Esse avanço do coronavírus impacta a economia global, a qual, segundo especialistas e economistas entrevistados pela Reuters já está em recessão. No dia 20 de março, o Ministério da Economia diminuiu a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% para 0,02%. Já um estudo do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV) prevê um futuro menos otimista: segundo a pesquisa, o COVID-19 pode provocar perda de até 4,4% no PIB brasileiro. Esse cenário de cancelamento ou adiamento de eventos, empresas em suspensão ou fechando e com restrição de pessoas na rua afetará as mais diversas indústrias do mundo, incluindo a cultural. Segundo o IBGE, a indústria emprega cerca de 5 milhões de pessoas no país, envolvendo mais de 300 mil empresas de pequeno e médio porte. Especificamente, como o coronavírus afeta a indústria cultural e do entretenimento? Como o COVID-19 impactará o cinema, literatura, música e outras produções culturais, assim como os 5 milhões de brasileiros que trabalham nessa indústria no país?

O panorama geral, pela Associação Brasileira de Promotores de Eventos

O impacto do coronavírus na indústria cultural e do entretenimento será de R$ 90 bilhões, segundo uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), divulgada no dia 2 de abril. De acordo com o levantamento, a crise causada pela Covid-19 poderá fazer com que 580 mil pessoas (30% dos colaboradores do setor somente de eventos) percam seus empregos. 51,9% dos eventos culturais previstos para este ano foram cancelados, adiados ou estão suspensos, mediante o cenário incerto da pandemia – o que pode fazer com que os dados sobre as demissões se torne uma realidade. Ainda segundo a Abrape, 92% das empresas somam perdas que chegam até R$ 290 milhões até o momento. Doreni Caramori, presidente da Associação, concluiu em comunicado que o esse novo cenário que a indústria da cultura e do entretenimento “está experimentando amargamente” é “algo sem precedentes”.

O

coronavírus impactando o Cinema

Um dos maiores festivais de cinema do mundo, o Festival de Cannes, aconteceria entre 12 e 23 de maio. Por conta da pandemia do coronavírus, o evento francês foi adiado e ainda não possui uma nova data. Segundo o comunicado oficial, o festival poderá acontecer entre o final de junho e o começo de julho, mas dependendo do cenário, o evento poderá ocorrer ao final do segundo semestre. De acordo com o The Guardian, cerca de 170 mil pessoas devem perder seus empregos na indústria cinematográfica por conta do coronavírus em Hollywood e no Reino Unido. Além disso, há também uma queda nas bilheterias ao redor do mundo: a Variety registrou que a arrecadação nos cinemas dos EUA e do Canadá tiveram seu pior resultado desde Setembro de 2000 – ou seja, é a pior bilheteria em duas décadas. Em vez de adiar as estreias, outra solução que produtoras estão encontrando é a de lançar os filmes somente no streaming, e não nas telonas, como é o caso de “Mulher-Maravilha 1984”. Segundo o The Wrap, fontes informaram que a Warner Bros. está analisando a possibilidade de disponibilizar o filme online, permitindo que o filme seja individualmente comprado nas mais diversas plataformas. No Brasil, o coronavírus está afetando completamente o cinema e as distribuidoras, como conta Felipe Lopes, diretor geral da distribuidora Vitrine Filmes, em entrevista ao Showmetech: A Vitrine Filmes foi responsável pela distribuição de filmes como “Bacurau” (ganhador do prêmio do Júri em Cannes em 2019 e grande destaque desse ano), “A Vida Invisível” (filme escolhido para representar o Brasil na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2020 – o que infelizmente não aconteceu), “Aquarius”, “Benzinho”, “Divinas Divas”, entre outros títulos que fizeram sucesso no cenário cinematográfico brasileiro nos últimos anos. A distribuidora teve que adiar a estreia de quatro filmes: “Três Verões”, “Chão, “A Febre” e “Pacarrete”, que estavam programados para março e abril. Por conta do atual momento de quarentena e sem a previsão de volta da abertura dos cinemas, o calendário para os próximos filmes está suspenso. O adiamento de “Três Verões” foi o mais sentido. Dirigido por Sandra Kogut e estrelado por Regina Casé, o filme foi o ganhador na categoria Melhor Montagem no Festival de Havana 2019 e de Melhor Atriz nas premiações Antalya Golden Orange Film 2019 e Festival do Rio 2019, além de ter feito parte da seleção do Toronto International Film Festival. Estava a menos de uma semana da data de estreia, com divulgação sendo feita na TV Globo, nas redes sociais e em pontos físicos em pontos de ônibus, além de ter tido eventos de pré-estreia já feitos. “Esse investimento não volta mais”, conta Felipe. No entanto, o impacto maior é nas produções dos filmes, e não na distribuição, que ainda não sentiu o baque. “Há um tempo maior entre produção e lançamento dos filmes independentes”, comenta Felipe, “então nós somos menos afetados. Nesse sentido, a instabilidade que vivíamos de políticas públicas audiovisuais tem um impacto maior e mais direto.” “Estamos gerando muito menos renda neste momento e acumulando produções, pautas e lançamento”, continua. “Isso faz com que seja mais difícil ter recursos financeiros na retomada e vamos dividir mais os resultados – sem contar que a volta será aos poucos pois seguiremos lidando com o medo.” Quando a situação se normalizar, esse acúmulo fará com que haja uma disputa ainda maior de estreias. Com tantos títulos, será difícil encontrar uma data de lançamento com uma concorrência menor. Por fim, Felipe cobra uma ação da Secretaria da Cultura, da Ancine, e do Governo: “Precisamos de um olhar do Governo para evitar uma situação irreversível. (…) Esperamos um plano de ação para o setor. Há uma série de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual para serem liberados e que ajudariam que as empresas e os empregos do setor sejam preservados. Agilidade para liberar os recursos é fundamental.” “Além disso, os filmes brasileiros têm obrigação de entrar em cartaz em sala de cinema”, ele finaliza.

TV, séries

e serviços de streaming no geral

Para ter dimensão do impacto do coronavírus na televisão, é só observar as medidas adotadas pela TV Globo, maior produtora de conteúdo nacional e que possui programas que fazem parte do cotidiano dos brasileiros, mesmo daqueles que não a consumem diretamente. Durante a semana do dia 16 de março, o canal suspendeu o programa Mais Você e deu lugar a uma cobertura jornalística aprofundada e estruturada para informar a população sobre as maiores novidades e situação mundial do COVID-19. Mas é nos programas de auditório, como o clássico “Domingão do Faustão”, que a mudança é mais drástica: a gravação é feita sem o público, exatamente para não juntar pessoas em aglomerações. “Esse Domingão do dia 15 de março de 2020 é o primeiro Domingão da história, nos seus quase 31 anos de vida aqui na Globo, de um programa de auditório, que terá o seu auditório vazio”, comentou o apresentador Fausto Silva. Outra decisão da Globo que mostrou a seriedade com a qual está lidando com o coronavírus foi a de suspender as gravações das novelas que estão no ar. “Amor de Mãe” e “Salve-se Quem Puder” serão pausadas e darão lugar a produções antigas – coisa que a rede não fazia desde a Ditadura Militar, quando a novela “Roque Santeiro” foi proibida logo no dia de sua estreia, fazendo com que a Globo tivesse que reprisar outra trama. Já em relação à Netflix, o coronavírus impactou e paralisou algumas produções, como a da segunda temporada de “The Witcher” e “Ruassian Doll”, assim como a pré-produção das novas temporadas de “Stranger Things” e “Grace and Frankie”. Para ajudar as pessoas que trabalham na produção, a Netflix irá pagar o salário deles por mais duas semanas e irá ampará-los com um fundo no valor de US$ 100 milhões (o que resulta em cerca de R$ 500 milhões), conforme anunciou no dia 20 de março. Segundo o serviço de streaming, parte desse fundo será dedicado às pessoas que mais foram impactadas pela paralisação das produções. Na mesma semana, a Netflix viu o seu valor de marcado subir para US$ 158 bilhões, superando a Disney que vale US$ 154,8 bilhões. Um dos motivos que devem ter causado esse aumento de valor é o fato das pessoas ficarem em casa durante a quarentena, consumindo os serviços de streaming, enquanto não podem ir ao cinema. Enquanto a competição nos Estados Unidos é acirrada por conta da empresa do Mickey Mouse possuir também um serviço de streaming, vale lembrar que o serviço de streaming Disney+ ainda não estreou no Brasil e está previsto para chegar em novembro de 2020. Ainda não se sabe se o atual cenário afetará a estreia do serviço de streaming da Disney no país.

Música

Com a instrução de evitar aglomerações, shows e festivais foram cancelados ou adiados. No exterior, o Coachella, um dos festivais mais famosos dos Estados Unidos, foi adiado do dia 10 de abril para o dia 9 de outubro. O Primavera Sound Festival, um dos maiores em Barcelona, foi adiado de junho para o final de agosto, enquanto a cerimônia de premiação do Hall da Fama do Rock’n’Roll foi adiada para o dia 7 de novembro. A produtora Live Nation Entertainment adiou e parou com todas as turnês que estavam ocorrendo no momento, envolvendo artistas como Billie Eilish, Cher, Kiss, Post Malone e a banda Lynyrd Skynyrd. No Brasil, o Lollapalooza Brasil foi do começo de abril para o começo de dezembro deste ano. O festival João Rock, também realizado em São Paulo, foi outro que foi adiado para o segundo semestre. A tendência com os eventos programados até junho é a mesma: shows, apresentações e performances em locais menores também foram remanejadas ou canceladas por todo o país. Para lidar com o que foi causado pelo coronavírus nos shows, alguns artistas estão fazendo transmissões em suas redes sociais diariamente, tocando músicas, mostrando uma parte de sua rotina e se aproximando dos fãs por meios como o Instagram. Um dos destaques é o Festival #TamoJunto, realizado pelo Jornal O Globo para lidar com a pandemia e incentivar as pessoas a ficarem em casa. O #TamoJunto reuniu mais de 30 artistas e conseguiu mais de 1,5 milhão de acessos nas redes sociais durante os dias 20, 21 e 22 de março, segundo o jornal. Ainda assim, os artistas enfrentam a redução de suas rendas. Os serviços de streaming mostraram que as pessoas estavam, novamente, dispostas a pagar por música após uma forte fase de pirataria nos últimos anos – no entanto, a maior parte do lucro dos artistas vem dos cachês de suas apresentações, sejam em pequenas casas de shows ou de grandes palcos em festivais. Durante esse período, esse lucro está suspenso por tempo indeterminado. Serão feitos shows completos em transmissões vendidas e exibidas em alguma plataforma controlada? Ficarão somente no aguardo e dependendo do lucro de visualizações e reproduções em serviços de vídeo ou streaming de música? É um momento delicado principalmente para os artistas menores, assim como os produtores e todos envolvidos em shows, desde quem toca até quem carrega os instrumentos, presta serviços de limpeza e cuida da bilheteria.

Teatro

Assim como as pessoas envolvidas na música, quem lida com o teatro também enfrentará dificuldades em tempos de isolamento social e de suspensão de exibições culturais, seja nas telas ou nos palcos. Em entrevista ao Showmetech, Luis Guilherme Niemeyer, sócio-curador do Teatro XP Investimentos, falou sobre como o coronavírus afetou o teatro: “Principalmente a parte artística, a parte de programação. Tínhamos algumas temporadas já fechadas, e, na realidade, temporadas que vinham de outros teatros de São Paulo e outros estados, mas agora temos uma indefinição tremenda de quando as atividades vão se regularizar.” Os clientes que compraram entradas para as peças tema possibilidade de pedir reembolso, mas alguns projetos não contam com versatilidade: os que podem ser adiados tomarão esse rumo, mas os que não tiverem essa viabilidade, deverão ser cancelados. “É bem caso a caso”, explica Luis Guilherme, “a gente ainda nem tem a definição geral do que vai acontecer a cada projeto. Quando se fala de música, ainda é um pouco indefinido. A maioria está adiando os seus shows pro segundo semestre, então é provável que a gente nem tenha nada de muito novo no segundo semestre, só o que aconteceria no primeiro.” “Ainda tá uma situação bem nublada para entender o que vai acontecer”, diz ao comentar a indefinição sobre como a indústria cultural será afetada a longo prazo. E quando a crise causada pela pandemia passar, como deverá seguir o teatro? Além de tentar encaixar a programação pensada para o primeiro semestre na segunda parte do ano, será necessária uma análise mais profunda: “A retomada disso é sempre um pouco mais devagar, mas enfim, pra fazer uma análise, é preciso ver o que se concretiza dessas promessas que estão sendo feitas. Ainda nem chegamos no pico, mas temos que ter certeza que isso vai passar, ao mesmo tempo que temos responsabilidade para lidar com uma situação que vai piorar antes de melhorar.”

Museus e

Centros Culturais

Para deter a contaminação do coronavírus em São Paulo, foi decretado pelo governador João Doria o fechamento dos estabelecimentos culturais a partir do dia 16 de março. Isso inclui centros culturais, cinemas, teatros e museus, que deverão permanecer sem público até a metade de abril. A Pinacoteca, o MASP, os Sesc do Estado, MIS e outros centros foram fechados por tempo indeterminado conforme comunicaram em suas mídias oficiais. Com os museus fechados, uma toda parte da indústria ficará sem receber pela visitação, o que paga a preservação das obras, colaboradores e tudo que faz desses centros polos de cultura indispensáveis na sociedade. Durante esse período, o Sesc decretou que todas as suas unidades estarão à disposição do Ministério da Saúde, conforme comunicado à imprensa divulgado no dia 23 de março, para “necessidades decorrentes da pandemia do coronavírus”. De maneira prática, isso significa que os locais poderão ser usados para campanhas de vacinação ou servir como hospital de campanha, abrigando novos leitos – o que poderá salvar dezenas de vidas que poderão necessitá-los ao decorrer de complicações causados pela COVID-19.

No

mercado literário

O mercado literário também será afetado pelo coronavírus. A Feira do Livro da UNESP, um dos maiores eventos de venda de livros do país, que aconteceria entre 1 e 5 de abril, anunciou em comunicado oficial que, “em função do aconselhamento de autoridades de saúde pública referente à pandemia do novo coronavírus, o evento será adiado”. No entanto, ainda não há uma nova data. Também foi adiado o Festival Literário Internacional de Poços de Caldas, que agora ocorrerá em agosto deste ano. “É o festival que abre o calendário nacional”, comenta Jéssica Balbino, jornalista e produtora cultural. O Flipoços é espaço para lançamentos, mesas de conversa, debates, vendas, autores de outros partes do mundo e entusiastas da literatura se encontrarem por uma paixão em comum. Em entrevista ao Showmetech, Jéssica comentou como o COVID-19 afeta o mercado: “Isso [a crise causada pelo coronavírus] quebrou o mercado da produção cultural. Não afeta, por exemplo, livrarias, que, já com muita gente em casa, tende a aumentar a venda online. Mas, pra quem depende do trabalho e do que vai rolar naquele mês, como eu, fica bem prejudicado.” Ela trabalhava com a Casa Travessia, que suspendeu o trabalho por não possuir novas atividades para os próximos meses em razão do coronavírus. Jéssica, no entanto, acredita que esse cenário não afeta necessariamente o público, “mas mexe com toda economia e vai levar um tempo imenso até ela ser recuperada”. Enquanto a retomada não ocorre, é necessário pensar em outras maneiras de sobreviver com a indústria em pausa. “Como alternativa, estamos organizando um sarau online para não ficarmos tão isolados e nos mantermos intelectualmente próximos, ainda que separados pela tela”, conta Jéssica. “Uma outra alternativa que estou considerando é a venda de cursos online e monitorias/mentorias porque como muita gente vai ficar em casa, talvez seja uma boa hora para ampliar o conhecimento.” Além da Flipoços, a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, a maior do país, também foi adiada. Em comunicado publicado no dia 23 de março em seu site oficial, a Flip disse que, com o “agravamento da pandemia global do coronavírus e a necessidade de distanciamento social”, foram tomadas “as medidas cabíveis para preservar a saúde e a segurança de todos”. Agora, a Flip ocorrerá em novembro de 2020. A Marvel foi outra que tomou medidas para lidar com a crise causada pela pandemia do coronavírus. Em um comunicado, o presidente da Marvel Entertainment, Dan Buckley, disse que a líder dos quadrinhos não publicará nenhuma HQ, seja online ou impressa, durante a primeira semana de abril. “Essa é uma situação fluída com detalhes que mudam mais a cada dia, então nós agradecemos a sua paciência e compreensão conforme lidamos com isso“, escreveu Buckley. “Assim que mais informações foram divulgadas, nós vamos estabelecer nossos planos a longo prazo e oferecer oportunidades para apoiar vocês e a indústria.“

As

respostas para tentar lidar com a crise

Como cobrou Felipe Lopes acima, é necessária uma série de medidas a serem tomadas pelo governo e pela pasta de Cultura para ajudar os 5 milhões de envolvidos na indústria que é responsável por 2,6% do PIB brasileiro. Como os órgãos públicos estão tentando amenizar essa crise no setor?

Medidas sugeridas pelo Fórum Brasileiro Pelos Direitos Culturais

O Fórum Brasileiro Pelos Direitos Culturais publicou um documento que abrange uma série de medidas para a contenção de danos causados pelo COVID-19 na indústria cultural. O FBDC se classifica como um “movimento multissetorial, voluntário, colaborativo e suprapartidário, composto por 180 instituições, empresas e gestores do setor cultural”, criado com o objetivo de proteger “a criação, produção, viabilização e distribuição das artes e da cultura brasileira”. No documento, é pedido que:

Seja considerado o coronavírus como força maior impeditiva de projetos culturais na hora da prestação de contas, “sem custos adicionais e imprevistos”;Isenção de impostos, taxas e contribuições para as atividades da indústria cultural;Liberação do Fundo Nacional de Cultura e do Fundo Setorial do Audiovisual, que, por lei, devem ser investidos em projetos culturais, o que injetaria “cerca de R$ 1,5 bilhão de reais no setor”;Criação de novos mecanismos de apoio para artistas e produtores nos estados e municípios, além da distribuição de recursos de fundos públicos disponíveis;Articulação entre os poderes federal, estadual e municipal para a “maximização dos efeitos das ações de contenção da crise e apoio ao setor”.

O que faz a Secretaria da Cultura e o Governo Federal?

Até o momento, a Secretaria da Cultura não se pronunciou sobre medidas para ajudar o setor durante este momento de crise. Segundo a Folha, no dia 18 de março, a secretária Regina Duarte realizou uma rodada de conversas com os secretários estaduais para debater quais deveriam ser as atitudes a serem tomadas. No entanto, no dia 25 de março, Regina Duarte publicou uma imagem em seu Instagram aprovando o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro contra o fechamento dos estabelecimentos e repreendendo as medidas adotadas pelos governos estaduais, que decretaram necessário o isolamento. Em coletiva de imprensa do Governo Federal para atualizar os dados do combate ao coronavírus do dia 2 de abril, o ministro do Turismo Álvaro Antônio disse que pretende se reunir com o comitê gestor do Fundo Geral da Cultura para que esse valor possa ser utilizado como aporte financeiro ao setor durante o período de crise. Segundo o Ministério do Turismo em nota divulgada no dia 1º de abril, o ministro conversou com o BNDES e com a Caixa para tratar sobre a possibilidade da criação de uma linha de crédito que seja utilizada pelas empresas de cinema do país para a manutenção de empregos e pagamento de fornecedores.

As ações do Governo de São Paulo

Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, é esperado que a indústria cultura paulista sozinha pode sofrer com a perda de R$ 34,5 bilhões, por conta da COVID-19. “É, sem dúvida nenhuma, um dos setores mais afetados”, afirmou ele em coletiva de imprensa no dia 16 de março. Para tentar mitigar os efeitos da crise, o governo estadual anunciou R$ 500 milhões de crédito subsidiado para as empresas de São Paulo, sejam da área de cultura, economia criativa, comércio ou turismo. Além disso, também realizará melhorias para a liberação de recursos e lançamento de editais do ProAC – Programa de Ação Cultural. Devido ao atual cenário, é necessário esperar por medidas que ajudem o setor nesse período que impactará a economia mundial. Vale lembrar que a cultura, assim como qualquer outra, segue sendo uma indústria.

Coronav rus  Como o COVID 19 est  afetando a ind stria da cultura e entretenimento - 9Coronav rus  Como o COVID 19 est  afetando a ind stria da cultura e entretenimento - 8Coronav rus  Como o COVID 19 est  afetando a ind stria da cultura e entretenimento - 79