Design
Assim como no moto g100, a Motorola felizmente manteve o carregador e um cabo na caixa. E também assim como no moto g100, a capa do aparelho não veio separada, já estando instalada no telefone. O moto g60 tem 220 gramas e 9,68 mm de espessura, o que faz dele um senhor celular, enorme e que mal se encaixa nos bolsos. Sua tela de 6,8 polegadas (ca. 17 cm) deixa o celular bem alto, mas mesmo com esse tamanho, ele fica bem confortável depois de algum tempo, embora o peso continue assustando. Na parte superior da tela, ao lado das várias notificações do sistema Android 11, ele conta com uma lente de selfie localizada no chamado punch hole display. Na traseira, o acabamento de plástico com efeito metalizado reflete luz azul ou roxa dependendo da iluminação e do ângulo por qual é visto, mais uma vez igual ao moto g 100. Em suas laterais, temos um botão para ativar o Google Assistente, um sensor de impressão digital implantado no botão de bloqueio, e os controladores de volume – até aqui, um celular bem comum. Inclusive, em design, o moto g60 parece um moto g 100 com 0,1 polegadas (0,25 cm) a mais e um recorte para a câmera traseira bem maior. É curioso ver o quão semelhante os dois aparelhos são, e como os mesmos problemas — as constantes marcas de impressões digitais, o peso, e até mesmo o desconforto com a parte superior e inferior não arredondadas se fazem presentes também aqui. A caixa do aparelho também traz fones-de-ouvido e um carregador turbo, de 20W.
Câmeras
O moto g60 conta com três câmeras traseiras, com um sensor principal de 108 MP, uma lente ultra grande angular de 8 MP e um sensor de profundidade de 2 MP. O desempenho em lugares iluminados da câmera principal é bom, com cores naturais. Algumas vezes, porém, dependendo da intensidade da iluminação no local, certas bordas levemente roxas aparecem nas fotos, o que incomoda. Surpreende que isso é um problema que também encontrei nas câmeras do moto g100, que está replicado aqui, mesmo que a câmera principal conte com muitos mais megapixels. As fotos tiradas com o sensor de 108 MP também contam com a tecnologia Ultra-pixel, que transformam 9 pixels em somente 1. Embora ela impressione inicialmente, basta um zoom na imagem para ver o quanto as fotos perdem qualidade. Porém, pensando que dificilmente usamos o zoom em fotos de ambiente ou de família, não vejo um real motivo para reclamar. O modo noturno conta com uma grande perda de detalhes, ruídos nas fotos são perceptíveis e, acima de tudo, o foco da foto fica muito borrado, tanto em gravações quanto em fotos. Acho que essa é uma deficiência geral da Motorola na linha G, por enquanto, já que o moto g100 também teve esses problemas. A lente Ultra Larga conta com um desempenho bom, embora o problema de borda roxa apareça com mais frequência, dependendo muito mais da iluminação para evitar suas aparições — o que coloca essa lente em uma situação não muito agradável, já que é mais difícil conseguir boas fotos assim. Em geral, prefiro sempre usar o sensor principal mesmo.As fotos macro captam bons detalhes, porém fica evidente o quanto se perde qualidade de imagem nela. Embora os detalhes fiquem claros, tudo que não está focado e aparece na imagem ganha uma distorção enorme. Na parte frontal, a câmera de selfies conta com 32 MP, mas, embora faça imagens bem bonitas, os pontos mais escuros das fotos tiradas com ela tem uma saturação absurda. O modo noturno até está disponível nas lentes frontais, mas o resultado, mais uma vez, deixa a desejar, com a saturação presente em fotos iluminadas sendo muito pior.
Hardware e desempenho
Contando com o Snapdragon 732G e 6 GB de RAM, o moto g60 se comporta muito bem. Testando em atividades do dia-a-dia, como mensagens, anotações e redes sociais, o celular demonstra uma velocidade absurda, embora acabe esquentando um pouco. Notei poucos engasgos na transição entre aplicativos, mas notei que quando estava no YouTube e ia para o WhatsApp, o celular esquentava um pouco mais do que é o comum. O moto g60 conta com uma boa conexão Wi-Fi também, conseguindo manter a conexão estável em vários lugares de minha casa. Ele aguenta vídeos do YouTube em 60FPS e 4K, embora a tela Full HD+ não consiga exibir essa resolução. Comparado a celulares mais antigos ou com processadores equivalentes, como o Realme 7 5G, a qualidade no moto g60 impressiona, não contando com nenhum travamento ou distorção. Em um uso com mais demanda do celular, o desempenho também é ótimo. Os jogos Genshin Impact e Asphalt 9, conhecidos por seus grandes gráficos e demanda dos celulares, foram executados de forma ótima com configurações medianas. Já em Call of Duty Mobile, o jogo rodou nas configurações máximas e em 60FPS cravado, sem nenhuma queda. Porém, em partidas com muitos jogadores e quando eu estava no centro da ação, o celular esquentou muito.
Bateria
O moto g60 conta com uma bateria enorme de 6000mAh, com uma otimização fantástica. Uma hora de Genshin Impact gastou a mesma quantidade de bateria de uma hora de vídeo no YouTube, 8%, impressionando bastante. Nos três dias que usei o celular para realizar este review, eu só o carreguei quando o tirei da caixa pela primeira vez. Impressionante. Ele vem na caixa com um carregador turbo de 20W, que carrega 100% da bateria em cerca de três horas, o que não é um período que faça jus ao “turbo” no nome do carregador, a meu ver. Porém, como o celular tem uma boa duração de bateria, acaba sendo algo que não preocupa muito.
Conclusão
É curioso como muitas das coisas que passei durante o teste do moto g100 se repetiram durante o teste do moto g60. Desde o susto inicial com o peso até o entender das câmeras e onde suas saturações ficavam menos evidentes, o celular mostra que é uma versão mais acessível do novo topo de linha da série g. Considerando que ele sai por quase 2.000 reais a menos que o moto g100, achei a experiência condizente com o preço. Ele é um celular rápido e que irá servir perfeitamente para atividades do dia-a-dia, mas fico preocupado com o grande aquecimento que senti durante o uso , mesmo em tarefas simples. O moto g60 está saindo por R$2.429,90 na Americanas, com cashback de R$200 pelo Ame. O meu veredito é que ele é um celular eficiente, mas que seus defeitos, talvez comparado a outros disponíveis no mercado, sejam bem importantes na hora da decisão de o adquirir.