A duração dos episódios do Volume 2 surpreendeu muitos críticos, tanto no Rotten Tomatoes quanto no Metacritic. A longa duração já existia no Volume 1, mas no 2, o tempo passa de duas horas. O oitavo episódio, “Papai”, tem a duração de 1 hora e 20 minutos. Já o nono e final da temporada, “E o plano de Onze”, chega a 2 horas e 20 minutos. O tempo ultrapassa o de alguns filmes no cinema líderes de bilheteria. Um grande número de reviravoltas mantém o interesse durante os episódios de longa duração. É difícil não pensar em um momento em que quem assiste não está torcendo por um lado ou outro. É possível até torcer por um personagem um momento e odiá-lo no instante seguinte. O vilão Henry/One/Vecna (Jamie Campbell Bower) é o maior exemplo dessa tendência. Até o Spotify fez uma maneira de saber qual música te livraria do super vilão, como publicamos aqui.
Stranger Things Volume 2 “Papai” unirá famílias
O oitavo episódio, “Papai”, é de unir famílias mesmo. Difícil pensar em um pai tão malvado e, ao mesmo tempo, cuidadoso como Brenner. Matthew Modine faz uma excelente atuação. O galã de Hollywood, que já foi sex symbol em séries como Weeds, parece tudo menos um pai para Eleven. No entanto, essa complexidade faz dele um vilão que não se pode muito sempre detestar, já que ele diz que tudo o que quer é o bem de sua filha postiça. A controvérsia maior está nos inimigos e amigos poderosos de Eleven (Millie Bobby Brown), ambos representando o governo dos EUA e sua moral fluida. Owens (Paul Reiser) é um misto de político e cientista que, ao mesmo tempo que quer ajudar a heroína, não faz nada sem pensar em um motivo maior, seja usar a força dela ou ir contra a sede de guerra do exército americano. Do outro lado está Sullivan (Sherman Augustus), general cruel e sanguinário. Reiser e Augustus são experientes em séries e se destacam. A carnificina causada pelo exército traz uma das cenas mais comoventes. Um diálogo entre Eleven e “Papa” no deserto, machucado, pedindo para não ser abandonado para (supostamente) morrer. Isso logo depois de Eleven usar seus poderes recuperados girando um helicóptero como se fosse um brinquedo.
Episódio final da quarta temporada emociona
“E o plano de Onze” é o episódio final de temporada mais emocionante de séries dos últimos tempos. No entanto, também é o que deixa mais perguntas abertas, podendo já dar boas dicas da quinta temporada. Joyce (Wynona Ryder) e Hopper (David Harbour) são finalmente reunidos numa aventura extraordinária no Gulag (prisão russa) cheio de Demogorgons, o vilão da temporada anterior multiplicado. A trilha sonora da quarta temporada é toda fantástica, capaz até de tirar do esquecimento a estrela dos anos 80 Kate Bush, como você já leu aqui. No episódio final é o Metallica, estrelas não tão esquecidas, que marcam presença com “Master of Puppets” em um solo de Eddie Munson (Joseph Quinn) incrível contra uma horda de morcegos infernais. A batalha mais impressionante é de Eleven contra Vecna. Enquanto as mentes poderosas lutam em batalhas telepáticas, o trio Nancy Wheeler (Natalia Dyer), Robin Buckley (Maya Hawke) e Steve Harrington (Joe Keery) procura sobreviver na dimensão sombria da mente do vilão. Já Will (Noah Schnapp), Mike (Finn Wolfhard), Jonathan (Charlie Heaton) e Argyle (Eduardo Franco) seguem nas estradas na hilária Kombi da pizzaria e passam por conflitos de apertar o coração.
O que esperar da temporada final
A quinta e última temporada de Stranger Things deve responder muitas perguntas que a quarta deixa no ar. A relação tensa do triângulo de amor e amizade de Eleven, Mike e Will deve voltar a estar em foco. Ao mesmo tempo, Max (Sadie Sink), salva uma vez pela música, mas não tem tanta sorte em um segundo encontro com Vecna, termina a quarta temporada em coma. Seu relacionamento com Lucas (Caleb McLaughlin) também deve ganhar tons de grande emoção na temporada final. Os irmãos Duffer, criadores de Stranger Things, já confirmaram um spin-off da série. Talvez a pacata cidade de Hawkins volte a não ser o único palco das aventuras, já que Eleven quer vingança das garotas malvadas de Lenora e a história na Rússia também ainda tem muito o que ser contada. Haverá um salto no tempo de quatro anos, o que ajudará a casar o enredo com a aparência dos atores mais jovens, já crescidos. A emoção, portanto, deve voltar a estar em primeiro plano, com amores e aventuras para lá de sobrenaturais, como o que a série já fez de melhor. E você, o que espera da última temporada depois de tantas emoções na quarta? Já dá até para perguntar ao Joseph Quinn e ao Jamie Campbell Bower, já que eles passaram pelo Brasil. Confira ainda a nossa crítica do Volume 1 da quarta temporada aqui. Fontes: Rotten Tomatoes, Metacritic, Netflix.