Nós já testamos aqui no Showmetech, no começo deste ano, o modelo de 2016 da mesma linha (XBR-65X935D) – mas agora, vamos mostrar o que avançou de lá para cá neste novo modelo da Smart TV Sony 4K XBR, de 65 polegadas, a Android TV da Sony.
Pontos positivos
Excelente imagem; Excelente qualidade de áudio; Configurações avançadas de imagem e áudio.
Pontos negativos
Controle remoto difícil de mexer; Android TV (calma, tem explicação); Cabos por todos os lados.
Design
A TV da Sony é linda. E talvez sejam as 65 polegadas falando alto, mas a empresa japonesa tomou cuidado para que o painel LED seja uniforme, com bordas finas e com maior aproveitamento do display. O que dá o toque na televisão é a base dela, com dois pés de metal e uma tampa também metalizada que traz um ar moderno para ela. O logo da Sony na parte de baixo da TV é marcado por uma luz branca, que dá o toque final. Na parte de trás, não há muito o que se ver: apesar do tamanho da televisão, que na linha XBR chega ao Brasil a partir das 55 polegadas, ela tem uma traseira de plástico com todos os conectores. São quatro portas HDMI, uma saída de áudio digital, uma porta cabo Ethernet, uma saída para soundbar e subwoofer… (nas especificações técnicas, o leitor encontra a lista completa). A TV da Sony, antes de ser ligada da tomada para a televisão, tem uma fonte grande, que o consumidor precisará pensar em um canto para escondê-la. O controle remoto tem uns bons 20 centímetros e está recheado de botões (abordo isso daqui a pouco). Ele é de plástico e vem na cor preta, combinando com a TV.
Qualidade da imagem
E o que esperar de uma televisão 4K com HDR? Uma das melhores experiências possíveis. Tudo bem, não estamos falando do OLED presente na Bravia A1E, com o seu famoso “preto profundo”, e nem do brilho da QLED TV com a tecnologia Pontos Quânticos da Samsung, mas isso não significa que a XBR não tenha uma excelente qualidade e que atende a qualquer consumidor. O diferencial, de fato, é o HDR – que permite cores mais realistas e vivas. Mas além disso, a Sony encheu a sua nova TV de tecnologias: graças ao processador 4K HDR X1, essa Smart TV une o que há de melhor da ultra resolução e do alcance dinâmico, permitindo que conteúdos em HD, Full HD e 4K sejam desfrutados com alta fidelidade. Tanto no claro quanto no escuro, a experiência da tela de 65 polegadas é muito positiva. E, apesar de não ter um “preto profundo” em imagens escuras, o consumidor não terá problema com séries como Walking Dead ou jogos, que normalmente possuem ambientações mais escuras. Uma das coisas que me fez apreciar a TV da Sony é que ela foi feita para “os fuçadores”. Tudo bem, não é preciso muito mais do que as configurações pré-definidas, mas os “Ajustes de Imagem” te levam um passo além: Aqui, vamos de “Brilhante”, a “Padrão”, “Pessoal”, “Cinema pro”, “Cinema Home”, “Esportes” e “Animação”. Como se já não bastasse, o sensor de luz otimiza o brilho de acordo com a luz ambiente – o que não vai te deixar se matando para enxergar a TV no claro e nem recebendo uma rajada de luz à noite, no escuro. Os ajustes avançados permitem dar um toque especial para a imagem, o que é uma boa para quem não se contenta com o as pré-definições.
Qualidade de áudio
Para uma TV, este é outro ponto em que a Sony manda muito bem: com as tecnologias de processamento de Dolby Digital, Dolby Digital Plus e Dolby Pulse, a Smart TV 4K Sony XBR atende a maioria dos ouvidos. O áudio, de maneira simples, é claro, alto e é projetado muito bem pelo ambiente. Apesar de não suportar a tecnologia mais recente, o Dolby Atmos, a experiência é agradável para todos os ouvidos. Durante os testes com música no Spotify, shows em DVD, YouTube, ou até filmes e séries na Netflix, não tive problemas com áudio desregulado. O motivo para essa qualidade é que a maior parte da traseira da TV é de alto-falantes, o que ajuda o som reverberar pela sala ou quarto. Assim como em relação à imagem, é possível customizar o áudio ao seu gosto. Uma tecnologia muito bacana é o “ClearAudio+”, que, segundo a Sony, “atinge a melhor qualidade de som aplicando uma combinação bem equilibrada de tecnologias de processamento de sinal digital”. Temos também, no “Modo de som”, o “Padrão”, “Diálogo”, “Cinema”, “Música” e “Esportes”. Agora, a função mais bacana é a “Noite”, que permite um som nítido a um nível de volume baixo. Seja porque tem alguém dormindo perto de você ou porque você não quer fazer muito barulho, é impressionante como a função faz exatamente o que diz. Ainda é possível tocar em “Ajustes avançados” para mais configurações.
Controle remoto
Daqui em diante, seguimos alguns pontos controversos da TV da Sony. Talvez não seja algo muito comum para analisar, mas eu acredito ser muito importante falar do controle remoto quando falamos da experiência da TV. Assim como fiz com a QLED TV, a UHD da Samsung e a Smart TV da Philips neste ano. A Sony optou por uma abordagem mais clássica na hora de escolher o controle remoto para a linha XBR. E quando digo clássico, quero dizer confuso e difícil da maioria das pessoas de mexerem. Com 51 botões no controle, não se assuste caso você não ache o “back”, o “input” ou até mesmo o “menu”. Eu mesmo durante o primeiro dia demorei uns 10 minutos até achar o botão de voltar. Com o tempo, achei que fosse ficar óbvio onde achar os botões, mas não ficou. É claro, ter um botão “Netflix” é muito útil para uma Smart TV dessas, mas nem me lembro quantas vezes apertei o botão dedicado ao “Google Play”, pois não uso a plataforma. Uma coisa que pode atrapalhar qualquer pessoa, e já explico na próxima seção, são os botões emborrachados, que nem sempre é possível saber se o seu clique de fato gerou uma ação. Como já disse em outras análises, no caso do controle remoto, menos é muito mais.
Software
Agora chegamos ao coração da Smart TV: o sistema operacional. Enquanto a Samsung opta por um Tizen bem acabado e a LG usa o seu webOS que também é muito bom, a Sony faz parte das fabricantes que optou ir com o Android TV, o sistema do Google para televisores inteligentes. Desde o teste da Philips, que era um modelo de 2016, pude reparar diversas melhorias no software dessa TV da Sony, que é de 2017. Com o Android Nougat para TV, tive uma experiência média, com menos pontos ruins e algumas surpresas boas. A coisa boa foi o processo de fazer o setup da TV. De maneira simples, pude realizar todo o passo a passo com o Xperia XA1 Ultra, que por acaso eu estava testando. Me impressionei com a facilidade e usabilidade. Outra coisa interessante de notar é que a TV reconhece dispositivos externos sem muito problema, como é o caso do Nintendo Switch e da Apple TV. Fiquei impressionado por cada HDMI dizer o que está conectado. Daqui em diante, a situação fica um pouco mais complicada. Se a TV for desligada na tomada, você vai ter que assistir uns bons 10 segundos de círculos coloridos rodando na tela até formar um “Android TV”. No começo também, o menu dos apps demora para carregar – e mesmo depois de um mês, toda ação precisa de pelo menos 3 segundos para carregar.
Botão Netflix? 3 segundos. Acessar o menu? 3 segundos. Configurações rápidas? 3 segundos. De vez em quando, a TV trava em alguma ação, mas não é algo recorrente. Tentar acessar o browser de internet é outra situação incômoda: você pode tanto usar o controle, que trava, quanto o app de Android TV para smartphones que mal funciona. Um ponto positivo, pelo menos, é que a Android TV tem diversos apps disponíveis para você aproveitar ao máximo o lado “smart” da televisão. Mesmo assim, se uma TV extremamente nova já trava e apresenta delay em situações básicas, é provável que a longo prazo a situação não melhore. Outro ponto de destaque é o controle de voz do Google que é bem bacana e costuma funcionar mesmo que você mistura palavras em português e inglês:
Preço e considerações finais
A Smart TV Sony 4K XBR-65X905E tem o preço sugerido de R$ 10.799,00. Na Fast Shop você pode encontrá-la por R$ 9.782. Já o modelo de entrada, de 55 polegadas está por R$ 5.939 no site da Sony. O preço, por incrível que pareça, não está dos mais salgados. A tela de 65 polegadas encarece o produto, tanto que o modelo de 55 sai por quase a metade do preço. No entanto, o sistema operacional Android para TV ainda não parece 100% e ainda tenho ressalvas com televisores que travam – já que, mesmo em TVs ‘não smart’, a maioria dos comandos são executados instantaneamente. É possível encontrar modelos da LG e da Samsung com 65 polegadas e HDR Premium por menos que essa TV da Sony. Portanto, como tudo nessa vida, vai do gosto do leitor e, apesar da confusão do controle remoto e dos problemas ainda existentes do Android TV, essa é uma excelente televisão no que há de principal: imagem e som. A nota da TV está após as especificações técnicas.