O Paxlovid, desenvolvido pela Pfizer, já tem uso emergencial aprovado no Brasil desde março deste ano. Ele é indicado para pacientes com risco de evoluir para casos graves e que não precisem de oxigênio suplementar. No Brasil, o medicamento deve vir com a rotulagem e bula em português de Portugal e em espanhol. Segundo estudos realizados por estudiosos, a droga reduziu em até 89% o risco de internação por COVID-19. A venda em farmácias estará sujeita à prescrição médica e o tratamento envolve o uso de dois comprimidos simultaneamente, duas vezes ao dia, durante cinco dias. O uso deve começar imediatamente após o resultado de exame positivo para COVID-19 e em até cinco dias após o início dos sintomas. A decisão “levou em consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros países com autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos e Canadá”, informou a Anvisa, em nota. O texto acrescenta que “a medida também considerou o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas subvariantes da Ômicron e o aumento de casos da doença no país”. Segundo a diretora relatora, Meiruze Freitas, a venda no mercado privado irá aumentar ainda a facilidade de acesso ao tratamento da Covid-19, visto que o remédio deve ser tomado dentro de cinco dias após o início dos sintomas da doença. Os diretores da agência reguladora também aprovaram a ampliação da validade do medicamento de 12 meses para 18 meses. “O diagnóstico precoce e o tratamento ambulatorial, quando necessários, são importantes para evitar a progressão da doença para casos graves”, afirmou a diretora. Ela reiterou que o tratamento não substitui a vacinação, que “continua sendo a melhor estratégia para evitar a Covid-19, as hospitalizações e os óbitos”, acrescentou Meiruze.
Sobre o medicamento
O Paxlovid é composto por comprimidos de nirmatrelvir e ritonavir embalados juntos, que também devem ser administrados juntos. A posologia recomendada é de 300 mg de nirmatrelvir (dois comprimidos de 150 mg) com 100 mg de ritonavir (um comprimido de 100 mg), todos tomados juntos por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias. O medicamento deve ser administrado, assim que possível, após o resultado positivo do teste diagnóstico para o Sars-CoV-2 e avaliação médica, e no prazo de cinco dias após o início dos sintomas. O objetivo final desse tipo de medicamento é preservar o organismo e impedir a evolução e o agravamento da doença. Segundo a Anvisa, o Paxlovid não está autorizado para tratamento de pacientes que requerem hospitalização devido a manifestações graves ou críticas da COVID-19. Também não está autorizado para profilaxia pré ou pós-exposição para prevenção da infecção pelo novo coronavírus. Além disso, o remédio não está autorizado para uso por mais de cinco dias. Como não há dados do uso do Paxlovid em mulheres grávidas, recomenda-se que seja evitada a gravidez durante o tratamento com o medicamento e, como medida preventiva, até sete dias após o término do tratamento. O Paxlovid também não é recomendado para pacientes com insuficiência renal grave ou com falha renal, uma vez que a dose para essa população ainda não foi estabelecida.
Preços no Brasil
Em nota, a Pfizer disse que trabalha para trazer o Paxlovid ao mercado do país o mais rápido possível. “Com a aprovação da autoridade regulatória, anunciada hoje, a empresa iniciará o processo de importação para posterior comercialização do produto, o que buscará fazer da forma mais célere possível”, declarou. O preço de venda nas farmácias ainda não foi divulgado e cabe à CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos). No entanto, é importante destacar que o tratamento com o medicamento não substitui a vacinação: ter o esquema vacinal completo é a melhor estratégia para evitar a COVID-19 e a forma grave da doença. Veja também: Causadas por vírus diferentes, saiba como fazer o primeiro diagnóstico para saber se você tem gripe ou resfriado. Fontes: Agência Brasil, UOL.