Álvaro Gonçalves, gerente sênior de Games e Soluções do SIDIA – Samsung, afirma que o Instituto tem focado em três áreas: entretenimento e jogos, turismo e health care. O projeto consiste em capacitar profissionais da área da saúde para diminuir o número de partos cesáreas – e utilizando a Realidade Virtual para isso. A dra. Rita Sanchez, obstetra e especialista em Medicina Fetal do HIAE, além de líder clínica do projeto Parto Adequado, conta que o PPA teve início em 2015, com duração de 18 meses e 35 hospitais voluntários com o objetivo de “não só diminuir a taxa de cesáreas no Brasil, mas também melhorar a assistência obstétrica às pacientes”. De acordo com a Agência Nacional de Saúde, nos hospitais públicos, 30% dos partos são cesáreas, enquanto na rede privada a média é de 80%. Além do parto muitas vezes ser prematuro, antes das 40 semanas, pode acabar gerando complicações para as mães e para os bebês – além de um gasto alto para o hospital com a UTI.
Cesáreas em hospitais particulares são 80% dos partos
“Esse projeto é uma grande mudança de cultura, tanto dos médicos quanto dos pacientes. A gente não pode culpar a paciente por ter medo da dor e querer uma cesárea, nem o médico por não ter disponibilidade e marcar esse tipo de parto”, afirma a doutora. Sem lugar nos hospitais, com falta de conforto para as pacientes e falta de tempo dos médicos, o projeto Parto Adequado quer mudar essa cultura que criou uma epidemia de cesáreas no país. Sanchez ainda explica que o projeto deu tão certo nos primeiros 35 hospitais, que foi feita uma disseminação com 136 entidades, sendo 25 hospitais públicos. O projeto, liderado pelo Einstein, deve começar agora em novembro a capacitar esses profissionais da saúde por meio da Realidade Virtual. O aplicativo VR Healthcare mostra com exemplos práticos que a cesárea não precisa ser a primeira opção e, além de capacitar enfermeiros e médicos, pode ajudar a preparar a mãe, durante o pré-natal, para entender o que está acontecendo com o seu corpo. Durante visita ao hospital Albert Einstein, pude testar em primeira mão o aplicativo – e, de fato, o projeto promete ser educativo e interativo. Por meio do uso da Realidade Virtual com o Gear VR e um Galaxy S8, o médico se vê diante de várias situações, como a paciente entrar em trabalho de parto, como aliviar as dores no pré-parto e até quando é a hora de optar por uma cesárea. Renan Leser De Medeiros, artista líder da área de Realidade Virtual do SIDIA – Samsung, é um dos desenvolvedores do VR Healthcare e conta que “do ponto de vista de desenvolvimento, é como se fosse um filme pro VR, com storyboard, personagens, cenários, modelagem 3D…” “A experiência que nós tivemos foi trazer o modelo tradicional de treinamento, com toda a rigidez e necessidade do protocolo médico, mas usar uma tecnologia de ponta para traduzir esse treinamento em uma experiência VR”, afirma Álvaro.
Projeto Parto Adequado e VR: mais efetivo e barato para hospitais
Enquanto o projeto Parto Adequado poderia ser apenas mais um curso médico em um vídeo ou fazer funcionários da saúde ao redor do Brasil voarem até o Albert Einstein para uma palestra, o aplicativo VR Healthcare poderá ser acessado por um Samsung Galaxy em um Gear Vr. O objetivo do projeto é atingir esses quase 150 hospitais – a princípio, junto das suas respectivas comunidades. Ao pensar que esses profissionais, que por muitas vezes não podem deixar os postos pela precariedade da região, poderão ter um aprendizado do mesmo jeito que um hospital particular em uma grande metrópole tem; só vai ser preciso o Gear VR e um Galaxy (pela compatibilidade com a aplicação). Ou seja, um dos futuros da medicina também esta no VR. Do lado da Samsung, para Álvaro Gonçalves, “a gente tenta constantemente encontrar problemas no mundo real e o papel do SIDIA nesse momento é identificar esses problemas e resolvê-los.” Você pode saber mais sobre o Projeto Parto Adequado aqui.