A lista de apps que apresentam ameaça à segurança inclui o aplicativo de vídeos curtos TikTok e outros aplicativos de utilidade e conteúdo chineses, como navegador UC, Xender, SHAREit e Clean-master. Outro app que figura na lista, apesar de não ser chinês, é o aplicativo de videoconferência Zoom.

Sem TikTok, Zoom e outros apps na Índia

Um alto funcionário do governo indiano disse que a recomendação das agências de inteligência do país foi recentemente apoiada pela Secretaria do Conselho de Segurança Nacional, que considerou que esses aplicativos poderiam ser prejudiciais à segurança da Índia. Em 17 de junho, o governo do primeiro-ministro Narendra Modi bloqueou ou emitiu avisos contra o uso de aplicativos móveis, em grande parte vinculados à China. As agências estão preocupadas com o fato desses aplicativos extraírem grandes quantidades de dados de usuários indianos e não serem seguros. Embora ainda não haja uma palavra oficial sobre como o governo vai agir a esse respeito, a decisão pode ser complicada, porque a lista inclui alguns aplicativos que são extremamente populares e frequentemente usados na Índia, como TikTok, Zoom, SHAREit, Bigo Live, Club Factory, Shein. Além disso, muitos desses aplicativos são os principais colaboradores da economia virtual da Índia. Essa decisão chega em um momento em que a tensão nas fronteiras entre os dois países já está muito complicada, o que levou a marca chinesa de smartphones Oppo a cancelar o lançamento de um modelo devido a pressões por boicote de produtos chineses. A seguir, iremos explorar cada categoria de aplicativos que o governo indiano pretende banir o uso no país.

Mídias sociais

Boa parte dos aplicativos de compartilhamento de vídeo utilizados pelos indianos são de origem chinesa. O melhor exemplo disso é o TikTok, que já conta com mais de 120 milhões de usuários ativos mensais na Índia. Outros apps chineses populares de compartilhamento de vídeo incluem o Helo, que possui mais de 50 milhões de usuários na Índia, e o Bigo Live, com mais de 22 milhões de usuários no país. O grande problema é que tamanha popularidade também tornou esses aplicativos o centro de críticas e ceticismo das autoridades e do público em geral. Portanto, não é de surpreender que uma série de apps de compartilhamento de vídeo tenham entrado na lista que as agências de inteligência indianas consideram programas de alto risco. A lista de aplicativos nessa categoria incluí: TikTok, Zoom, Vigo Video, Bigo Live, Weibo, WeChat, Helo, LIKE

Comércio eletrônico

A lista de aplicativos nessa categoria incluí: ClubFactory, ROMWE, SHEIN

Apps de beleza

Assim como em muitos outros lugares da mundo, a Índia é obcecada por selfies e o país tem sido um terreno fértil para aplicativos de aprimoramento de fotos. Em 2016, a Índia se tornou o segundo maior mercado depois da China para a Meitu, fabricante de dois dos aplicativos de aprimoramento de selfie mais populares, BeautyPlus e MakeupPlus. A empresa até lançou um aplicativo, BeautyPlus Me, projetado especificamente para usuários indianos. A lista de aplicativos nessa categoria incluí: BeautyPlus, Photo Wonder, YouCam Makeup, Perfect Corp, SelfieCity, Wonder Camera

Compartilhamento de arquivos

Dois populares aplicativos de compartilhamento de arquivos, SHAREit e Xender, também entraram para a lista de programas perigosos da agência de inteligência indiana. Em janeiro de 2019, o SHAREit se tornou o terceiro aplicativo mais baixado na Índia, próximo apenas ao WhatsApp e ao Facebook. De propriedade da Lenovo, o aplicativo tem mais de 400 milhões de usuários na Índia.

Quatro populares navegadores da Internet de origem chinesa também estão na lista de programas perigosos na Índia: UC Browser, APUS Browser, CM Browser e DU Browser. Sua grande popularidade é devido a dois motivos: baixo consumo de dados e alta privacidade ao usuário. Em um país em que a velocidade da Internet pode ser bastante baixa em diversas localidades, poder navegar sem utilizar muitos dados tornam esses aplicativos chineses muito atrativos aos usuários indianos.

Agregadores de notícias

Dois apps chineses agregadores de notícia, o Alibaba e o UC New, também são considerados arriscados pela inteligência indiana. Além desses dois, outro aplicativo de agregação de notícias recomendado para uma proibição em potencial é o NewsDog, que possui um repositório online de informações sobre diversas empresas.

Xiaomi

Era praticamente inevitável que a Xiaomi, uma das maiores marcas de tecnologia chinesa no mundo, escapasse da lista de aplicativos banidos da Índia. As agências de inteligência também incluíram três aplicativos de propriedade da Xiaomi que se tornaram um nome familiar na Índia: Mi Video Call, Mi Community e Mi Store. A Xiaomi, com sede em Pequim, é líder de mercado em vendas de smartphones na Índia nos últimos cinco trimestres. De janeiro a março, a empresa respondeu por 30% de todos os smartphones vendidos na Índia. Também vende quase 50% de todas as bandas de fitness vendidas no país.

Ferramentas

Além dessas categorias de aplicativos citados ao longo do artigo, também há vários outros apps chineses de uso variado que foram incluídos na lista de aplicativos sinalizados pelas agências de inteligência indianas. Eles oferecem serviços como aprimoramento da produtividade do smartphone, edição de vídeo, proteção contra vírus e gerenciamento de mídia social. A lista de aplicativos nessa categoria incluí: Vault-Hide, VivaVideo-QU Video Inc, Virus Cleaner (Hi Security Lab), DU Recorder, Baidu Translate, Baidu Map, Mail Master, Parallel Space, DU Battery Saver, DU Cleaner, DU Privacy, Clean Master – Cheetah, CacheClear DU Apps Studio, Clash of Kings, ES File Explorer. Fonte: Republic World; Hindustan Times

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