A Band 2 é primeira pulseira inteligente a ser lançada pela realme aqui no país e será que ela se sai bem? A disputa é acirrada, na faixa de preço dela temos a Mi Band 6 e o Huawei Band 6, ambas já consagradas no gosto popular. Antes mesmo de pegar no produto a experiência é positiva. Começando pela caixa que é num tom de amarelo muito bonito e característico dos produtos da realme. Dentro encontramos o manual, cabo magnético para carregar e a smartband, ou seja, tudo que o usuário precisa.
Design
É um dispositivo muito bonito e discreto. O corpo é todo em plástico que imita bastante metal e a pulseira, que pode ser trocada, é feita de uma borracha super gostosa e confortável, são 18 furos para todo tipo de pulso, dos mais finos aos mais grossos. Não há botões físicos, apenas a tela touch de 1.4 polegadas e uma barra abaixo da tela que funciona como botão capacitivo. Apesar de ser possível trocar as pulseiras da Band 2, a realme não vende oficialmente no Brasil. No site, a gente vê um modelo que parece ser de couro e outro mais esportivo — bem bonito, inclusive. Na parte inferior ficam os sensores e é onde se conecta o carregador por indução. A pulseira é toda vedada, possibilitando a resistência à água até 50 metros. Sobre a tela: são 500 nits de brilho e 167×320 pixels de resolução. O brilho é suficiente para você conseguir ver as informações na tela até quando há incidência direta de Sol. Não é a mais clara, mas é o bastante e dá pra controlar o brilho em 5 níveis diferentes. Não é uma tela OLED, mas é um display muito bom e quase não conseguimos ver os pixels. O touch deixa a desejar, nem sempre é preciso e pode incomodar um pouco. O vidro é bem resistente e parece ser hidrofóbico, as gotas de água não se acumulam por cima então não ficam marcas quando evaporam. De modo geral, ela é muito bem construída, passa sensação de resistência e durabilidade.
Recursos e performance
O uso é bem fácil e descomplicado. Ao tirar da caixa, para ligá-la basta conectar ao carregador (que vem na caixa) e então é exibido um QR Code para parear com o seu celular e controlar usando o aplicativo realme Link (disponível na Google Play Store e App Store). O sistema usado nela é um próprio da realme e contém os principais recursos que temos nas pulseiras inteligentes:
Painel de notificações (apenas ver, sem possibilidade de responder)Acompanhamento de atividades físicasTreinosRegistro de atividadesFrequência cardíacaSpO2 (para monitorar oxigenação sanguínea)Monitoramento de sonoChecar estresseMeteorologiaControle de músicaAlarmeTemporizadorCronometroControle de câmera do celularLanterna (acende a tela)Localizar telefoneConfigurações
A pulseira tem alguns problemas, infelizmente. Por exemplo, quando alguém te liga e você silencia a chamada no celular, a pulseira continua vibrando e é necessário silenciar na Band 2 também. No Galaxy Watch 4, por exemplo, ao silenciar no celular a pulseira para de vibrar também. A frequência da tela não é muito alta, você percebe as imagens “quebrando” quando desliza para cima ou para baixo. É possível controlar todas as funções da pulseira pelo realme Link, desde trocar a ordem dos itens do menu, escolher entre 14 treinos para serem exibidos em destaque, trocar as watch faces até monitorar o seu desempenho físico ao longo dos dias. O aplicativo é simples e bem intuitivo e serve tanto para a Band 2 quanto para os demais produtos da empresa, como o Buds Q2 que já temos review aqui no Showmetech. Por fim, vale lembrar que não há GPS integrado.
Monitoramento de saúde
Item praticamente indispensável em equipamentos vestíveis hoje em dia, a Band 2 conta com monitor cardíaco em tempo real através do sensor GH3011. Há até um alerta caso seus batimentos estejam acima de uma zona de segurança. É possível monitorar os níveis de oxigenação no sangue, o que em época de pandemia ajuda demais, principalmente se você tiver contraído COVID; não será necessário comprar um aparelho específico pra monitorar o oxigênio no seu sangue. Nesse recurso ela não se sai tão bem, já que na maior parte das vezes eu tive que pedir para medir novamente, pois informava que a medição falhara, mesmo ficando imóvel como é solicitado. Há também 90 modos esportivos, como:
Yoga, Caminhada ao ar livre;Ciclismo ao ar livre;Críquete;Treinamento Livre;Spinning;Corrida Indoor;Corrida ao ar livre;Elíptico;Basquete;Nado em Piscina; Remada, Futebol;Caminhada Indoor;e mais
É quase a mesma quantidade de exercícios encontrada no Samsung Health (96 exercícios), mas a Band 2 não faz a detecção automática dos exercícios, como o Galaxy Watch 4, por exemplo. Você precisa abrir o aplicativo e configurar o exercício que fará. Confesso que a Band 2 tem uma interface bem mais fácil que a do Watch 4. É bem rápido e tranquilo fazer as configurações e tudo pode ser feito num aplicativo só, diferente do modelo da Samsung que exige que você abra o Galaxy Wearable e o Samsung Health para editar e monitorar seu desempenho. Infelizmente ela não consegue aferir com muita precisão o tempo que o usuário se mantém em pé. Eu trabalho a maior parte do tempo sentado e muitas vezes ela informava que eu passei um tempo em pé muito maior do que de fato eu fiquei. Ela também emite aqueles lembretes para movimentar-se depois de muito tempo parado. É bem útil pra quem trabalha muito tempo sentado. Eu aproveito esse lembrete pra ir à cozinha encher a garrafinha d’água, então é duplamente útil. Hidrate-se, leitor, vá lá beber água também. Pra encerrar, é possível monitorar a qualidade do sono.
Bateria
É boa. Baterias normalmente são o ponto fraco dos produtos em geral, mas a realme Band 2 lida bem com os 204 mAh. A fabricante informa ser possível usá-la por 12 dias sem conectar à tomada e tranquilamente você fará mais de 8 dias, o que é demais pra um aparelho com tela de 1.4 polegadas e brilho de até 500 nits. É quase metade do informado, mas quando se compara com o Watch 4 que dura praticamente 1 dia, ficar mais de 7 dias é excelente. Claro, o uso é individual e é possível ficar por mais tempo sem conectar à tomada e se você faz muito execícios físicos monitorando pelo Band 2, pode ser que em 7 dias ou menos seja necessário por na carga. Ainda assim, carregar um dispositivo 4 vezes no mês durante cerca de uma hora é bem aceitável.
Preço e conclusão
Por R$ 289,00 não dá pra dizer que ela é a melhor pulseira da faixa de preço dela. A Huawei Band 6 e a Xiaomi 6 custam aproximadamente a mesma coisa e oferecem melhores funções como GPS, melhor usabilidade e funções mais precisas (como monitorar oxigenação). Ela é boa, mas poderia custar algo em torno de R$ 163,00, como encontramos no AliExpress. Infelizmente, o modelo que testei veio com um problema: ela reinicia constantemente. Testei pareando em 3 celulares e em todos ela reiniciava. Pelo que pesquisei, não vi mais usuários reclamando, mas foi bem chato. Até quando estava desligada ela ligava pra reiniciar e voltava zerada, precisando parear novamente. Nem mesmo voltando para configurações de fábrica ou atualizando o firmware ela parava de reiniciar. Veja também o review do realme Buds Q2.