No total, mais de 8 mil documentos vazados da agência de inteligência americana foram divulgados, numa operação batizada de Vault7. Para ser mais preciso, exatamente 8.761 documentos foram divulgados, apenas na primeira série, batizada de “Ano Zero”, e tem um total de sete fases.
Os dados encontrados nos documentos são provenientes de “uma rede isolada e de alta segurança situada no Centro de Inteligência Cibernética da CIA em Langley, na Virgínia”. Se forem documentos legítimos, revelam informações chocantes sobre como o governo, por meio de sua agência de inteligência, usava todo um arsenal de softwares maliciosos para espionar pessoas através de smartphones, Android, iOS e Windows, qualquer tipo de computador, seja ele Windows ou Linux e até TVs da Samsung. Todos estes equipamentos eram infectados com malwares, vírus e trojans para explorar vulnerabilidades e colocar “os olhos da CIA” em qualquer lugar. Tais ferramentas conseguem invadir sistemas de empresas de telefonia e até televisores e transformá-los em microfones, conseguindo, inclusive, burlar o desligamento manual de Smart TVs, por exemplo. Ou seja, você desliga sua TV, se certificando que o LED de stand-by está desligado e mesmo assim, ela continua ali trabalhando para lhe espionar, tudo isso, claro, sem ninguém saber. A única maneira de escapar seria tirando a da tomada. Criptografia de ponta a ponta do WhatsApp e servidores criptografados do Telegram? Nada disso é capaz de barrar a CIA. A agência de espionagem utiliza outros meios para obter seus nudes dados e conversas, sem quer ninguém perceba. O objetivo do WikiLeaks em divulgar tais dados, como sempre, é de alertar as pessoas do poder de infiltração de agências governamentais na “privacidade” online e em sistemas dos mais diversos tipos que são tidos como seguros. Como toda informação foi divulgada nesta manhã, muita coisa ainda está para ser revelada. A CIA preferiu não comentar o assunto e que não vai discutir sobre a veracidade dos documentos e legitimidade dos dados vazados. Como sabemos, toda a organização do WikiLeaks é feita por Julian Assange, como mostra o filme “O Quinto Poder“, que retrata a vida solitária do ativista virtual mais polêmico de todos. Julian está desde junho de 2012 vivendo na embaixada do Equador em Londres, pelo temor de ser extraditado e ainda assim continua seus trabalhos. Ele disse que este vazamento é “excepcional do ponto de vista legal, político e forense“. Concorda? Caso deseje consultar os documentos, acesse o site do WikiLeaks, que contém todas as informações e dados referentes à operação Vault7. Aguardem cenas dos próximos capítulos dessa história “tão Black Mirror”… E nos responda: quão assustador é saber que a CIA é capaz de hackear até a sua TV?