Ainda em seu primeiro estágio de desenvolvimento, o Deep brain stimulation (DBS ou estimulação cerebral profunda) teve apenas alguns casos de sucesso até o momento, mas pode ser a luz no fim do túnel para ajudar a resolver o mal do século XXI. Entenda os detalhes agora mesmo.
O mais recente projeto do MIT
Anunciado por meio de uma publicação no MIT Technology Review, o DBS funciona de uma forma “bem Black Mirror”. Os neurocientistas colocaram eletrodos no cérebro de três voluntários e conseguiram saber que a região que leva o nome de córtex cingulado tinha uma atividade maior quando o paciente estava feliz e uma menor atividade quando passava por um momento depressivo. Apesar de representar informações de uma pequena parcela em relação ao grande número de diagnosticados com depressão em todo o mundo, o avanço ajuda a saber como o DBS pode ser utilizado como decodificador de humor e isso pode reduzir o tempo de diagnóstico de depressão no futuro. Os neurocientistas sabem que ainda há muito o que fazer e que, obviamente, cada pessoa possui razões diferentes para ter depressão. É necessário entender como o decodificador de humor pode ajudar na detecção deste problema psicológico sem deixar os traumas e motivos de cada paciente de lado.
Uso de eletrodos para tratamento de depressão
A publicação sobre o DBS também contou a história de um homem que se identificou como John e tem depressão desde que passou por um término de relacionamento, aos 27 anos. Ele recebeu um total de 14 eletrodos em seu cérebro em 2020 e decidiu fazer parte do tratamento experimental do MIT após tentar os métodos tradicionais com antidepressivos, antipsicóticos e sedativos. A terapia eletroconvulsiva, que fornece estímulos elétricos a um ou dois lados da cabeça de uma pessoa, atualmente é bastante utilizada para o tratamento de doenças como Parkinson ou epilepsia. Mas nunca havia sido utilizada para depressão. Até que John, cansado de viver momentos depressivos, aceitou participar do teste do MIT. Antes do uso permanente, os neurocientistas passaram nove dias monitorando a atividade cerebral do paciente e dessa forma, conseguiram quais partes ficavam mais ativas ou inativas conforme a mudança de humor de John. O mais interessante é que o DBS conseguiu mensurar picos que podem indicar problemas em um futuro não tão distante. Atualmente, John conta com quatro dos catorze eletrodos em seu cérebro (dois em cada lado onde se acredita que os sintomas da depressão estejam envolvidos), estes que enviam estímulos elétricos para seu cérebro e têm ajudado no tratamento da depressão. Os aparelhos se conectam com uma bateria instalada em seu peito e o carregamento é feito semanalmente. Houve casos de que os médicos desativaram os eletrodos sem contar ao paciente e ele se viu em um momento de muita tristeza, ficando sem dormir e com altos picos de ansiedade. Ele comenta que percebeu que os dispositivos foram desativados logo na noite seguinte. Até o momento, este tratamento foi feito em outras quatro pessoas, todas com depressão grave e resistências aos cuidados tradicionais. Antes de pensar em um lançamento no mercado internacional, a equipe do Doutor Sheth tem o desejo de estudar 12 pessoas no total.
Quando o decodificador de humor estará disponível para todos?
O diagnóstico e possível tratamento de depressão com o DBS ainda é considerado arriscado, pois inclui um implante dentro do cérebro, sonda e envio de estímulos para diversas partes do “processador” de nosso corpo. O custo para o uso de eletrodos em pessoas com Parkinson e epilepsia é outro problema, já que, em média, é necessário investir US$ 22.802 (aproximadamente R$ 120 mil em conversão direta). A equipe que criou o decodificador de humor ainda precisa desenvolver novas formas para detectar e principalmente tratar a depressão de uma forma assertiva. Eles esperam melhorar o DBS e entender mais sobre os problemas que causam depressão antes de permitir que todos tenham acesso a isso. O que você acha de ter eletrodos em seu cérebro para o tratamento de doenças psicológicas? Diga pra gente nos comentários! Veja também Conheça a ideia do artista que usa uma IA para falar com sua criança interior Com informações: The Verge l MIT Technology Review