A Apple nos disponibilizou o iPhone 11 na cor vermelha e o iPhone 11 Pro Max na cor verde meia-noite e, após duas semanas de testes, você confere qual é a melhor escolha no nosso review completo.
Design
As principais distinções em termos de design entre os iPhone 11, 11 Pro e 11 Pro Max são o tamanho, peso, materiais, cores e quantidade de lentes. O iPhone 11 conta com tela 6,1 polegadas, contra 5,8 polegadas do 11 Pro e 6,5 polegadas do 11 Pro Max. Os modelos “11 Pro” e “11 Pro Max” utilizam tecnologia OLED, por isso a tela tem bordas mais finas que o iPhone 11. É uma pena a Apple não oferecer uma tela com menos de 6 polegadas em um modelo “não-Pro”, visto que muitos usuários preferem aparelhos menores. Os três novos iPhones ainda possuem o recorte no topo (notch), em que ficam alojadas a câmera frontal e o sistema True Depth de reconhecimento facial usado no Face ID. Introduzida no iPhone X em 2017, a longa monocelha no topo do iPhone parece datada quando comparada a outras fabricantes que praticamente eliminaram as bordas dos smartphones. A favor da Apple pesa o fato de que nenhuma dessas fabricantes oferece autenticação biométrica facial tão segura como o Face ID (exceto o Google, que também precisou incluir uma “testa” avantajada no Pixel 4 para abrigar os sensores). Nas laterais encontra-se outra diferença entre os novos iPhones: a moldura do “11 Pro” e “11 Pro Max” é feita de aço inoxidável polido – mais caro, brilhante e resistente -, enquanto a do iPhone 11 é feita de alumínio fosco. Ambas tem o seu valor estético, mas o aço é um material claramente superior. Outra distinção notável entre o iPhone 11 e o 11 Pro Max é o peso – 194g contra 226 g, respectivamente. O iPhone 11 parece bem mais leve e confortável ao usá-lo com apenas uma mão, mesmo sendo 2 mm mais grosso. Na parte de trás, há desde pequenos ajustes como a centralização do logo da Apple e a remoção da marca “iPhone”, que ficava gravada na área inferior do aparelho, até a protuberante caixa de vidro onde as câmeras traseiras estão aninhadas. Embora pessoalmente o alojamento das câmeras – principalmente no “11 Pro” – não seja tão desagradável aos olhos quanto as imagens sugerem, a disposição das lentes no iPhone XS era certamente mais elegante. No iPhone 11 o vidro em torno das lentes da câmera é fosco, enquanto o restante do corpo é lustroso (glossy). No iPhone 11 Pro e 11 Pro Max, a aparência é inversa: o corpo do aparelho é fosco e ao redor das lentes, lustroso. Particularmente, considero a traseira dos modelos “11 Pro” e “11 Pro Max” mais atraente (especialmente na cor verde, que testamos), pois o vidro fosco disfarça quase que completamente marcas de dedos, enquanto o glossy suja rapidamente. Segundo a Apple, o vidro usado nos novos iPhones é o mais resistente já aplicado em um smartphone, mas essa afirmação não foi posta à prova nesse review. Os modelos “11 Pro” e “11 Pro Max” também têm resistência à água (até 4 metros de profundidade por até 30 minutos), enquanto o 11 tradicional suporta até 2 metros pelo mesmo período. Por fim, as cores de cada versão são distintas: o iPhone 11 está disponível nas cores preta, branca, amarela, vermelha, verde e roxa. A bela cor azul do iPhone XR foi (infelizmente) eliminada nessa linha. Já as versões “11 Pro” e “11 Pro Max” são vendidos nas cores dourado, prateado, cinza-espacial e verde meia-noite.
Performance
A Apple consolidou a liderança em processadores e GPUs móveis há alguns anos e em 2019 manteve a dianteira com o novo chip A13 Bionic. Comparado ao Snapdragon 855, da Qualcomm, usado em concorrentes como o Galaxy Note 10 e o Google Pixel 4, o chipset da Apple chega a ser até 77% mais rápido em determinadas cenários. Todo esse poder de fogo é usado para manter a navegação pelo sistema e aplicativos fluída, tornar a autenticação via Face ID ligeiramente mais ágil, renderizar games com gráficos intensos, carregar páginas web e, principalmente, processar as centenas de imagens e quadros de vídeos capturados cada vez que o botão da câmera é acionado. A Apple não revela a quantidade de memória RAM dos aparelhos, mas testes apontam que os três iPhones possuem 4 GB para uso geral e os modelos “11 Pro” e “11 Pro Max” teriam 2 GB adicionais apenas para o sensor de imagens. Dito isso, nos meus testes não senti diferença significativa entre eles ao usar a câmera. No quesito performance, portanto, compradores do iPhone 11 ao iPhone 11 Pro Max recebem praticamente os mesmos benefícios.
Áudio e Vídeo
Em nenhum outro aspecto a superioridade dos modelos “11 Pro” e “11 Pro Max” do iPhone 11 fica mais evidente do que na tela. O modelo tradicional é equipado com a mesma Liquid Retina (IPS LCD) usada no iPhone XR em 2018. O display tem resolução de 1792 x 828 pixels (326ppi de densidade), suporta as tecnologias HDR10 e True Tone e atinge 625 nits de brilho. O iPhone 11 Pro e o 11 Pro Max, por sua vez, são equipados com um display com tecnologia OLED e HDR, que é mais brilhante, nítida, possui maior contraste, exibe cores mais vibrantes e tem bordas mais finas. Isso não significa que a Liquid Retina do iPhone 11 seja ruim, ela é a melhor tela LCD em um smartphone do mercado. Apenas quando colocada lado a lado com o excelente display Super Retina XDR dos iPhones mais caros, a diferença torna-se notável. A tela Super Retina XDR possui resolução de 2436 x 1125 pixels, atinge incríveis 1200 nits durante a reprodução de vídeos em 4K HDR, tem proporção de contraste de 2.000.000:1 e exibe 458ppi de densidade. A Apple descreve a capacidade de iluminação da seguinte forma: Por ser OLED, a tela do iPhone 11 Pro é capaz de desligar completamente os pixels quando o usuário ativa o Modo Escuro do iOS 13, o que contribui para a preservação da bateria, além de dar um belo visual ao sistema. Vale notar que nenhum dos novos iPhones suporta o 3D Touch, que a Apple substituiu pelo Haptic Touch como motor de respostas táteis. A mudança, porém, é quase imperceptível. A Apple também afirma ter aprimorado a reprodução de áudio nos novos iPhones com uma tecnologia chamada áudio espacial e suporte ao Dolby Atmos. Essas melhorias são tangíveis, mas voltadas ao consumo individual de conteúdo, por exemplo, para assistir a um filme ou jogar segurando o iPhone nas mãos sem fones de ouvido. Para tocar músicas em um ambiente com mais pessoas, uma boa caixinha Bluetooth continua sendo mais indicada. E por falar em reprodução de vídeos, compradores dos novos iPhones ganham gratuitamente um ano de assinatura do novo serviço de streaming Apple TV+.
Bateria
No ano passado, a Apple agradou com a ótima bateria embutida no iPhone XR e esse ano a fabricante foi ainda mais longe. Mas antes de comentarmos o desempenho da bateria, dentro da caixa há mais uma distinção entre os três modelos. Enquanto a versão tradicional acompanha o mesmo cabo Lightning para USB-A com tomada de 5W de sempre, as versões “11 Pro” e “11 Pro Max” são acompanhadas, pela primeira vez, de um cabo Lightning para USB-C com tomada de 18W e suporte ao carregamento rápido (50% em até 30 minutos). O iPhone 11 também suporta o carregamento rápido, mas será preciso adquirir a tomada separadamente. Outro ponto positivo é que todos os aparelhos suportam recarga sem fio padrão Qi. Com relação ao desempenho da bateria, todos os novos iPhones ganharam fôlego em relação aos antecessores. Segundo a Apple, comparados ao iPhone XR, que até então segurava a coroa pela bateria de maior duração na linha, o iPhone 11 aguenta uma hora a mais, enquanto o 11 Pro e o 11 Pro Max conseguem, respectivamente, 4 horas e 5 horas a mais de autonomia. Nos dias em que passei com eles, ambos foram usados intensivamente com Wi-Fi, 4G e Bluetooth ligados para navegação na internet, tirar fotos, gravar vídeos, redes sociais, mensagens, e streaming, mas ainda iam pra tomada no final do dia com mais de 15% (no caso do iPhone 11) e até 30% (no caso do modelo “11 Pro Max”“. Dependendo do seu uso diário, o desempenho pode variar, mas é inegável que essas são as melhorias baterias já entregues pela Apple.
Câmeras
Visualmente a maior diferença entre o iPhone 11 e o iPhone 11 Pro Max é quantidade de lentes na traseira de cada aparelho: enquanto o modelo mais básico conta com duas câmeras (ultra grande-angular e grande-angular), tanto o “11 Pro” quando o “11 Pro Max” têm três (ultra grande-angular, grande-angular e teleobjetiva) de 12 MP. Na prática, somente os dois modelos mais caros trazem zoom óptico 2x para aproximação. A Apple já inclui esse tipo de lente nos iPhones desde o iPhone 7 Plus, portanto a grande novidade mesmo é a lente ultra grande angular, que funciona como um zoom invertido com campo de visão de 120º. Esse amplo campo de visão dá aos novos iPhones muita versatilidade na hora de escolher as pessoas e objetos que o usuário deseja incluir na imagem e quais prefere deixar de fora. Essa flexibilidade fica evidente ao usar o aplicativo Câmera atualizado do iOS 13. Ao abri-lo, a visão da câmera padrão grande-angular (zoom 1x) é pré-selecionada, mas ao mesmo tempo as laterais da tela mostram a visão da lente ultra grande-angular (zoom 0,5x). Basta tocar no botão de zoom para alternar entre elas. Claro que nada disso valeria a pena se as fotos não ficassem boas, mas quanto a isso não há dúvidas: as câmeras são excelentes – e arrisco dizer que podem ser as melhores em um smartphone vendido no Brasil (onde Google e Huawei têm baixa penetração). As imagens contam com uma riqueza de detalhes, contraste e nitidez superiores até mesmo comparadas ao iPhone XS. É importante salientar que, embora a Apple tenha se esforçado para tornar o uso das múltiplas câmeras fluído, algumas especificações são distintas. Por exemplo, a câmera principal (grande-angular) é a única que conta com Focus Pixels (tecnologia para foco automático mais rápido) a 100%, enquanto a dupla estabilização óptica de imagem e o Modo Noite estão disponíveis apenas na grande-angular e teleobjetiva. Uma das poucas dificuldades que tive ao usar a câmera foi na reprodução de tons escuros em ambientes iluminados com luz solar indireta (dentro de casa com a janela aberta). O iPhone 11 Pro Max, por exemplo, insistiu em capturar um tom cinza escuro ao tentar fotografar uma blusa totalmente preta. E por falar em escuro, a adição do Modo Noite é outra impactante novidade da nova geração. Sim, esse recurso já existe em aparelhos concorrentes, mas aqui ele é ativado de forma automática e produz resultados mais naturais e detalhados. Contudo, tente manter a mão firme enquanto tira fotos com o recurso ativado, pois a chance delas saírem tremidas em um cenário com pouca iluminação são maiores. Como para muita gente, a câmera que conta mesmo é a frontal, e a Apple também atualizou esse componente na nova geração. A câmera agora conta com 12 MP e abertura ƒ/2.2m, Modo Retrato aprimorado com o novo efeito Luz Brilhante Mono, gravação de vídeos 4K a 60 quadros por segundo e captura de selfies em câmera lenta (o que a Apple apelidou de “Slofies”). A câmera frontal ganhou um campo de visão maior, que é ativado automaticamente por software ao girar o aparelho na horizontal ou ao tocar no botão de zoom da tela, ideal para capturar aquela selfie em grupo. Por fim, novamente o iPhone se sobressai com a qualidade da gravação de vídeos. Mas para além das especificações (4K a 60 qps, HDR), o que torna os resultados tão atraentes são a impressionante estabilização da imagem, que suaviza os movimentos das minhas mãos pouco firmes, e o novo zoom de áudio, que captura o som na mesma direção em que a câmera aponta.
Conectividade
Tanto o iPhone 11 quanto o iPhone 11 Pro Max possuem conexão 4G LTE Advanced e Wi-Fi 6 (802.11ax), que garantem velocidades mais rápidas de acesso, desde que usados em redes compatíveis. A Apple optou por não fabricar um modelo 5G este ano, o que não é um problema para consumidores brasileiros, visto que a implementação dessas redes só deve começar em 2020 (e olhe lá). Uma novidade interesante, porém ainda um tanto misteriosa, é o U1 Chip que a Apple incluiu em todos os novos iPhones. A fabricante o descreve da seguinte forma: Essa descrição deixa claro que a Apple tem grandes planos para o U1 chip, mas por enquanto o único recurso disponível é o envio de arquivos via AirDrop apontando o iPhone para o outro aparelho que deseja enviar.
iOS 13
O sistema operacional de fábrica dos novos iPhones é o iOS 13. O lançamento dessa versão foi um tanto conturbada por conta de bugs e instabilidades não corrigidos antes do início das vendas, mas após alguns pacotes de correções liberados, boa parte desses problemas foram solucionados. Entretanto, durante o uso ainda notei alguns comportamentos inesperados. No geral, o iOS 13 é uma evolução considerável em relação ao iOS 12, pois traz aplicativos redesenhados (Fotos, Lembretes, Buscar, Mapas), Modo Escuro (ainda mais impressionante na tela OLED do “11 Pro Max”), novas opções de Memoji e Animoji e até um novo serviço de assinatura de games, o Apple Arcade, que oferece centenas de jogos por apenas R$ 9,90 ao mês. Outro recurso do iOS que chega a um novo patamar na nova geração é o de realidade aumentada (AR). Foi utilizando-a nestes aparelhos que a Apple me convenceu do futuro dessa funcionalidade, pois os testes que tinha feito em gerações passadas costumavam ser bugados e um tanto inúteis. Na linha iPhone 11, o mapeamento dos ambientes está mais rápido e preciso e os objetos gerados se adaptam melhor ao cenário. A demonstração de produtos disponíveis no próprio site da Apple é um bom exemplo disso.
Preços
A parte mais difícil em qualquer review de iPhone, principalmente no Brasil, é o preço. Mas esse ano, as notícias são boas: os valores dos aparelhos estão – ligeiramente – mais baixos. O valor inicial do iPhone 11 é de R$ 5.058 com 64 GB de armazenamento. Por R$ 5.362,00 você leva 128 GB e poderá filmar em 4K com (um pouco) mais de tranquilidade. A opção com maior armazenamento (256 GB) sai por R$ 5.799. Para comprar os modelos “11 Pro” e “11 Pro Max”, o esforço é maior. O mais “acessível” custa R$ 6.999 com 64 GB de espaço. As opções com 256 GB e 512 GB custam, respectivamente, R$ 7.799 e R$ 8.699. Por fim, o todo poderoso iPhone 11 Pro Max custando R$ 8.399 (64 GB) e vai até doloridos R$ 9.299 (512 GB).
Conclusão
O iPhone 11 é sem sombra de dúvidas a melhor opção para a maioria dos compradores, pois entrega grande parte dos benefícios dos modelos “11 Pro” e “11 Pro Max” por até 2 mil reais a menos. A tela poderia ser melhor, mas a terceira câmera não deve lhe fazer falta, principalmente se seu smartphone atual não for um iPhone ou está na versão 8/8 Plus. As melhorias significativas de bateria, performance, áudio, câmera frontal, ultra-angular e modo Noite são mais que suficientes para a atualização valer a pena. Agora, se você estiver vindo de um iPhone X, XR, XS ou XS Max, o iPhone 11 Pro ou 11 Pro Max são os mais indicados, pois a tela LCD do modelo mais básico e a ausência da teleobjetiva significaria um declínio (exceto no caso do XR, pois trata-se da mesma tela e há apenas uma câmera). Uma coisa é certa: há alguns anos a Apple não apresentava uma linha de iPhones novos tão completa e atraente quanto a atual.