Foi o que fez a Ubisoft, criando um game RV multiplayer (na verdade, biplayer ou quadplayer) chamado “Escape The Lost Pyramid”, baseado no universo de Assassin’s Creed: Origins. A Voyager, empresa especializada em arcades RV, montou uma sala Escape Room VR com o game no shopping Morumbi Town com sessões de hora em hora. Em Escape the Lost Pyramid, você e seus amigos têm 1 hora para resolver enigmas e sair de uma pirâmide no Egito. OK, 45 minutos porque 15 são gastos no “treinamento”: colocar os óculos, aprender a usar os joysticks RV para pegar coisas e customizar seu avatar. A experiência começa entrando na sala de jogos, basicamente um cercadinho com um tapume para evitar que os passantes no shopping vejam quatro malucos de capacete VR gritando e gesticulando loucamente. Não tirei fotos disso a pedido de um amigo que não queria ser zoado nas redes. Mas você pode ver um vídeo da Ubisoft que, mesmo com muita computação gráfica, mostra como é rídiculo olhar de fora quem está participando do jogo. O espaço tem quatro quadrados de pouco mais de um metro de diâmetro, um para cada jogador. Todos são alertados que é expressamente proibido sair do seu quadrado para não invadir e acabar dando inadvertidamente uma chapoletada em seu companheiro de aventura. Quando você entra na Realidade Virtual, uma linha verde-matrix mostra até onde você pode ir. Mesmo assim, esbarrões acontecem em momentos de maior ação. O equipamento utilizado é o HTC Vive e além dos óculos, headphones e controladores, você precisa vestir uma mochila com um laptop parrudo nas costas. Feito isso, é iniciada a fase de treinamento. Você e seus amigos são transportados para uma sala onde escolhem seus avatares e adereços como capacetes, máscaras de animais e sombreros. O jogo pode ser jogado por dois ou quatro jogadores. Os desafios são os mesmos, eles apenas são espelhados quando são quatro participantes. IMPORTANTE: Caso os quatro não sejam do mesmo grupo, é bom que todos se apresentem e relacionem seus respectivos nomes com os avatares escolhidos. A cooperação entre os quatro jogadores é fundamental para conseguir avançar no jogo e minutos valiosos podem ser perdidos tentando descobrir se Valdemar é a gostosa com cabeça de cachorro ou o careca de bigode vermelho. Todos devidamente treinados e avatarizados, o jogo começa. Não vou entrar em detalhes para não dar spoilers. O importante a saber é que os gráficos são impressionantes, muito realistas. A sensação de imersão é total. O único momento em que senti o “Vale da Estranheza” (jargão de VR para quando a sensação de estar num ambiente real é quebrada) foi quando tentei escalar uma parede. Parecia que eu estava puxando todo o cenário para baixo. Os quebra-cabeças não são difíceis e quando o time empaca, um monitor onisciente que fica ao lado do caixa olhando o jogo em uma tela dá algumas dicas para o time. Não custa reforçar: a cooperação é fundamental para avançar no jogo. Converse bastante com todos os membros do time e tente localizá-los o tempo todo. Se um jogador fica pra trás, todos ficam presos naquela fase. No final das contas, a sensação é de estar jogando um puzzle de primeira pessoa como Myst ou Obduction. A ação é bem limitada. Como você está circunscrito ao seu quadrado, não é possível andar pelo cenário. Apertando o gatilho do controlador, um alvo aparece no chão e você pode se teletransportar para pontos diferentes da sala para pegar objetos e resolver enigmas. A única ação disponível é atirar coisas: pedras, flechas, vasos, etc.
Desafios da Escape Room VR
Como disse, os enigmas não são complicados. Mas às vezes o jogo empaca porque um dos jogadores não sabe o que fazer. Aí você pode ficar um bom tempo parado esperando o companheiro retardatário. Senti falta de uma hordinha de múmias ou zumbis para matar o tempo nessas horas e aumentar a adrenalina. Nossa equipe cometeu o erro fatal de não se apresentar direito no início do jogo e, quando nos deparamos com um enigma que exigia muita cooperação, morremos na praia. Segundo o pessoal da Voyager, completamos 80% do jogo. Ficou a vontade de voltar e fechar. Por R$ 85 a cabeça, vale a diversão de uma Escape Room VR? Vale muito! É um jogo impossível de jogar em casa e um passeio bem legal para levar os amigos gamemaníacos. Voyager Escape Horário: Das 10h às 22h (de segunda a sábado) e das 11h às 22h (domingo) Onde: Morumbi Town Shopping (Av. Giovanni Gronchi, 5930 – Vila Andrade, São Paulo/SP – 05724-002) Preço: R$84,99 por sessão de 1 hora Número de participantes por sessão: 2 ou 4 Idade: acima de 10 anos