Os grandes impedimentos na história da compra da Arm pela NVIDIA é que o acordo financeiro tem passado por diversas revisões de governos de diversas partes do mundo. Entenda o caso e o que deve ser feito em seguida.
Anúncio foi feito pela primeira vez em setembro de 2020
Cerca de seis meses depois do início da pandemia de COVID-19, estávamos postando que a compra da ARM pela NVIDIA estava perto de ser realizada, com o valor de US$ 40 bilhões chamando bastante atenção. Entretanto, houve diversos problemas em torno desta aquisição. Na época, a NVIDIA tinha o desejo de criar uma marca de inteligência artificial que revolucionasse o mercado. A novidade também estaria ajudando o Softbank, conglomerado chinês que tem uma grande porcentagem da Arm. Mesmo com o sucesso da empresa de processadores sílicos (Arm), o Softbank perdeu dinheiro em investimentos que não tiveram o retorno esperado. Um deles é a WeWork, uma empresa imobiliária comercial americana que fornece espaços de trabalho compartilhados para startups e serviços de tecnologia para outras empresas. Se sabe que o pagamento seria realizado em duas partes: uma em dinheiro vivo e outro em ações. Caso fosse realmente concretizada, tal compra seria uma das maiores e mais ambiciosas dentro do mundo de tecnologia. Mas devido a ser realizada entre companhias de dois países e a Arm também estar atuando em diversas nações de todo o mundo, os órgãos reguladores estiveram “travando” este acordo nos últimos anos.
Impedimentos da compra da Arm pela NVIDIA
Muito se fala em como o mercado pode ser afetado pela compra de uma grande empresa por outra companhia e é por este motivo que o acordo de compra da Arm pela NVIDIA está tendo tantos problemas. O primeiro bloqueio aconteceu pela União Europeia, com este órgão analisando cada detalhe para que um grande conglomerado de processadores não seja criado. Em outubro de 2021, um documento enviado pela NVIDIA com o propósito de provar que o mercado não seria afetado mesmo com a compra da Arm pela empresa de processamento gráfico passava por análise. O mesmo problema aconteceu quando a compra passou a ser comentada nos EUA. O FTC, Federal Trade Commission, órgão dos Estados Unidos (EUA), chegou a citar que “o acordo vertical proposto daria a uma das maiores empresas de chips o controle sobre a tecnologia de computação e os designs dos quais as companhias rivais dependem para desenvolver seus próprios chips concorrentes.” Ou seja, um grande monopólio seria criado se a compra da Arm pela NVIDIA fosse aprovada. O governo da China, país de origem e atuação do conglomerado Softbank, também está realizando uma análise rígida em todos os termos da compra para provar que mesmo com a aquisição, os concorrentes ainda consigam trabalhar de uma forma tranquila. Estes problemas comprovam que a NVIDIA pode estar deixando a compra de lado justamente pelo tempo para que todas as análises sejam concluídas (o que pode levar mais de dois anos).
Softbank pode perder neutralidade no mercado?
Quando uma grande empresa passa a ser dona de uma companhia que ficou famosa justamente pelo trabalho inovador indo em contramão ao que suas concorrentes estão fazendo, há o receio de que esta originalidade seja deixada de lado. A Arm é uma empresa bastante neutra e mesmo que seja apenas uma fornecedora de CPUs, está atuando com as principais fabricantes de produtos tecnológicos do mercado, mesmo que estas sejam concorrentes. Quando estava justificando a compra para a União Europeia, a NVIDIA ressaltou que a neutralidade da Arm não seria deixada de lado e que as duas não seriam transformadas em uma só empresa, ainda que algumas tecnologias e profissionais fossem integrados em novos projetos no caso da compra da Arm pela NVIDA. Outro indício de que aquisição pode estar perto de ser cancelada é que o Softbank está se preparando para se tornar uma empresa de capital aberto, com investidores que não necessariamente estão no mercado de tecnologia realizando a compra de ações. Isso resolveria os problemas financeiros que o conglomerado tem passado nos últimos anos.
Transações financeiras passam por revisão apurada
O bloqueio e revisão de órgãos governamentais que pode levar anos já fez com que outras companhias desistissem de realizar novas aquisições. As empresas entenderam que seria mais inteligente realizar o investimento na compra de pequenas empresas e/ou colocar o dinheiro em melhorias internas. Um exemplo é o da Qualcomm (sim, a empresa de processadores), que deixou a compra da NXP Semiconductors por US$ 44 bilhões de lado em 2018 após um bloqueio de órgãos chineses. A Microsoft também passou por uma revisão apurada do Reino Unido quando foi realizar a compra da Nuance Communications por US$ 20 bilhões. A Visa precisou fechar um acordo de US$ 5,3 bilhões com o Departamento de Justiça dos EUA para que a aquisição da Plaid, fintech que atua nos EUA, fosse concluída. Apenas com estes exemplos, fica fácil entender que, de fato, as transações financeiras estão sendo observadas de perto pelos órgãos governamentais. E não pense que apenas empresas de tecnologia estão sendo analisadas. Todas as companhias podem ser atingidas. A compra da Fox pela Disney passou pela mesma revisão apurada. Apesar dos rumores de que a compra da Arm pela NVIDIA possa ser cancelada, ambas as empresas seguem tentando fazer com que tudo seja realmente concluído. Você acha que ainda há chances deste grande acordo acontecer? Diga pra gente nos comentários!
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Sabia que God Of War para PC já chegou ao mercado com suporte para Ray Tracing da NVIDIA? Fontes: Tech Crunch lThe Verge