A atualização é feita para melhorar a experiência de usuários em telas maiores — qualquer coisa acima de 600 dp (medida fictícia que caracteriza densidade de pixels por tela) –, ajustando localização de certos recursos como notificações, área de trabalho e configurações, o que também inclui uma barra de tarefas na parte inferior da tela.
O que muda com a atualização?
A atualização para o Android 12L foca basicamente em melhorias de qualidade de vida e compatibilidade, além de facilitar habilidades de multitarefas, de acordo com a preview do próprio site de desenvolvedores de Android. A barra de tarefas adicionada permite que os usuários arrastem aplicativos para fora da barra, fazendo com que aquele aplicativo abra em modo de tela dividida (também conhecido como “splitscreen“), função que, segundo a empresa, estará disponível para todos os aplicativos. Tudo indica que o Google procura incentivar bastante o uso e expansão de telas maiores, publicando suas novas diretrizes-guia para desenvolvedores, empregando o uso do Jetpack Compose (kit de ferramentas para simplificar e ampliar a gama de possibilidades diferentes de interface de usuário dos apps) além de disponibilizar um emulador de tamanho ajustável para desenvolvimento que possui diferentes modelos preestabelecidos de tamanhos diferentes de telas, como a de smartphones convencionais, smartphones dobráveis (nos modos dobrado e tela inteira) e até um modelo para Desktop. As políticas para aplicativos no Google Play também foram atualizadas para incentivar as vindouras adaptações de aplicativos para telas maiores ou telas dobráveis.
Google, smartphones dobráveis e o cenário de tablets
A mudança de interfaces para acomodar designs de telas maiores é uma transição inteligente — e praticamente necessária, visto que os smartphones dobráveis estão voltando à tendência desde o fim de 2020. Em 2021, estamos vendo constante investimento na tecnologia dobrável que já fez sucesso há algumas décadas com os celulares analógicos, e é apenas natural que a mesma ideia tenda a ser aplicada à tecnologia atual com o touch e os smartphones. A própria empresa também está desenvolvendo suas próprias versões dos smartphones dobráveis, e é válido apontar que a Google pode estar planejando uma segunda tentativa para fabricação de seus próprios tablets: em 2011, a empresa lançava o Android 3.0 Honeycomb, e um dos maiores motivos para seu fracasso foi a falta de aplicativos próprios e otimizados para tablets. O grande foco em tutoriais, incentivos e até emuladores para os desenvolvedores mostra que a empresa pode ter aprendido com seus erros passados, e talvez signifique uma segunda tentativa ao mercado de tablets.
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Fonte: The Verge, Android Developers, Ars Technica.