Os cientistas esperam que seja possível entregar cerca de 20 a 40 vezes mais remédios em relação às cápsulas tradicionais sem o motor que pode ser programado. Entenda a inovação agora mesmo.
RoboCap cria túneis no estômago
A pesquisadora Shriya Srinivasana, que além de ser criadora da pílula robótica, também é pesquisadora afiliada do Koch Institute for Integrative Cancer Research do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) e membro júnior da Society of Fellows da Universidade de Harvard, citou em seu estudo que é hora de revolucionarmos a forma de viver das pessoas que precisam de medicamentos injetáveis. A ideia, que já tem protótipos que provam sua eficácia, consiste no desenvolvimento de uma pílula com um revestimento de gelatina que pode ser ajustado para se desintegrar quando um nível de pH específico for atingido. Assim que este revestimento é desintegrado dentro do corpo humano, o motor com pequenas garras começa a funcionar. Na prática, serão criados pequenos túneis para facilitar o transporte de medicamentos como a insulina e vancomicina, que atualmente não conseguem chegar ao destino de forma oral. O trabalho funciona como um afastamento do muco intestinal para que os medicamentos sejam entregues em locais do corpo humano que geralmente são acessáveis atualmente apenas por uma agulha. Os cientistas ressaltam que a pílula robótica tem “pequenas saliências que funcionam como escovas para remover o muco”.
Testes com porcos foram bem sucedidos
Antes de seres humanos receberem a RoboCap, é necessário que testes em animais sejam realizados. Os cientistas do MIT tiveram sucesso ao realizarem testes com porcos e foi possível perceber que a pílula robótica conseguiu abrir caminho por meio do muco que reveste o intestino delgado, o que garantiu a entrega dos medicamentos para que a absorção fosse realizada com maior facilidade. A capacidade da pílula com motor é de 20 a 40 vezes maior em relação à uma pílula sem o motor. Os testes com porcos foram realizados com vancomicina, que é geralmente usado como tratar uma variedade de infecções, incluindo aquelas que afetam implantes ortopédicos e infecções de pele. Após a pílula cumprir seu propósito dentro do corpo humano, a digestão é feita da mesma forma do que com qualquer outro alimento que ingerimos em nosso dia a dia. Tudo foi realizado em cerca de 35 minutos. Não foram registradas infecções ou inflamações que causassem problemas após a ingestão da RoboCap, mas é importante lembrar que agora, os testes com humanos devem começar que a disponibilidade no mercado internacional aconteça de forma escalada.
Veremos o fim da injeção de insulina?
Os cientistas do MIT ainda querem explorar a possibilidade de explorar outras drogas proteicas como o semaglutida, um agonista do receptor de GLP-1 utilizado para tratar diabete do tipo 2. O comunicado para a imprensa também ressalta que a pílula robótica pode ajudar a tratar colite ulcerativa e outras inflamações inflamatórias, maximizando a concentração local das drogas no tecido do intestino. Com financiamento do Instituto Nacional de Saúde dos EUA e pelo Departamento de Engenharia Mecânica do MIT, também será necessário que após os testes com humanos forem concluídos, a aprovação de órgãos de saúde seja feita. É provável que veremos a RoboCap no mercado internacional em meados de 2023 ou quem sabe apenas em 2024. O que acha da ideia de tomar uma pílula robótica em vez de optar por uma injeção na barriga? Diga pra gente nos comentários! Veja também Saiba como cientistas reorganizaram ligações atômicas em uma única molécula pela 1ª vez Fontes: News MIT l Science Board l Revista Science Robotics l Interesting Engineering