De acordo com Steve Mollenkopf, CEO da Qualcomm, até o primeiro trimestre de 2020, a empresa espera fazer com que a curva de lucro consiga refletir mais ainda os esforços para expandir a tecnologia 5G para o mercado mundial. A Qualcomm, em seu relatório, demonstra que teve uma receita de US$ 9,6 bilhões, representando um aumento de 74,5% em relação aos 5,5 bilhões registrados na mesma época fiscal do ano anterior. O lucro líquido da companhia, no fechar do mês de junho, foi de US$ 2,1 bilhões, representando um aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado.
Qualcomm e o sucesso do 5G
Dos relatórios anunciados pela empresa, é possível constatar que a taxa de crescimento do 5G está sendo bem maior, se comparado ao início da implementação do 4G. É esperado pela empresa que mais de 20 operadores iniciem o serviço e mais de 20 fabricantes tenham dispositivos 5G nos primeiros doze meses após o primeiro lançamento comercial. E, juntamente com isso, a China está sendo pioneira na implementação da tecnologia no país. Na China, o serviço comercial do 5G foi oficialmente aprovado no início de junho e a estimativa da Qualcomm é que, até o final deste ano, três operadoras implantarão aproximadamente 100.000 estações base 5G no país. Caso isso aconteça, esse fato colocará o país em um contexto equivalente à escala da rede interna de operadores existentes nos Estados Unidos. De acordo com a Verizon, empresa especializada em tecnologias sem fio e smartphones, há uma esperança de que três quartos dos telefones que forem lançados no Estados Unidos até o próximo ano sejam 5G. Algumas empresas, como a AT&T e T-mobile/Sprint, anunciaram que estão no caminho certo para a cobertura da tecnologia no país, resultando uma implementação mais acelerada no país do 5G.
O acordo com a Apple
Analisando os dados, é possível constatar que a parceria com a Apple é uma das grandes responsáveis pelo crescimento da receita da empresa. A Apple pagou US$ 4,7 bilhões para encerrar uma disputa comercial entre as empresas. A negociação também resultou em um compromisso de fornecimento de chips para os próximos iPhones durante 6 anos. O acordo com a Apple veio em um bom momento comercial para a empresa, porque o resultado positivo do trimestre foi alcançado basicamente com ajuda do valor extra, visto que outros setores da Qualcomm tiveram um desempenho fraco, comparado a outras épocas, com um mercado bem volátil.
O futuro da Qualcomm
O departamento de Licenciamento de Tecnologia da Qualcomm (QTL) fechou o trimestre fiscal com US$ 1,29 bilhão de receita, representando uma queda de 10% em relação ao mesmo período fiscal de 2018. Já os US$ 150 milhões de royalties devido a um contrato provisório feito com a Huawei não estão inclusos nas atuais provisões. Outro setor que não foi bem é o QCT (Qualcomm CDA Technologies), tendo sua receita fechando em US$ 3,57 bilhões, representando uma queda de 13%. Já os embarques de chips HSH, feitos pela QCT no terceiro trimestre, atingiram 156 milhões e, ainda assim, representou uma queda de 22%, comparado com o ano passado. O medo de quedas e, principalmente a guerra fiscal entre Estados Unidos e China, deixam um certo receio sobre o futuro. Ainda assim, a Qualcomm pode ter um bom final de ano fiscal, visto que a Apple possui o smartphone mais vendido dos Estados Unidos, o iPhone XR. A parceria com a Huawei também trouxe bons frutos para a Qualcomm, já que a empresa tem tido bom desempenho na China. Para o quarto trimestre, a Qualcomm espera obter uma receita na faixa dos US$ 4,3 bilhões a US$ 5,1 bilhões. Um pouco abaixo referente ao atual trimestre, porém, visto que está ocorrendo a troca de tecnologias, é esperado que essa queda seja sentida momentaneamente. A previsão não conta com as possíveis receitas vindas das vendas de produtos da Huawei, uma vez que as negociações ainda estão em andamento.