Desenvolvido pela Cardboard Computer, Kentucky Route Zero começa de forma simples. Você assume o papel de Conway, um velho motorista de entregas que, junto com seu cachorro, está levando uma carga de antiguidades. Um tanto perdido, você descobre que para chegar ao seu destino é preciso pegar a Rota Zero. Mas onde fica a Rota Zero? Essa é apenas um das perguntas que você provavelmente fará a si mesmo ao se aventurar cada vez mais nas confusas profundezas desta aventura do gênero do “realismo mágico”. O absurdo começa a parecer normal, as perspectivas mudam, o tempo não parece mais importar ou fazer sentido e a razão é algo que é melhor deixar para trás. No início da história, você pode achar um escritório inteiro cheio de ursos estranho, mas, no final, você não pensará em saudar um barco cheio de esqueletos elétricos enquanto silenciosamente faz seu caminho através de um santuário de morcegos misterioso. Resumindo: tudo faz e, ao mesmo tempo, não faz sentido no mundo de Kentucky Route Zero. Além de ser uma obra de arte com um estilo visual e uma atmosfera única que remete aos anos 1960, Kentucky Route Zero também é uma narrativa interativa que funciona em vários níveis ao mesmo tempo. O game é uma meditação profunda e comovente sobre uma sociedade destruída, sobre relacionamentos fragmentados, vida e morte e os fantasmas que assombram as pessoas e os lugares que habitam ou habitaram. Uma versão distorcida e assombrada dos clássicos romances americanos de meados do século XX, tudo isso misturado com um toque de bizarrices ao estilo “Alice no País das Maravilhas”. Kentucky Route Zero: TV Edition é a experiência completa do game original com alguns itens extras. Uma aventura mágica realista ao estilo point n’ click que o leva em uma jornada cativante para um lugar que existe tanto abaixo quanto além. Cada ato aqui traz consigo uma nova perspectiva, novos lugares e pessoas com as quais forjar conexões profundas. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC. Um clássico é uma obra que resiste aos efeitos do tempo e continua interessante mesmo após um longo período desde seu lançamento. Space Invaders é um desses clássicos, lançado ainda na primeira geração de videogames. Pensando em resgatar as emoções do clássico de 1978, a Pix Arts lança Space Aliens Invaders, uma ótima pedida para saudosistas com uma jogabilidade que teima em não envelhecer. O jogo segue o estilo da obra na qual toma inspiração, porém com conteúdo inédito, obviamente. Espere por novos estilos de inimigos, tiros e, claro, uma boa dose de dificuldade. O melhor de tudo é que Space Aliens Invaders já está disponível para Steam e chegou ao Nintendo Switch no último dia 13 de janeiro. Disponível: Nintendo Switch e PC. Little Nightmares é a criação do estúdio indie Swedish Tarsier Studios, que anteriormente trabalhou na série LittleBigPlanet. Talvez isso explique o porquê de, apesar de Little Nightmares ser um jogo de terror, ele ter aparência fofa. Além disso, não se surpreenda se achar o game com uma estética e gameplay parecidos com clássicos indie como Limbo e Inside pois, da mesma forma que estes, Little Nightmares também é um jogo sobre alguém pequeno e indefeso abrindo caminho em um mundo perigoso e assustador. O game é uma experiência brilhante, pontuada com notas de humor negro que são entrelaçadas por momentos genuinamente perturbadores. Mesmo quando o jogador se sentir frustrado por se sentir tão pequeno em um mundo cheio de perigos que faz você morrer várias vezes, esse sentimento é contrabalançado pela jogabilidade dinâmica, criando situações únicas a cada vez que você falha em cumprir um objetivo. Se fosse possível definir Little Nightmares em uma única palavra, ela seria: equilíbrio. O jogo constantemente brinca com luz e escuridão, som e silêncio, frustração e satisfação. Mesmo quando o game se mostra desafiador, os obstáculos são apresentados de uma forma que o jogador não se sentirá ruim ao abaixar a guarda para tentar descobrir como vencer um desafio. Mesmo falhando ocasionalmente na forma como utiliza suas mecânicas básicas, mesmo assim Little Nightmares deixa uma impressão marcante no jogador ao fazê-lo sempre se lembrar que, no final, somos seres muito pequenos diante de um gigantesco mundo assustador. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch, PC. Surfando na onda da nostalgia, 16-Bit Soccer, da Sprakelsoft, é um divertido jogo de futebol nos moldes dos que faziam a festa da garotada na primeira metade da década de 1990 — quem não lembra de International Superstar Soccer? Como o próprio nome já diz, 16-Bit Soccer possui visuais em 16-bits (como era na época do Super Nintendo e do Mega Drive). O jogo não traz a complexidade de games modernos de futebol, e sua premissa é que seja fácil de se aprender, porém difícil de se dominar. Quanto a conteúdo, 16-Bit Soccer possui 120 clubes diferentes, torneios mundiais, além de ligas específicas da Inglaterra, Espanha, Alemanha, França e Itália — a nata do futebol da Europa! 16-Bit Soccer é uma divertida opção para quem gosta de futebol eletrônico, mas não quer o realismo de jogos como FIFA e Pro Evolution Soccer. E também pode ser jogado em multiplayer local para até dois jogadores. Disponível: PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series S | X, Nintendo Switch e PC. Sakuna: Of Rice and Ruin é um JRPG desenvolvido pelo estúdio Edelweiss e publicado pela Marvelous. Nessa aventura de visual colorido e cativante, Sakuna é uma corajosa deusa da colheita do mundo de Yanato. Ela vive confortavelmente com as outras divindades no Lofty Realm, mas tudo muda de uma hora para outra quando um grupo de mortais invade o reino divino e rouba a oferenda da deusa Lady Kamuhitsuki. Como punição, ela e os mortais são exilados para a Ilha dos Demônios, com a missão de livrar o local do mal enquanto procuram formas de sobreviver nesse local inóspito. A jogabilidade básica de Sakuna é dividida em duas partes: exploração e simulação. As seções de exploração permitem que você atravesse ambientes 2D para caçar inimigos, coletar materiais necessários para o combate e sobrevivência e descobrir novas áreas de coleta. As seções de simulação encarregam Sakuna de gerenciar o trabalho do dia-a-dia envolvido na colheita de uma safra de arroz necessária para sustentar uma família. Engajar-se em ambas as atividades é necessário para o progresso, mas você precisa decidir como investir melhor seu tempo. A necessidade de equilibrar as atividades e gerenciar os recursos de itens e tempo cria um ciclo de jogo interessante e desafiador, sem ser muito punitivo. Mesmo que seja um pouco complicado quando não precisava ser, Sakuna é uma gema entre os vários jogos indies disponíveis por aí. Sua jogabilidade de simulação gratificante e envolvente, combate de forma livre emocionante e apenas a sensação de uma experiência calorosa e reconfortante enquanto você joga são o que o torna um dos melhores jogos de simulação de vida dos últimos tempos que vale a pena conferir. Disponível: PlayStation 4, Nintendo Switch e PC. Intro the Breach é um game ao estilo roguelike que coloca o jogador no comando de robôs gigantes (mechas) para acabar com insetos aterrorizantes. Desenvolvido e publicado pela Subset Games, Into the Breach é um jogo de tática baseado em turnos em que seu esquadrão de três mechs é colocado contra um enxame de insetos terrestres, os Vek. Cada nível é jogado em apenas cinco turnos em uma grade 8×8, e seu objetivo final é sobreviver, aumentar a força de seus robôs e chegar ao desenlace final, no qual você acaba com o Vek para sempre. Além disso, você também tem armas incríveis ao seu lado. Se você for inteligente, pode fazer com que os insetos ataquem uns aos outros ou empurrá-los para a água que os mata. Sempre há muitas opções, mas raramente você tem certeza de que está escolhendo as melhores. É por isso que, apesar de cada batalha acontecer em apenas 64 quadrados e em cinco rodadas curtas, geralmente você vai gastar cerca de 30 minutos nelas, planejando suas escolhas. E não se engane pelo visual retrô e simplista do game. Into the Breach oferece muitas armas para experimentar, pilotos com habilidades diferentes para desbloquear e truques de nível para utilizar. Para alguns, o game pode não ter um senso de mistério e expansividade que poderia se esperar de um RPG tático, mas, para muitos, ele é uma experiência que oferece ao jogador mais horas que o suficiente de batalhas táticas em um universo de ficção-científica em sua melhor forma. Disponível: Nintendo Switch e PC. Down in Bermuda é um divertido jogo da YAK que é outro dos jogos indie de janeiro. Com um tom leve, o jogo conta a história de um aviador que acaba preso por décadas em um arquipélago no Triângulo das Bermudas. A missão do jogador é ajudá-lo a escapar do estranho e misterioso local, e para isso será necessário dar de cara com estranhas criaturas e resolver vários quebra-cabeças. Os visuais coloridos combinam bem com a descontração que o jogo se propõe a passar, e é fácil se perder no tempo — tal qual o infeliz aviador — para buscar todos os quebra-cabeças disponíveis no jogo. Enquanto Down in Bermuda pode cativar adultos por um tempo considerável, é com os jogadores mais jovens que ele potencialmente pode fazer mais sucesso. É uma ótima recomendação para fugir da violência exacerbada que é facilmente encontrada nos jogos, e crianças e adolescentes podem gastar um tempo de qualidade com este game. Disponível: Xbox One, Xbox Series S | X, Nintendo Switch e PC. Gostou destes jogos? Confira também os melhores jogos indie que trouxemos no mês de dezembro!