Scott Pilgrim Contra o Mundo

É curioso que o filme que talvez tenha adaptado melhor às convenções de um game não seja originado de um console. A versão para os cinemas dos quadrinhos de Scott Pilgrim é uma viagem nerd e surreal pelo mundo dos relacionamentos, mas incluindo sem explicação elementos como batalhas de chefe, conquistas de habilidades e gráficos 8-bit. O filmaço de Edgar Wright é absolutamente imperdível. A ideia de controlar uma pessoa dentro de um jogo de videogame já rendeu diversas boas explorações no cinema. O filme de ação de 2008 com Gerard Butler leva essa premissa para cantos extremos, rendendo sequências eletrizantes e impressionantes do ponto de vista técnico; em uma trama onde detentos e condenados são forçados a se tornar “avatares” de jogadores em uma experiência virtual. Tom Cruise por si só é uma figura que talvez só pudesse existir dentro de um videogame. Em uma de suas melhores produções dos últimos anos, o astro se junta a Emily Blunt para combater alienígenas em uma guerra futurista – conceito que já é familiar aos gamers. Mas o que torna No Limite do Amanhã especial é o fato de Cruise sempre voltar no tempo quando é morto, traduzindo perfeitamente o efeito de respawn para as telas. Não tem como ser mais tradicional no mundo dos games do que uma boa fantasia medieval, vide o sucesso de franquias como The Witcher e Elder Scrolls. Na televisão, nada mais justo do que a badalada Game of Thrones, série da HBO que narrou as Crônicas de Fogo e Gelo de forma espetacular e repleta de mitologia; elementos que certamente só tornaram a experiência dos gamers ainda mais proveitosa. Assim como Gamer, o subestimado filme de Leigh Whannell também explora o conceito do controle sobre um corpo. Aqui, o personagem de Logan Marshall-Green tem seu corpo aprimorado graças a uma inteligência artificial, que pode se comunicar com ele, melhorar seu raciocínio e, nas palavras do protagonista, transformá-lo em um “ninja destemido” ao lhe garantir a capacidade impressionante de lutar como um super-herói. A Warner Bros. acertou em cheio com o primeiro filme live-action do fenômeno Pokémon, escolhendo o game Detetive Pikachu como porta de entrada para esse universo colorido e diverso. A comédia de mistério incorpora diferentes elementos do game oriental, especialmente a estrutura de encontrar e travar batalhas contra diferentes monstrinhos ao longo da história – que traz Ryan Reynolds no papel do fofíssimo Pikachu. Uma das grandes heroínas dos games, Lara Croft ganhou duas adaptações diferentes, sendo a primeira delas com Angelina Jolie. Mas foi só no reboot de 2013 de Tomb Raider: A Origem que Alicia Vikander viveu a versão que melhor entendeu a aventureira dos consoles, explorando uma história de origem visceral e bem realista ao colocar Croft para desvendar os mistérios de uma ilha remota, que guarda um segredo digno da franquia. A franquia infanto-juvenil de Robert Rodriguez certamente toca muitos pelo fator nostalgia, e não seria justo deixar essa lista sem Pequenos Espiões 3: Game Over. O longa abraça completamente a estrutura de um game, ao colocar o protagonista Juni enfrentando as diferentes fases e desafio de um jogo de console perigoso para encontrar sua irmã perdida. Ação surpreendentemente eficiente e muita diversão garantida. O fascínio pelo conceito de escape room (sala de fuga) começou na última década, e faz sentido: estamos literalmente dentro de um jogo de estratégia que vai testar nossas habilidades de raciocínio e estratégia. Nada mais proveitoso do que jogar essa premissa em um filme de terror, algo que Escape Room faz com estilo e criatividade, sendo muito mais do que um mero “reciclado” da franquia Jogos Mortais. De muitas formas, Matrix sempre foi um videogame. É um mundo virtual onde os humanos são conectados através de uma rede, e que podem então escolher sua aparência, roupas e, nas palavras imortais de Keanu Reeves, “armas, muitas armas“. A ficção científica revolucionária das irmãs Wachowski é uma das melhores experiências gamers que pode ser encontrada no cinema, tanto no primeiro filme quanto nas sequências. Da mesma forma como Matrix, a aventura de ficção científica de Christopher Nolan também traz diversos resquícios de títulos de console. O próprio console de se criar e projetar os sonhos em A Origem (que logo são vistos como diferentes “níveis” pelos personagens) é algo derivativo de um “Minecraft da vida real”, ou a liberdade de se obter veículos e enfrentar NPCs, que é derivativa de um Grand Theft Auto. Talvez a mais bem sucedida, e certamente a mais duradoura, franquia de cinema baseada em um título dos games. Resident Evil pode ter se desviado bastante das raízes do survival horror, convertendo-se radicalmente em um estilo de ação desenfreado e até surreal, mas ainda traz bastante mitologia da Capcom no eterno combate contra zumbis e outras criaturas da Umbrella Corporation. Por falar em zumbis, não poderíamos deixar de fora a série de TV mais popular sobre os infames comedores de carne humana da cultura pop. Por mais de 10 anos, The Walking Dead vem aprofundando suas histórias de sobrevivência e conflitos entre mortos vivos e tiranos que aproveitam do declínio da sociedade diante do apocalipse. Não é profundo com um The Last of Us, mas ainda garante bom entretenimento. Nossa última inclusão de zumbis na lista vem com uma mistura interessante. A produção de J.J. Abrams coloca uma história de cientistas loucos e ressurreição de mortos em plena Segunda Guerra Mundial, misturando o terror de Resident Evil com a ação de um Medal of Honor ou Call of Duty, e o resultado alcançado por Operação Overlord é surpreendentemente eficiente. Uma das ideias mais originais e divertidas do mundo dos games finalmente chegou aos cinemas nos últimos anos, com a adaptação arriscada de Assassin’s Creed. O filme estrelado por Michael Fassbender teve seus erros, mas acertou na forma de apresentar o conceito do Animus e as viagens pelo passado nas narrativas de macguffin e aventura, sendo particularmente inspirado nas cenas de ação. Ao longo dos últimos anos, a franquia Velozes e Furiosos vem passado por um fenômeno curioso: abandonar o realismo para se tornar algo totalmente surtado e cartunesco. No esquema das coisas, a saga de Dom Toretto vem se tornando o equivalente ao Grand Theft Auto das telas, mas aquela versão do game da Rockstar em que todos os cheats estão ativados e as regras da gravidade são quebradas. Velozes 7 é o melhor exemplar. Mais recente filme de James Cameron, a ficção científica Avatar, como o próprio título já sugere, é uma excelente exploração do conceito de “dirigir” um outro corpo. O ex-fuzileiro naval paraplégico de Sam Worthington ganha uma nova vida ao transferir sua consciência para um corpo alienígena, e a condução de Cameron é fortemente inspirada pela linguagem dos videogames de ação. Um dos sucessos mais inesperados dos últimos anos foi a revitalização do clássico Jumanji, que passou dos jogos de tabuleiros para os consoles de videogame com o reboot estrelado por Dwayne Johnson. Completamente metalinguístico, o novo filme adota os elementos de NPCs, barras de energia e habilidades distintas para os avatares protagonistas – e as diferenças entre seus personagens humanos garantem o bom humor. Keanu Reeves voltou ao estrelato dos filmes de ação com a elogiada e alucinante franquia John Wick. Para os fãs de um bom shooter, não precisa olhar muito além dos tiroteios elaborados e espetaculares da franquia de Wick, especialmente para o explosivo terceiro filme da saga, batizado de Parabellum – que traz trocas de tiros no deserto, com armaduras à prova de balas e até mesmo cachorros desarmando mercenários. Um dos melhores filmes de ação já feitos, o quarto filme sobre o andarilho justiceiro Max Rockatansky foi um grande fenômeno, e com razão. O eletrizante filme de George Miller traz algumas das melhores perseguições de carro dos últimos anos, incorporando elementos de customização de veículos, cenários pós-apocalípticos e algumas das proezas mais impressionantes dos últimos tempos. Mario Kart alucinado! Qual dessas produções você mais gosta? Conte para nós nos comentários!

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