O novo smartphone da realme traz o processador MediaTek Dimensity 920 5G que consegue otimizar o uso da bateria e dos apps como nunca vi em nenhum outro smartphone Android, se tornando uma das opções mais interessantes nesse quesito. O resto você descobre no review completo.
Design
A primeira coisa que me chamou a atenção no realme 9 Pro+ foi a sua traseira. A versão recebida foi a Aurora Green (ou Verde) e bom, ela conta com um efeito como se tivesse em uma galáxia e é bem bonito. Há ainda uma versão Midnight Black (Preto) e a versão especial chamada Sunrise Blue (Azul), que conta com um efeito especial misturando as cores do pôr do sol — você pode ver mais detalhes na nossa matéria de lançamento do realme 9 Pro+. Infelizmente essa versão não está disponível no Brasil e não há previsão para chegar. No que tange a dimensões, o realme 9 Pro+ se destaca por ser o smartphone mais fino produzido pela empresa, com espessura de 7,99 milímetros. Ainda sobre sua traseira, felizmente aquele logo gigante e esquisito “Dare to Leap” — visto em lançamentos anteriores da empresa — foi embora e temos apenas um pequeno e simples logo da realme no canto esquerdo da traseira. Na parte frontal, além da tela de 6,4 polegadas, temos um pequeno furo na parte superior esquerda para a câmera e um pequeno espaço para o segundo alto-falante. Na parte inferior, temos uma entrada USB-C, saída P2 (3,5mm) para fones de ouvido — um milagre —, microfone e saída do alto-falante. Os botões encontram-se separados entre as laterais do aparelho, com o de ligar/bloqueio de tela no lado direito e os de volume do lado esquerdo. Essa ideia me agradou a princípio, mas, na prática, não foi tão positiva assim. O problema não está na ideia dos botões ficaram cada um em um lado, mas sim na altura em que estãos. Me peguei tirando print da tela sem querer diversas vezes pelo fato do botão de energia e volume estarem na mesma altura. Por fim, o conteúdo da caixa do realme 9 Pro+ é bastante interessante. Embora não contenha um fone de ouvido, temos por aqui o smartphone com película já aplicada, uma capinha de silicone e um excelente carregador de 65W que utiliza a tecnologia SuperDart da realme.
Tela
A tela do realme 9 Pro+ é, no mínimo, interessante. A empresa investiu na tecnologia Super AMOLED com taxa de atualização de 90Hz, combinação excelente quee traz fluidez e cores vivas para o smartphone. Para mim, os smartphones não precisam mais do que uma tela Full HD e isso o realme 9 Pro+ entrega com facilidade. Ela tem proporção 20:9 e 411 ppi, além de oferecer até 600 nits de brilho máximo. Todas essas opções garantem uma experiência muito interessante para filmes, vídeos e até mesmo fotos. Os seus papéis de parede irão ficar mais legais graças à tela Super AMOLED e seus filmes serão mais interessantes graças ao HDR10+. Um detalhe curioso é que ele traz sensor biométrico sob a tela. Até aí nenhuma novidade. A grande novidade é que esse sensor é capaz de medir os batimentos cardíacos do usuário. A função acaba passando batida por estar nas profundezas da configuração do aparelho, mas é algo legal e funciona de forma bem simples.
Bateria
Quando falamos sobre bateria de smartphones, temos uma certa inconsistência, afinal temos bons resultados em smartphones de entrada e alguns péssimos resultados em smartphones mais caros. A boa notícia é que o realme 9 Pro+ consegue entregar resultados impressionantes quando falamos de desempenho de bateria. Eu acostumei a carregar todos os meus smartphones dos últimos anos pelo menos 1 vez ao dia e com o smartphone da realme, o grande desafio foi fazer com que passasse dos 20%. Sem exageros, houve dias de teste onde consegui atingir quase 8 horas de tela ligada e praticamente 2 dias sem precisar de uma tomada. Com esse resultado você pode ficar pensando “ok, ele segura bem, então ele demora a carregar”. A outra boa notícia é que os 4500mAh da bateria carregam em cerca de 44 minutos com o incrível carregador SuperDart de 60W que vem na caixa. O fato de já vir com um excelente carregador na caixa é maravilhoso, mas achei um tanto esquisito que o smartphone não tenha conseguido “conversar” com meu carregador GaN de 65W. Talvez seja algum protocolo da realme muito específico para funcionar com os seus carregadores, mas fica o aviso. Confira alguns testes:
Desempenho
O realme 9 Pro+ veio equipado com o chipset MediaTek Dimensity 920 5G (6nm) octa-core, que traz a GPU Mali-G68 MC4. Para auxiliar esse conjunto, temos 128GB de armazenamento UFS 2.2 e 8GB de memória RAM. Esse conjunto de especificações me deixaram muito feliz e talvez seja o ideal para um smartphone para o meu tipo de uso. O MediaTek Dimensity 920 5G é o processador ideal para você que busca um smartphone que vai funcionar muito bem para todas as tarefas sem travar e ainda vai rodar alguns jogos. Graças a sua tela de 90Hz, pude ter uma experiência muito agradável ao navegar em redes sociais e no próprio sistema. Na hora dos jogos, tudo vai depender do tipo de jogador você é. Caso você seja como eu e jogue apenas para passar o tempo no ônibus ou quando está sem internet, ele vai dar conta sem problemas. Agora, se você quiser jogar coisas que exijam demais dos gráficos, o realme 9 Pro+ pode deixar a desejar. Testei alguns jogos como os clássicos Subway Surfers e Minions Rush e esses rodaram perfeitamente. No Freefire também obtive um resultado muito bom, mesmo com tudo no máximo, inclusive o FPS. As coisas ficaram realmente difíceis para o realme 9 Pro+ quando parti para o Genshin Impact. Nesse jogo, a configuração gráfica baixa já era demais para o aparelho. Se você não se importar em jogar um jogo sem textura e com o desempenho não muito bom, talvez você ainda se divirta com Genshin Impact no smartphone da realme. Com tudo isso colocado aqui, esse foi facilmente um dos aparelhos que mais gostei de mexer, principalmente pelo seu sistema que é bem bonito e intuitivo, e felizmente não me fez sentir falta de nenhum recurso. Para colocar a parte gráfica em testes, usei o 3DMark e o aparelho fez 2291 pontos, deixando-o mais páreo com smartphones de alguns anos atrás, como Galaxy S9 e S10e, da Samsung.
Sistema e Interface
Testar um smartphone da realme era algo que eu estava pensando há um bom tempo e felizmente o saldo é bem positivo. A interface mistura o que tem de mais “puro” no Android convencional com funcionalidades mais originais que vemos apenas em dispositivos com root, que altera totalmente o sistema do dispositivo e exige um conhecimento mais aguçado do assunto. O realme 9 Pro+ vem com o Android 12 e a a interface realme UI 3.0. Como mencionei, ele mistura coisas do Android do Google com coisas originais e isso é ótimo, pois permite um controle maior de funcionalidades e personalização no seu aparelho. Alguns exemplos que posso colocar aqui envolvem a barra de status. Diferente de outros smartphones Android, o sistema da realme me permitiu um nível de personalização bem mais avançado na barra de status. Consegui definir diferentes formatos do ícone de bateria, formato da hora, além de escolher se ícones como Wifi, bluetooth e outros ficarão visíveis ou não no topo. Em questão de usabilidade, a realme UI 3.0 não tem segredo e permite que você navegue por gestos ou por botões. Nas duas formas, tudo funcionou de forma eficiente e fluída. Graças ao Android 12, podemos utilizar uma parte do armazenamento como memória RAM, então conseguimos ficar com um total de 11 GB, sendo 3 GB emprestados do armazenamento. Um ponto que me incomodou, e aparentemente ocorre nos outros smartphones da marca, é o recurso Always On, que tira proveito da tela Super AMOLED. O recurso está disponível no realme 9 Pro+, e não funciona mesmo quando configurado corretamente. O que piora a experiência do usuário é que, por não funcionar, ele também não permite que a leitura da digital funcione com a tela desligada, sendo necessário primeiro acionar a tela com o botão lateral, para então desbloquear o aparelho com biometria. Pelo que pesquisei, isso é um problema com a realme UI 3.0 e deve ser arrumado em futuras atualizações, mas até o momento, pelo menos no modelo que testei, nada mudou ainda. Um outro problema relacionado ao sistema é que alguns apps, como a Netflix, não estão disponíveis na Play Store. Também não obtive sucesso ao tentar utilizar o Google Pay, que informa não ser possível adicionar meu cartão de crédito pelo fato do aparelho estar “com root ou alguma outra alteração“, ainda que esteja utilizando apenas o Android com a interface oficial da realme. Espero que alguma futura atualização arrume isso, mas não há uma garantia.
Câmera
A partir de agora, eu me tornei um grande fã das câmeras dos smartphones realme. A empresa investiu em um sensor IMX 766 da Sony na sua câmera traseira — o mesmo utilizado em smartphones topo de linha como o realme GT2 e o Xiaomi 12 — fazendo com que entre 45% mais luz que o sensor do iPhone 13. O conjunto de câmeras traseiras traz as seguintes lentes:
Câmera Wide 24mm de 50MP com abertura de f/1,8 (1/1.56″, 1.0µm, PDAF, OIS)Câmera Ultrawide 16mm de 8 MP com abertura de f/2,2 (1/4.0″, 1.12µm, 119º)Câmera Macro de 2MP com abertura de f/2,4
Esse conjunto consegue entregar excelentes fotos com boas condições de luz, e com o modo noturno, conseguimos resultados milagrosos com baixa luminosidade, eu diria. Embora traga uma câmera exclusiva para a função macro, ela é a que menos se destaca e os resultados são apenas medianos. O que realmente me surpreendeu, no entanto, foi descobrir que o modo “2x” da câmera é digital e não óptico, e mesmo assim consegui resultados excelentes. O nível de detalhes é muito bom e nas condições certas, pode entregar as melhores fotos. Confira alguns testes: Já a câmera para selfies é uma Wide de 16MP com abertura de f/2,4. Embora não seja a melhor selfie do mercado é suficiente para o que se propõe, e em boas condições de luz entrega um ótimo nível de detalhes. Veja algumas fotos tiradas com ela: Por fim, temos os vídeos. O realme 9 Pro+ consegue gravar até 4K na câmera traseira, mas não a 60FPS. Isso só pode ser feito em 1080P. Já na câmera de selfie, você poderá gravar até 1080P, mas limitado a 30FPS. Caso seu objetivo seja utilizar o smartphone para criar conteúdo, talvez ele não seja o mais adequado.
Áudio
O realme 9 Pro+ entrega uma boa experiência de áudio. Ele vem equipado com dois alto-falantes estéreo aprimorados pela tecnologia Dolby Atmos. O som é alto e bom, mas distorce um pouco com sons mais estridentes como solos de guitarra, por exemplo. Isso não estraga a experiência de forma alguma, mas como o Dolby Atmos só pode ser personalizado nos fones de ouvido por aqui, ficamos um pouco reféns do modo padrão do smartphone. A localização dos alto-falantes é algo que me agrada bastante e já se tornou um padrão na indústria. Felizmente por aqui, ambos parecem ter um equilíbrio no som, evitando uma experiência ruim ao jogar, por exemplo. Por fim, o realme 9 Pro+ ainda traz a entrada convencional de fones de ouvido (P2), e fica a seu critério utilizar um fone bluetooth ou não. O áudio nesse caso vai depender mais do seu fone do que o aparelho em si, que conta com bluetooth 5.2 e suporta o CODEC aptX HD.
Conclusão e disponibilidade
O realme 9 Pro+ é um dos melhores intermediários atualmente no mercado. Ele entrega um excelente conjunto de câmeras, bateria de tirar o chapéu e um sistema operacional que, particularmente, se tornou uma das minhas versões favoritas do Android. Embora seja excelente em quase tudo, ele peca com alguns problemas de software, como não ter suporte para a Netflix ou Google Pay — que entendem que o aparelho foi rooteado — e o modo Always On Display que não funciona. São coisas que podem ser arrumadas com uma atualização, que não tem previsão de acontecer. O novo smartphone da realme pode ser encontrado na Americanas por R$3.499,00 em até 10x no cartão de crédito. É um bom preço de lançamento, mas que pode baixar e ficar muito interessante nos próximos meses.