordo com a ROM sendo reproduzida. A forma mais objetiva e segura de tentar fazer um emulador funcionar apropriadamente é o RetroArch, uma espécie de cliente que carrega dentro de si os emuladores para os principais consoles retrô, seja da Nintendo, seja de outras empresas. Depois de instalado, é necessário instalar os emuladores dentro do RetroArch, os chamados Core (núcleos, na versão em português). A praticidade é que isso pode ser feito de dentro da própria aplicação, que faz todo o trabalho sujo de instalar e pré-configurar os emuladores, que podem ser acessados da própria interface da plataforma. Também é possível configurar os controles (externos e internos), o vídeo e áudio. Assim, a primeira coisa que sugerimos é que todas as ações de emulação sejam feitas a partir do RetroArch. Para configurá-lo rapidamente, basta começar com “carregar Núcleo” e selecionar “baixar um núcleo”. Ele trará uma lista enorme de consoles e seus respectivos emuladores. Com o emulador instalado, basta voltar ao menu e selecionar “carregar conteúdo” para selecionar a ROM e dar início ao jogo. O RetroArch também reconhece a maior parte dos controles externos, principalmente os de Xbox e PlayStation. Para remapear os controles por console, basta acessar o menu enquanto a ROM já estiver rolando (através do F1 na configuração padrão, onde também é possível ajustar filtros de imagem, shaders, códigos de trapaça e outros plugins), selecionar a opção “controle” e mudar os comandos nas respectivas portas de entrada. Ah, a maioria dos emuladores aqui sugeridos têm compatibilidade com o RetroArch.
Atenção! Algumas observações gerais!
Antes de começarmos há algumas normas gerais de emulação que se aplicam para a maioria dos consoles aqui descritos — a não ser que seja dito o contrário na descrição individual de cada um. A primeira consideração a ser feita tem a ver com o save dos jogos. Como a ROM é um arquivo de apenas leitura, o emulador não irá reescrevê-las com seu jogo salvo. Para isso, é normalmente criado um arquivo separado que deverá ser guardado. Contendo seu progresso salvo anteriormente, ele deve ser carregado com o game a cada nova jogatina. A segunda consideração é que a maioria dos emuladores traz um recurso muito interessante que é o de salvar estado. Alguns games não podem ser salvos a qualquer momento ou sequer podem ser salvos. Dito isso, é bastante comum que as aplicações contem com a característica de salvar o jogo no instante em que ele esteja, podendo ser carregado posteriormente da mesma forma que o save. Assim como “carregar ROM”, salvar e carregar estado está em algum dos menus do emulador utilizado. Por fim, há a questão dos controles. Normalmente, o controle tradicional para qualquer emulador é justamente o teclado e é algo que pode ser manualmente configurado. Entretanto, também é possível utilizar um controlador externo, algo que pode ser definido nas configurações a partir de outros programas, como o DS4Windows, ou pelo RetroArch. Nota-se que enquanto alguns emuladores conseguem identificar um controle nativamente na aplicação, às vezes também é o próprio Windows que faz o trabalho sujo, dependendo do modelo do periférico. Ah, sim, algo bastante válido deixar bem claro é que não há emulação 100% fiel ao console original, uma vez que se tratava de um hardware completamente dedicado para a reprodução de softwares produzidos especialmente para ele. Existem alguns emuladores que reproduzem com bastante fidelidade a ponto de a diferença de performance ser praticamente imperceptível, mas a critério técnico não há reprodução como a nativa.
Como baixar ROMs de Nintendo?
Atuando na margem da legalidade e vivendo perigosamente com risco de atraírem os olhares repreensivos da Big N, há alguns sites que disponibilizam as ROMs de Nintendo para os consoles da empresa. Um dos mais completos é o ROMsFun, que traz uma biblioteca bem consistente de praticamente todas as plataformas da empresa até aqui. No caso do Switch, um site mais interessante é o NSW2U.
Emuladores de consoles de mesa da Nintendo
Emulador de NES (Nintendo Entertainment System)
O NES foi o primeiro console da Nintendo e responsável pelo surgimento de diversos clássicos, como o Super Mario Bros. Original e The Legend of Zelda. Considerado um hardware hoje bastante simples de emular, existem vários emuladores de NES, não só para computador, mas para celulares também, sendo que a maioria dos smartphones modernos são bem mais poderosos do que o aparelho da Nintendo era em sua época. Dentre seus principais jogos estão justamente os clássicos Mario e Zelda, mas o NES também abriga o primeiro Metroid, quase metade da série Mega Man (até o sexto game), Dr. Mario, Excitebike, Punch-Out!!! e a trilogia original de Castlevania. Para jogar jogos antigos do NES, a recomendação é o Mesen. Com uma interface bastante convidativa, a aplicação em questão tem uma série de recursos interessantes, como a possibilidade de jogar as ROMs de Nintendo online com outros jogadores. Outra característica bastante interessante do Mesen é a forma como ele mesmo consegue realizar a gravação da tela e do áudio, algo bastante útil na nossa modernidade em que todo mundo gosta de ser streamer na Twitch. Além disso, ele também conta com uma série de filtros — bastante comuns nas cenas de emulação — que colaboram no ajuste da imagem para telas com altas resoluções, visto que o NES é um console que, nativamente, roda apenas em uma resolução de 256 por 240 pixels. Assim que iniciado pela primeira vez, o Mesen abrirá uma tela de configuração e o usuário poderá decidir onde os arquivos de save serão salvos, assim com o controlador preferencial. Dito isso, basta carregar a ROM e prosseguir na jogatina. No Android, nossa recomendação é a utilização do RetroArch para Smartphone, que faz o trabalho correto de portabilidade dentre núcleos de NES disponíveis. Além disso, a ausência de ads pesam na sugestão do RetroArch, visto que a maioria dos emuladores diretos para Android acabam trazendo um número exagerado de propagandas que atrapalham muitas vezes a jogatina, algo que se aplica à maioria dos emuladores mobile.
Emulador de SNES (Super Nintendo)
O Super Nintendo é o sucessor do NES e conta com um hardware bastante robusto em relação a seu antecessor, mas isso também não impede que sistemas modernos consigam emulá-lo sem problemas. Dentre seus principais jogos (emuláveis) estão Super Mario World, The Legend of Zelda: A Link to the Past, Super Metroid, Donkey Kong Country, boa parte da série Mega Man X, Chrono Trigger, vários games da série Final Fantasy (especificamente até o sexto), Mortal Kombat, Star Fox e Super Mario RPG: The Legend of Seven Stars. O emulador de Super Nintendo que o Showmetech recomenda é o Snes9x, visto que é um dos emuladores mais práticos, compatíveis e leves na praça, funcionando de um jeito tão objetivo quanto o Mesen, bastando carregar a ROM e jogá-la, além de ser possível de remapear botões dos controles, quando necessário. Em termos de performance e precisão da emulação, o melhor emulador de Super Nintendo é o Higan, que também tem suporte para outras plataformas como o NES, GBC, GBA e consoles contemporâneos de outras empresas. Entretanto, tamanha fidelidade de emulação exige uma CPU relativamente poderosa para que o emulador rode liso.
Emulador de Nintendo 64
O Nintendo 64 abriga uma série de títulos que chegaram a moldar a forma como enxergamos os videogames hoje por ser um dos pioneiros na reprodução de ambientes tridimensionais com exímia competência. Por conta disso, é com ele que os emuladores dos consoles da Nintendo começam a ter alguns problemas de performance. Isso se deve porque, do ponto de vista do desenvolvedor, era consideravelmente difícil de se programar para o Nintendo 64, o que, consequentemente, tornava complicado também a compreensão da plataforma em si — resultando em um sistema bastante trabalhoso de se replicar virtualmente. O fato de não haver nenhuma documentação pública ou de fácil acesso a respeito de sua arquitetura só consolida esse problema. Assim, a cena de emulação do Nintendo 64 é tortuosa, com alguns dos jogos tendo performance melhor em alguns emuladores e penando para rodar em outros. Não existe forma fácil, prática e certeira de emular Nintendo 64 (como é o caso do NES e do SNES) — mesmo sistemas mais recentes renderam emuladores bem mais maduros. De modo geral, a aposta mais segura e genérica para a emulação da plataforma é o Mupen64+. Ele é capaz de rodar os principais jogos do console de forma relativamente satisfatória, como Super Mario 64, Super Smash Bros., Wave Race 64, Star Fox 64, Donkey Kong 64, F-Zero X, Mario Kart 64, Kirby 64, The Legend of Zelda: Ocarina of Time, The Legend of Zelda: Majora’s Mask e GoldenEye. A lista completa de jogos testados, seus eventuais problemas de desempenho e respectivas soluções (quando for o caso) podem ser acessados na Wiki do emulador. O principal empecilho do Mupen64+ é que ele não conta com uma interface front-end própria para os usuários, sendo normalmente necessário utilizar a de terceiros. Nesse caso, a melhor forma de utilizar o Mupen64+ é a partir do núcleo para o RetroArch. De uma maneira bastante bizarra e até irônica, talvez a melhor opção de emulação do Nintendo 64 seja via Dolphin (veja a seguir), mas são poucos os jogos contemplados dessa forma. Os clássicos da Rare, por exemplo, não são jogáveis dessa maneira.
Emulador de Nintendo Gamecube e Nintendo Wii
Por que o Gamecube e o Wii estão sob a mesma categoria? Ora, porque eles utilizam o mesmo emulador recomendado: o Dolphin! A dupla compatibilidade do sistema se dá por conta do próprio Wii ter utilizado vários componentes do sistema do Gamecube na hora de ser concebido como um console próprio, fazendo com que a reprodução dos jogos de ambos acabe se tornando extremamente parecida do ponto de vista da emulação. O principal diferencial, como era de se esperar, são os controles de movimento do Wii. No caso, o emulador oferece a possibilidade de remapear os próprios movimentos que podem ser lidos pelos sensores do Wii em controles tradicionais, como se fossem um botão ou combinação de botões. Isso pode ser feito do menu de configurações do Dolphin. A maioria dos jogos do Gamecube ou do Wii são bem jogáveis via Dolphin — algo que até hoje não foi possível alcançar com os emuladores de Nintendo 64, por exemplo —, sendo que há um controle de jogos compatíveis bastante objetivo e sucinto na página do próprio emulador (e em português). Ainda, fique tranquilo, os clássicos de cada console estão, no mínimo, jogáveis. Ou seja, é possível se divertir com Super Mario Sunshine, F-Zero GX, Fire Emblem: Path of Radiance, Animal Crossing, Viewtiful Joe, Luigi’s Mansion, Ikaruga, Donkey Kong Jungle Beat, Metal Gear Solid: The Twin Snakes, Pikmin 1 e 2, Super Smash Bros. Melee, Metroid Prime 1 e 2, e The Legend of Zelda: Wind Waker e Twilight Princess sem problemas pela parte do Gamecube. O mesmo vale para grandes clássicos do Wii, como The Legend of Zelda: Skyward Sword, Metroid Prime 3, Super Mario Galaxy 1 e 2, Metroid Prime 3, Xenoblade Chronicles, The Last Story, No More Heroes, MadWorld e qualquer outro título que se possa imaginar e que tenha saído para a plataforma. Afinal de contas, 96,8% dos jogos testados estão registrados pelo menos como “perfeito” ou “jogáveis”. Ah, um adendo muito interessante: o Dolphin também roda as aplicações .wad do Virtual Console do Wii, o que inclusive acaba tornando-o um emulador quase supremo de Nintendo, visto que a antiga loja retrô contemplava o NES, o SNES e o Nintendo 64. Entretanto, como se trata de um emulador dentro de um emulador (o Virtual Console era basicamente um emulador dentro do Wii), é necessário um PC mais parrudo para fazer os poucos títulos disponíveis funcionarem.
Emulador de Wii U
O emulador disponível para Wii U, um dos consoles mais problemáticos da Nintendo, é o Cemu. Infelizmente indisponível para o RetroArch, desta vez será necessário fazer a configuração manual do emulador. Nota-se que, sendo um console mais robusto, mais o emulador irá exigir da sua máquina, algo que já acontecia no próprio Dolphin. Assim, ao baixar o emulador do Cemu no site oficial, a sugestão é baixar alguns pacotes adicionais para otimizar a experiência. O primeiro deles é o Cemuhook, cujos arquivos bastam ser descompactados na raiz da pasta do Cemu. Em seguida, alguns games precisam de pacotes gráficos adicionais (disponíveis no GitHub), que podem ser baixados e extraídos dentro da pasta “graphicPacks” no diretório do Cemu. Para ativá-los no navegador, basta entrar no menu de opções e selecionar o correspondente em Graphic Packs. Por fim, também é recomendável baixar de antemão os caches para evitar que o próprio emulador passe horas desperdiçando tempo e desempenho tentando calculá-los. Há uma lista completa com os caches para cada jogo. Selecione o referente ao jogo específico e coloque o arquivo .bin na pasta transferable dentro de shadercache. Assim como outros emuladores, o Cemu permite o remapeamento completo dos inputs para que o jogador se adapte com o que tiver de controle, seja teclado e mouse, seja algum joystick externo. Nota-se que a segunda tela — a do Wii U Gamepad — pode precisa ser acessada separadamente, sendo que a tecla padrão para tal é a tab. Uma vez configurado o Cemu, basta selecionar os caminhos onde as ROMs estão salvas em Game Paths, depois de acessar as General Settings no menu Options. As ROMs de Wii U estão na extensão .wux. A compatibilidade do Cemu não é tão boa quanto a do Dolphin, mas alguns dos principais títulos do console, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Wind Waker HD, Donkey Kong Country: Tropical Freeze, Star Fox Zero e Super Mario 3D World estão rodando com perfeição. Outro título ainda exclusivo no aparelho, Xenoblade Chronicles X, também tem um desempenho considerado satisfatório. Aliás, o Cemu tem especificados os requisitos mínimos, sendo sugerido um sistema operacional de x64 que seja pelo menos o Windows 7; 4GB de RAM, sendo 8G o recomendável, OpenGL de pelo menos 4.5 (ou Vulkan 1.1) e uma GPU Nvidia ou AMD recente, sendo que as integradas da Intel não são recomendáveis.
Emulador de Nintendo Switch
O Switch, console atual da Nintendo, também já está sendo emulado com resultados bastante promissores. Há dois principais nomes a serem considerados: o Yuzu e o Ryujinx. Embora o Yuzu seja bem mais robusto em várias funções e ofereça melhor desempenho em certos jogos, ele exige uma cópia da NAND do console, uma vez que o papel dele é emular a totalidade do sistema operacional do Switch. É por isso que, visando maior praticidade e objetividade na emulação, a recomendação de emulador é o Ryujinx, visto que para fazer com que os games funcionem realizar a configuração das chaves dos jogos e das ROMs salvas no PC. Pois bem, uma vez baixado e iniciado o Ryujinx, uma mensagem de erro aparecerá logo de cara alegando que ele não consegue encontrar as Keys no sistema. Para remediar tal problema, basta baixar o arquivo prod.keys em questão e salvá-lo dentro da pasta System do diretório do Ryujinx. Em seguida, faça download do firmware do Switch, abra o Ryujinx e selecione para instalar do .xci ou .zip a partir da opção Install Firmware no menu Tools, escolhendo o firmware mais recente baixado. Para rodar as ROMs (que podem ser tanto no formato .xci quanto no .nsp), adicione os diretórios dos games nas configurações do menu opções, em Game Directories. Assim como outros emuladores, o Ryujinx também permite a utilização de shaders externos e mapeamento dos botões, seja de um controle, seja do teclado. Também é preciso ficar atento aos requisitos mínimos do Ryujinx (Windows 7 de 64-bit, Intel CPU Core i7 3770 3.4 GHz / AMD CPU AMD FX-8350 4 GHz, 6GB de RAM e placa de vídeo Nvidia GPU GeForce GTX 770 ou AMD GPU Radeon R9 290) e à lista de compatibilidade de ROMs — que incluem como jogáveis o Super Mario Odyssey; os Pokémon Sword, Brilliant Diamond, ambos os Let’s Go e o novo Snap; The Legend of Zelda: Link’s Awakening DX; Fire Emblem: Three Houses; e Astral Chain.
Emuladores dos portáteis da Nintendo
Emulador de Game Boy Advance, Game Boy Color e outros sistemas da família Game Boy
O Game Boy clássico ficou conhecido no mundo todo como a máquina capaz de rodar os icônicos Pokémon Red/Blue. Suas versões subsequentes, o Game Boy Color e o Game Boy Advance também marcaram época por serem plataformas capazes de rodar a segunda e a terceira geração dos monstrinhos de bolso. De forma bem direta, o melhor emulador possível para toda a família Game Boy é o Visual Boy Advance, sendo que sua versão estável — ou seja, que não é mais um protótipo em pleno aprimoramento — saiu já em 2004. Novas versões surgiram com o principal intuito de driblar falhas de segurança do original e torná-lo compatível para o Android. Atualmente, a versão do Visual Boy Advance mais confiável é a VBA-Next, que inclusive conta com um núcleo compatível no RetroArch. O grau de compatibilidade e fidelidade do Visual Boy com os sistemas originais é altíssimo e os principais games da família Game Boy rodam com bastante segurança. Entre eles estão os Pokémon Red, Blue, Yellow, Gold, Silver, Crystal e Pinball; The Legend of Zelda: Oracle of Ages, Oracle of Seasons e Link’s Awakening; Kirby’s Dream Land; Tetris; Super Mario Land; Metroid II; Wario Land e vários outros para o lado do Game Boy e do Game Boy Color. Para o GBA, podemos considerar Pokémon Ruby, Sapphire, Emerald, FireRed, LeafGreen e Mystery Dungeon Red Rescue Team; Mario Kart Super Circuit; The Legend of Zelda: The Minish Cap; Fire Emblem: The Blazing Blade; a série Megaman Battle Network; Advance Wars; Metroid Fusion e a lista vai longe.
Emulador de DS
O Nintendo DS até hoje passa pelos mesmos problemas do Nintendo 64, uma vez que os emuladores correspondentes na praça ainda são bastante problemáticos e não sabemos se um dia sairão de tal estado. Dito isso, a melhor opção é o DeSmuME. Ainda que imperfeito (a carência de jogo em rede pesa negativamente), é o que apresentou os melhores resultados tentando emular a sólida biblioteca de jogos do DS. Vários jogos apresentam problemas de performance no que diz respeito a velocidade da emulação, sendo que não há exatamente uma lista realmente abrangente e atualizada para confiar, sendo a melhor maneira de testar simplesmente baixando a ROM e carregando-a no emulador. Além disso, enquanto os botões podem ser remapeados, a tela de toque geralmente precisa ser utilizada com o mouse. Ainda assim, dentre os principais títulos, já é possível adiantar que os Pokémon são jogáveis, mas também vítimas da lentidão do emulador (como se a quarta geração da franquia já não sofresse desse problema rodando em sua plenitude). Para isso, a recomendação é a utilização de outro emulador, sendo que o MelonDS dá bastante conta do recado. Além disso, ele também foi recentemente convertido e disponibilizado para Android, estando em fase de testes e, da mesma forma que qualquer outro emulador de DS, ele muito provavelmente levará o smartphone até o limite.
Emulador de 3DS
Enquanto o DS até hoje não se encontrou na cena de emulação, o Nintendo 3DS tem uma opção universal e extremamente funcional: o Citra. Capaz de rodar até mesmo em máquinas pouco potentes, este emulador é capaz de carregar pacotes de textura externos e suporta resoluções altíssimas, além de ter suporte ao online, configuração de controle e até mesmo uma versão para o Android que não frita o smartphone enquanto está em funcionamento. A lista de compatibilidade do Citra é bastante variada. A maioria dos Pokémon apresentam um desempenho bastante positivo. No caso de Zelda, o único com uma performance a desejar é o remake Majora’s Mask 3D, sendo que o Ocarina of Time 3D e o A Link Between the Worlds já não demonstram problemas. Fire Emblem Awakening, os dois jogos de Fire Emblem Fates e Fire Emblem Echoes também variam entre o OK e o impecável. Bravely Default é outro que roda de forma exemplar, bem como Metroid: Samus Returns. Sabia que Phil Spencer, chefão da divisão do Xbox na Microsoft, tem uma visão diferenciada do resto da indústria e acredita que a emulação tem um papel crucial na preservação da memória dos videogames? Leia mais a respeito. Fontes: DigitalTrends, Norton, How-To Geek [1] e [2], e os sites oficiais dos emuladores aqui sugeridos.