Será que o K41S é uma boa evolução do K40S? Recebemos o aparelho da LG para testes e, após quase um mês de muita jogatina, fotos e vídeos no YouTube, você confere o que tudo que achamos do smartphone.
Corpo e design
Todos os smartphones mais recentes da LG possuem uma característica em comum — e que é muito bem-vinda atualmente: durabilidade. A construção do K41S é certificada pelo padrão militar MIL-STD 810G, significando que ele passou por rigorosos testes de durabilidade e submetido a temperaturas extremas e choque. Ou seja, apesar de ser um corpo todo feito de plástico, sua pegada firme e nem um pouco escorregadia passa uma sensação de rigidez. Vale lembrar que essa certificação não o torna inquebrável ou à prova d’água; ele apenas aguenta mais pancadas do que outros modelos da concorrência — mas não traz nenhuma certificação contra água ou poeira. Já o visual do K41S segue a identidade da linha K: as bordas são arredondadas e as câmeras são organizadas na horizontal com o leitor de impressões digitais logo abaixo. Na lateral esquerda, a LG manteve o botão dedicado ao Google Assistente abaixo dos botões de volume, enquanto a lateral esquerda traz apenas a gaveta para chip e cartão de memória, além do botão Liga/Desliga. A versão que recebemos para testes foi na cor preta e não há do que reclamar: se você curte um celular sóbrio e discreto, é de longe a opção ideal. Além disso, há as variantes nas cores titânio, que adiciona tons reflexivos bem agradáveis, e o branco. Diferente do seu antecessor, a LG finalmente equipou o K41S com uma entrada USB-C, que promete acelerar o carregamento e agilizar a transferência de dados. Já o alto-falante segue sendo mono, mas a fabricante manteve o querido conector de 3.5 mm para fones de ouvido e um microfone para cancelamento de ruído.
Tela e multimídia
Em relação à tela, o K41S manteve o painel IPS LCD e a resolução HD+ do seu antecessor, mas aumentou o tamanho da tela para 6,55 polegadas e esticou a um pouquinho, passando de 19:9 para 20:9. Isso significa que a visualização de conteúdos, principalmente em vídeos no YouTube, fica mais agradável e próxima às telas de cinema. Além disso, a tradicional tecnologia FullVision da LG traz ótimos ângulos de visão e uma fidelidade de cores agradável aos olhos. Embora o painel IPS não produza contrastes tão profundos quanto um AMOLED, o K41S se destaca pelo brilho alto. No entanto, há de fato uma limitação na resolução HD+ que, aliado a um display gigante, faz com que seja possível enxergar os pixels na tela. A falta de resolução é levemente compensada em outros pontos, mas o K41S não evoluiu tanto em relação ao K40S. O alto-falante do mono do K41S oferece a mesma qualidade de som dos modelos antigos da linha K: é alto, mas não produz um bom grave e tem distorções quando no volume máximo. O destaque fica para a experiência com fones de ouvido, já que vem com a exclusiva tecnologia DTS:X 3D de 7.1 canais. Em nossos testes, a função nos proporcionou imersão 360º mesmo com fones mais simples.
Hardware e software
Outro ponto que o K41S não evoluiu em relação ao seu antecessor foi no desempenho. O smartphone é equipado com o mesmo chip Helio P22 da MediaTek, um octa-core rodando a 2 GHz. Ele trabalha com 3 GB de memória RAM e 32 GB de armazenamento interno — com suporte para cartões de memória até 2 TB. Anunciado em 2018, o Helio P22 já não se destaca tanto quando o assunto é multitarefas: as transições em aplicativos simples, como Facebook, Instagram e Google Chrome, acontecem de maneira um pouco arrastada e geralmente apresentam alguns engasgos — algo que não acontecia com a linha K12, lançada em 2019 e que é equipada com o mesmo processador. Quando se trata de jogos, a GPU PowerVR GR8320 de 650 MHz não lida muito bem com muitos gráficos da tela e títulos como Free Fire, PUBG Mobile e Asphault 9 precisaram rodar os gráficos no mínimo para conseguir algo aceitável. Já jogos mais simples, como Yu-Gi-Oh! Dual Links, Subway Surfers e Candy Crush rodaram na média entre 25 a 30 fps. Seria muito mais vantajoso se a LG equipasse o K41S, pelo menos, com o Helio P35, o mesmo chip presente nos K51S e K61. No entanto, vale destacar que o processador da MediaTek foi um dos primeiros do mercado a trazer recursos de inteligência artificial para celulares mais básicos, atuando em diversos setores como câmeras, gerenciamento de bateria e desempenho. O K41S sai de fábrica com o sistema operacional Android 9.0 Pie e, até o momento da data de publicação deste review, ainda não havia sido atualizado para o Android 10. A interface proprietária da LG está bem diferente das antigas versões, com ícones mais clean, transições suaves e tempo de resposta melhorados. Além disso, finalmente a empresa incluiu o queridinho modo escuro, bem como uma função que “esconde” o notch, para caso você não tenha se acostumado com o ressalto na borda da tela.
Câmeras
O principal destaque do K41S é seu conjunto quádruplo de câmeras na traseira, liderado por um sensor principal de 13 MP. As outras são: ultrawide de 5 MP, macro de 2 MP e profundidade de 2 MP. Em nossos testes, as fotos com a câmera principal em ambientes externos e bem iluminados agradaram bastante. Aliado ao modo AI CAM, que identifica diversos cenários e aprimora as cores, tivemos saturação, nitidez e balanço de branco bem equilibrados. Já a câmera Super Grande Angular (ultrawide) de apenas 5 MP não impressiona, mas é ideal para registrar momentos de família ou de paisagens. Nesse modo, no entanto, os ruídos são mais perceptíveis e as cores não são tão vivas quanto a principal, além de possuir bastante distorção nas bordas. O terceiro sensor do smartphone tem lente macro — que serve para imagens de perto. Como era de se esperar de uma resolução de apenas 2 MP, as imagens têm pouquíssimos detalhes e o ruído é tremendo. Em cenários mais desafiadores, é mais vantajoso usar a câmera principal para fotografar objetos mais próximos. Além de inteligência artificial, há um sensor de 2 MP exclusivo para medir a profundidade do ambiente, ou seja, ele auxilia as outras câmeras no famoso modo retrato. Para sua faixa de preço, o resultado é agradável, mesmo apresentando algumas falhas no desfoque. Quando a noite cai, o K41S mostra sua principal fraqueza: as fotos com todas as câmeras registraram ruído excessivo e baixa fidelidade de cores. O mesmo pode ser dito para o sensor para selfies — satisfatório em ambientes claros, ruim em iluminação desafiadora.
Bateria
Um dos pontos positivos do chip Helio P22 é a sua economia de energia, fazendo com que os 4.000 mAh de bateria do K41S cheguem ao fim do dia com bastante carga de sobra. Durante nossos testes simulando um “dia de trabalho”, usamos o celular um dia inteiro com 4G ativo, rodando Spotify no fundo durante 3 horas, redes sociais frequentemente, além de jogos casuais e navegação na Web. Repetindo o feito dos seus antecessores, chegamos em casa à noite com uma carga perto dos 40%. Outro upgrade do K41S é a porta USB-C, que traz suporte a carregamento rápido. Não é tão rápido quanto modelos intermediários ou premium, mas conseguimos recarregar o smartphone completamente em duas horas.
Conclusão
Entre os modelos da nova linha K, o K41S foi o que menos apresentou diferenciais em relação aos seus antecessores. Tela, desempenho, experiência de software e câmeras não evoluíram tanto quanto seus irmãos maiores, K51S e K61, que trazem melhorias em diversos setores. Ainda assim, o K41S mantém a qualidade de construção e o desempenho satisfatório dos seus antecessores, se mostrando uma opção para quem curte o design da LG e não joga muito no celular. Caso seu perfil seja um pouco mais exigente, sugerimos olhar para o K61. O LG K41S está à venda nos principais varejistas do país, e pode ser encontrado a partir de R$ 1.044 nas Americanas.