Já o Bitcoin teve perdas de 6,76% em 24 horas, o preço da criptomoeda caiu de US$ 54.602,77 para US$ 52.147,82. Até a manhã de hoje, quinta-feira (13), a desvalorização da moeda digital no Brasil chegou a 4,76%, com um Bitcoin valendo cerca de R$ 280.637. A decisão de Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, foi uma surpresa para os analistas do mercado financeiro. Afinal, há pouco mais de um mês a montadora anunciou que iria aceitar o bitcoin como forma de pagamento de seus veículos elétricos. Em entrevista à BBC, a analista Julia Lee, da Burman Invest, acredita que a atitude de suspender as vendas da Tesla com bitcoins pode ser uma tentativa de mostrar aos investidores que a montadora está tentando minimizar os impactos no meio ambiente e que está comprometida com “ questões de governança ambiental, social e corporativa”. Para outros analistas a decisão de Elon Musk pode ser apenas uma jogada para “influenciar o mercado de criptomoedas”. Visto que em outras ocasiões o empresário também usou o Twitter para se posicionar sobre assunto e acabou influenciando o mercado. Como aconteceu com a Dogecoin que começou a receber notoriedade depois dos tweets de Musk e hoje figura entre as cinco maiores criptomoedas do mundo.
Entenda o fim das vendas da Tesla com bitcoins e impacto no meio ambiente
Na publicação feita no Twitter, Elon Musk deixa claro que o fim das vendas da Tesla com bitcoins está diretamente ligado ao uso de combustíveis fósseis durante o processo de mineração da criptomoeda, “principalmente o carvão que possui uma das piores emissões de qualquer combustível”. Para efeito de comparação, um estudo realizado no Reino Unido, pela Universidade de Cambridge, aponta que a mineração de moedas digitais consome anualmente cerca de 130,9 terawatt-hora (TWh), o que resulta em um gasto energético maior do que é consumido na Argentina anualmente. O país latino-americano tem uma população estimada em 45 milhões de habitantes e consome aproximadamente 125,03 TWh por ano. Outro estudo conduzido na University of Chinese Academy of Sciences, afirma que a China está no topo das emissões de carbono (CO2), chegando a 130,50 milhões de toneladas de CO2 por ano. O país é responsável por minerar mais de 75% dos bitcoins mundiais e as emissões de carbono causadas pela atividade chegam a ser maiores que uma das 10 maiores cidades chinesas. Isso acontece porque para minerar criptomoedas é preciso ficar com computadores ligados na eletricidade o tempo todo. Como na maior parte do ano a eletricidade é produzida por meio de combustíveis fósseis, a emissão de CO2 acaba sendo muito alta no país. Os defensores das moedas digitais afirmam que o mercado financeiro tradicional gera tanta poluição quanto a mineração, uma vez que os escritórios, bancos e bolsas de valores também consomem muita energia elétrica, pois é comum o uso de diversos aparelhos eletrônicos nesses locais como ar-condicionado, cafeteiras, computadores, entre outros. Além disso, o deslocamento dos funcionários até os locais de trabalho, que na maioria das vezes acontece em meios de transportes que não usam energia limpa, contribui para o aumento da poluição. Elon Musk terminou a publicação explicando que a Tesla não vai vender mais bitcoins por enquanto e que pretende usar a moeda “assim que a mineração transitar para uma energia mais sustentável”. Vale ressaltar que a montadora, que teve lucro recorde no primeiro trimestre, chegou a vender este ano 10% da sua carteira de bitcoin no início de 2021. Fonte: Protocol, BBC, ZDNet; Interesting Engineering, G1