O filme estrelado pelo já icônico Ryan Reynolds (Deadpool/Lanterna Verde) tem direção de David Leitch (John Wick/Atômica). Além disso, outros nomes do primeiro retornam como Brianna Hildebrand, Karan Soni e Stefan Kapi?i? como Collossus. Mas são os novos atores que surpreendem mais nessa continuação!
História perdida, mas essa é a intenção mesmo
Se o primeiro filme de Deadpool já ficou marcado por ser despretensioso, Deadpool 2 é ainda melhor nesse quesito. Assim, o filme tem uma preocupação mínima com justificativas e peso de seus acontecimentos. Entretanto, esses elementos que seriam exatamente os pontos negativos de outros filmes, funcionam muito bem aqui. Nessa sequência, Wade tenta seguir a vida como mercenário enquanto cultiva seu amor por sua namorada. Entretanto, as ameaças da rua batem em sua porta e o protagonista acaba precisando de ajuda. Com suas idas e vindas, o personagem acaba em uma trama esquisita em busca da salvação de um garoto marcado para ser morto por ninguém menos que Cable (Josh Brolin), um mutante vindo do futuro. A história se perde diversas vezes e muda de foco mais algumas. Porém, como havia dito, isso não faz de Deadpool 2 um filme ruim, principalmente por seu foco ser única e exclusivamente o humor. Existem pontos dramáticos no filme, bem como cenas de ação, mas essas são “pano de fundo” para a estrela do longa: tirar sarro de tudo e de todos em qualquer situação. Entretanto, não pensem que isso faz do filme uma bagunça completa. Ele de fato tem início, meio e fim muito bem delimitados. Porém, o roteiro não se prende tanto a isso e se diferencia bastante do que já vimos em outros filmes de super heróis, até mesmo os mais voltados para o humor, como Guardiões da Galáxia.
Novos personagens são a pérola da obra
Se Deadpool 2 fez uma coisa, foi expandir os horizontes do mercenário. Agora, já sabendo do sucesso da marca, a 20th Century Fox não segurou a produção do filme em nenhum sentido. Personagens icônicos dos X-men dão as caras, atores famosos fazem bicos, efeitos especiais usados adequadamente, liberdade de menções externas e várias outras coisas. Isso faz com que Deadpool 2 seja uma versão “maior, melhor e sem cortes” do que o primeiro propôs. Entretanto, uma menção aos novos personagens se faz necessária. Se no primeiro filme tínhamos apenas Ryan Reynolds e seu protagonismo hilário como foco, aqui a lista aumenta consideravelmente. O Cable de Josh Brolin, um dos antagonistas do filme, é incrível e dá o contrapeso necessário para todo o heroísmo controverso de Deadpool. Além disso, Julian Dennison traz um Firefist muito bom. O personagem, inclusive, é dicotômico e confuso na medida, servindo bem para sua função do longa. Mas quem mais rouba a cena, sem dúvidas, é a Dominó de Zazie Beetz. A personagem, além de ter um dos poderes mais criativos já apresentados em longas de super heróis, tem um carisma instantâneo que a faz roubar os holofotes quase toda vez que aparece. Entretanto, mesmo que algumas participações especiais ligadas aos X-Men e até ao Brad Pitt sejam hilárias e caibam bem ao filme, uma em específico não ficou muito boa: Terry Crews. Isso porque o ator foi totalmente sucateado, sendo que fora vendido de forma diferente nos trailers. Ao menos os personagens antigos tiveram um bom trato, respeitando a obra original.
Cenas de ação poderiam ser melhores
Mesmo que inicialmente Deadpool 2 tenha ótimas cenas de ação, ao longo do filme a qualidade vai caindo bastante. As cenas não são completamente descartáveis e tem um peso razoável no filme. Porém, no decorrer dos seus 119 minutos, essa qualidade não é mantida. O que acontece é que muitas cenas ficam confusas e pouco trabalhadas. Algumas, por abusar demais do humor, acabam perdendo o peso como cenas de ação. Isso não encaixa tão bem como encaixou no primeiro longa do mercenário. Assim, podemos dizer que é uma falta que pode ser sentida no filme. Até a luta de Collossus contra seu inimigo é menos impactante que a existente no primeiro filme, o que mostra como o peso para ação diminuiu demais para focar no humor aqui.
Humor mais abrangente e com mais direitos!
Se em seu primeiro filme, Deadpool não poupou menções sarcásticas a elementos da própria 20th Century Fox, em Deadpool 2 esse limite foi aumentado ao extremo. Menções ao universo cinematográfico da DC, aos Vingadores e a filmes de outras marcas como o próprio John Wick não faltam. Além disso, o uso de personagens e menções da própria Fox aumentaram consideravelmente. É visível como o estúdio deu mais liberdade para que a produção de Deadpool 2 voasse livre. Personagens que não poderiam ser usados por medo da publicidade negativa foram liberados aos montes agora, mesmo que para curtas participações. Por fim, as cenas pós-crédito do longa são a cereja do bolo. Mesmo que tirem uma boa parte do peso que o pouco de história do filme apresentou, elas estão entre as melhores já feitas em filmes de super heróis. Isso porque o humor escrachado e singular de Deadpool pode ser visto a todo o vapor, condensando algo que já estava presente no decorrer de todo o filme. Se Deadpool 2 serve para alguma coisa é estabelecer de vez a “cara” de Deadpool no cinema. Ninguém vai ver Deadpool 2 esperando uma obra de arte pura, profundidade ou imersão digna no universo dos super heróis. Aqui temos um personagem que quebra constantemente a quarta barreira justamente para tirar sarro de tudo que acontece no mundo dele. É isso que Deadpool faz e é isso que faz Deadpool 2 ser um filme bom, mesmo que não para todos.