Quer saber como foi o episódio 5 e, principalmente, sobre o casamento real? Confira mais detalhes! Aviso: o texto a seguir possuí spoilers!
Um episódio, mil consequências
Semana passada o episódio foi focado na aventura de descobrimento da princesa, cercada de questionamentos morais como: por que um lorde pode ter bastardos e amantes, mas continuar “íntegro” na sociedade? Além disto, houve o início tímido de Alicent no papel de vilã. Nessa semana, chegaram as consequências daquela noite libertina, e o mais importante: a definição dos papéis na Danças dos Dragões. Foi graças a essa construção lenta, mas bem executada, que nesse episódio podemos apreciar algo que os produtores sempre fizeram bem: as intrigas potencializadas ao máximo. Como prometido pelo Rei Viserys Targaryen (Paddy Considine), sua filha única e herdeira, Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock), se casará com Laenor Velaryon (John MacMillan), herdeiro de Driftmark. O problema é que, como no livro, Laenor não faz grandes esforços ao esconder sua orientação sexual, sendo abertamente, até onde cabe a um herdeiro, gay. Isso seria um problema ao casar-se com a princesa, certo? Errado, porque invés de ser um casamento por obrigação, Rhaenyra percebe, no noivado, uma passagem para a liberdade. Os noivos acreditam tanto nesse plano que Laenor leva seu affair ao casamento real como convidado de honra. O plano do futuro rei consorte é realmente fazê-lo jurar sua proteção e amor a ele, mantendo o rapaz próximo durante o casamento. Lembrando que isso tudo é proposto também por Rhaenyra. O desfecho desse tratado é trágico e mostra que, apesar de Rhaenyra ser cheia de boas intenções, é irresponsável demais para governar. Tudo que começou como um belo sonho, possui um desfecho trágico e triste, mas antes, conversaremos sobre dois pontos importantes desse episódio: Daemon e Alicent.
Afinal, qual é a do Daemon Targaryen?
Na semana passada, Daemon Targaryen pediu ao seu irmão e rei a mão de sua sobrinha. Esse desejo pela sobrinha é um vínculo que se cultivou ao longo de todos os episódios e a cena da “casa dos prazeres” foi apenas um estopim de algo guardado há anos. No entanto, esse sentimento é irônico por parte do personagem, não podendo ser facilmente compreendido. Com o exílio real, o príncipe renegado volta ao Vale por orientação do Rei Viserys e deve dar atenção a sua senhora, Lady Rhea Royce. Por motivos óbvios, o casamento deles não é nada desejado — e sabendo disto, Rhea encontra Daemon durante uma caçada e vai ao encontro do seu terrível final. O marido e príncipe não se preocupa com os boatos, muito menos demonstra medo do que possa acontecer com ele ao instigar a morte de Rhea. Assustando o cavalo e deixando a mulher paralisada no chão, após cair, o príncipe acaba com seu sofrimento conjugal com uma pedrada, sem remorso. Há quem diga que Daemon fez isso por amor, mas acredito que não. O casamento com a sobrinha o deixaria mais próximo do trono e não motivado por um sentimento. E sim, Daemon será firme nessa posição, nunca demonstrando remorso por matar sua esposa. Após o assassinato, o Targaryen inclusive volta à Corte, sentando-se na mesa ao lado da nova Mão do Rei, a Rainha Alicent e talvez o pior: conversando com a princesa Targaryen em seu banquete nupcial. Sinceramente, parabéns à produção, aos roteiristas e ao Matt Smith por construírem um dos personagens mais ambíguos e difíceis de entender dos Sete Reinos. Afinal: ele quer o quê? Casar-se com Rhaenyra independente do rei ou ainda dos lordes? Não acredito que ele seja motivado por amar a sobrinha, mas sim pela sede de poder. No fundo, Dameon sabe que seria um rei melhor que o Viserys, ou assim ele se considera.
Alicent Hightower acordou em A Casa do Dragão
Com a demissão de Otto Hightower, é revelado a Alicent Hightower (Emily Carey), atual rainha, o seu futuro papel e o mais importante: o futuro de seus filhos. A principal conspiração de Otto é justificada para manter a vida de seus netos, mesmo que seja um plano cheio ambição do Lorde. O rompimento entre pai e filha apenas agrava a discussão, mas mostra também que o lorde estava certo. É nítida a revolta de Alicent ao ser forçada a casar e a raiva de Otto por saber que a filha escolheu acreditar na amiga e não em seu pai. Porém, antes de deixar a Fortaleza Vermelha, o pai pergunta à rainha se Rhaenyra governará em paz se o herdeiro homem de Viserys estiver vivo. A conclusão do avô é simples: a princesa matará os herdeiros para evitar o confronto e a guerra. O curioso é que matando ou não, a guerra é certa, já que a princesa herdeira não é querida pela Corte, tampouco respeitada. Seu papel perante os lordes ainda é visto como fraco e não passa credibilidade. E para piorar, matando ou não, haverá de toda forma a Dança dos Dragões. Após essa conversa, a rainha também descobre que a princesa teve um caso com Sir Cole, o guarda real. Arrependido e sentindo-se manchado, o cavaleiro confessa sua noite com a princesa e demonstra a rainha como está perdido pelo sentimento de vergonha e paixão. Essa abertura será usada pela Alicent, transformando-o em um aliado poderoso. Graças a esse ponto, Alicent abandona sua permissividade. Nas cenas podemos ver cada vez menos a rainha usando os vestidos vermelhos, passando para a cor de sua casa, verde. Ao passar no banquete, é dito por lordes menores que verde é a cor da convocação da guerra.
Um banquete real, de fato
O anúncio do noivado logo se tornou um banquete real, oferecido aos lordes pela família Targaryen. A promessa de diversão e momentos felizes para a futura rainha rapidamente se tornou desgraça. Temos tanto o comparecimento de Daemon, que, após a morte de Rhea, adota um ar engraçado e pouco triste, quanto a cena de Alicent convocando, de forma sublimar, os lordes. Interrompendo o discurso real, a rainha aparece desfilando de cabeça erguida usando a cor do Farol, casando com o lema da família (“Nós iluminamos o caminho”). E não é para menos, já que Alicent, com suas ações, conseguiu chegar na posição de jogadora da partida. Armando as ciladas perfeitas, sabendo que entre a princesa e seu filho, é ele quem deve sobreviver, ela é, para mim, o grande destaque do episódio. Será com a explosão de Sir Cole, ao ser descoberto como amante da princesa pelo amante do noivo, que tudo vem a abaixo. A cena de violência é significante, pois, antes de acontecer, Rhaenyra é vista pelo rei conversando com seu tio bem próximo. Os jovens homens começam se empurrar ao passo que a briga abre e vemos Sir Cole batendo no jovem companheiro de Laenor Velaryon. A cena acaba em morte, mas se desmembra em muitos reflexos. Um deles é que Harwin, próximo da Mão do Rei, busca a princesa e a traz no colo — mostrando um pouco do futuro dos personagens, sendo próximos. Outro é que os dois filhos da família Velaryon são empurrados na grande multidão, se afastando da segurança. Tanto Laenor quanto Laena, a filha mais nova apresentada ao rei, são afastados dos pais, jogados ao fundo do salão. Em todo o episódio é mostrado abertamente que o rei está morrendo, e não mais em segredo. O reino todo sabe da verdade e tem medo: Rhaenyra seria uma boa rainha? As apostas tendem a acreditar que não, mas é a promessa dos filhos herdeiros homens (os certos, segundo os personagens) que mantém a esperança do público. Se no primeiro episódio tivemos o início de um sonho, agora temos a confirmação dos pesadelos. Ao final, Rhaenyra se casa em segredo com Laenor perante o grande Septão. Na cena final, também vemos que Sir Cole é impedido por Alicent, que o recruta para sua força, sendo mais um aliado da rainha na futura guerra. O que podemos esperar do próximo episódio? Não sabemos, mas Alicent está pronta para defender seus filhos e o mais importante: por um fim em Rhaneyra. O próximo episódio de A Casa do Dragão estará disponível no domingo (25), às 22h nos canais da HBO ou na plataforma de streaming HBO MAX. Veja também: Ainda dá tempo de ver os lançamentos de setembro da HBO Max!