Antes de adquirir e instalar um aparelho de refrigeração artificial na sua casa, é necessário analisar alguns pontos, sobretudo com a questão da segurança. Contar com a ajuda de um especialista é primordial para que você possa escolher o modelo correto e conhecer as tecnologias avançadas. Já o engenheiro mecânico é quem irá fazer a instalação do ar-condicionado. Dessa forma, é indispensável contratar um profissional ou empresa nessa área. É importante certificar-se de que as instalações elétricas estão adequadas. O espaço é outro ponto a ser avaliado. Portanto, analise se o ambiente está adequado para a instalação do aparelho. Principalmente no caso do Split, que exige a colocação da unidade condensadora na área externa da residência. Se você já possui e busca por orientações de como usá-lo corretamente, o Showmetech conversou com especialista em sistema de climatização e ouviu a Samsung Brasil, para compartilhar outras instruções de uso. Confira abaixo todas as dicas de uso para quem tem ou pensa em adquirir um Split (ar-condicionado de parede mais popular).
Como usar o ar-condicionado corretamente
Manutenção
A manutenção periódica do ar-condicionado é fundamental para garantir a durabilidade do equipamento, especialmente para não prejudicar à saúde do usuário. A Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação (ASBRAV) esclarece que a manutenção ajuda na redução de consumo de energia, na qualidade do ar interno do ambiente e propicia maior rendimento do equipamento. A frequência de limpeza pode ser checada no manual do produto, seguindo orientações do fabricante. Especialistas orientam que a higienização deve ser realizada por um técnico a cada seis meses. Esse profissional fará a limpeza de peças como turbina, serpentina, bandeja do condensador e outras. Também é recomendada uma higienização simples a cada 30 dias. O próprio usuário pode fazer utilizando um pano macio e seco no painel frontal do ar-condicionado. Já o filtro deve ser retirado e lavado com água corrente (fria ou morna). Bruno Pravato, diretor de Engenharia e Serviços da Leveros, explica que ignorar a limpeza do aparelho resulta em acúmulo de sujeira, piora a qualidade do ar e diminui a ventilação, uma vez que os resíduos impedem a evaporação de circular o ar, além, é claro, de aumentar o consumo de energia.
Temperatura
Ao contrário do que muita gente pensa, diminuir radicalmente a temperatura do ar-condicionado não fará com que o cômodo resfrie com mais rapidez. Em dias quentes, o ideal é deixar entre 22ºC e 24ºC, ou seja, a temperatura ideal para conforto. Evidentemente, essa média ainda é controversa e não agrada a todos, afinal, vai depender de cada pessoa, metabolismo, atividade física, dentre outros. No entanto, existe solução para a apaziguar as brigas em empresas por causa do aparelho de refrigeração. Testes revelaram que um cômodo com o ar-condicionado ligado é considerado satisfatório quando o número de pessoas insatisfeitas não ultrapasse 10% dos envolvidos. Curiosamente a temperatura entre 23ºC e 25ºC é a média que deixa dez por cento das pessoas insatisfeitas. A ASBRAV mostra que um ambiente sem entrada de radiação solar, umidade relativa em equilíbrio, com pessoas usando roupas típicas da estação, tem-se como temperatura de conforto os seguintes números: Verão – sistema em resfriamento:
22,5°C a 25,5°C e umidade relativa em torno de 65%;23,0°C a 26,0°C e umidade relativa em torno de 35%;
Inverno – sistema em aquecimento:
21,0°C a 23,5°C e umidade relativa em torno de 60%;21,5°C a 24,0 °C e umidade relativa em torno de 30%.
Ambiente fechado
Deixar portas e janelas abertas enquanto o ar-condicionado está ligado pode acarretar sérios problemas. Esse hábito prejudica a capacidade do equipamento e gera mais gastos de energia. Podemos ter como exemplo a geladeira. Quando há brechas para o ar quente entrar, mais esforço o equipamento terá de fazer para compensar a breve ausência de ar frio. No caso especificamente do ar-condicionado, Pravato explica que janelas e portas abertas podem prejudicar a capacidade do aparelho de resfriar o ambiente, já que isso faz com que ele trabalhe para retirar a umidade e resfriar o ar quente que está entrando.
Unidade externa
Como o próprio nome apresenta, a unidade externa, ou condensadora do ar-condicionado, é aquela parte que fica do lado de fora da casa. Ela serve para fazer a troca de calor. Ou seja, a condensadora irá gelar o fluido refrigerante do equipamento. Você sabia que essa parte precisa de cuidados? Lembrando que a unidade externa fica exposta à chuva, luz do sol, maresias e sofre com os desgastes do tempo. Mesmo que ela seja produzida com materiais resistentes, o usuário deve proteger a condensadora. Para isso, basta utilizar alguns produtos para evitar corrosão. Por exemplo, utilize protetores, aplicação de revestimentos e mantenha a limpeza. Para isso, não deixe de consultar o manual do produto ou busque por orientações de um profissional.
Incidência solar
Você sabia que a incidência solar pode interferir no funcionamento do ar-condicionado? É exatamente por isso que, antes comprar um aparelho para sua residência, é preciso analisar o ambiente de instalação, calcular corretamente os BTUs, dentre outras coisas. Sendo assim, considere o número de pessoas na casa e se o local recebe luz do sol. Avalie também o período em que isso ocorre. Quanto maior a incidência solar no ambiente, mais tempo o ar-condicionado irá levar para esfriar, gerando mais consumo de energia. Se isso ocorre na sua casa, o indicado é fechar cortinas e persianas. Isso fará com que o seu aparelho se “esforce” menos para garantir o resfriamento do ambiente, consequentemente, gastando menos energia, diz Pravato.
Uso na madrugada
O ar-condicionado pode ser uma salvação para as noites quentes de verão. Deixar o aparelho ligado durante toda a noite pode causar elevação no consumo de energia. Hoje em dia, alguns eletrodomésticos de ar condicionado contam com a função de desligamento automático (também conhecido como timer). Utilize esse recurso nas madrugadas para não exagerar no gasto de energia.
Situações em que o ar-condicionado pode pegar fogo
Em 1974, um incêndio que começou pelo aparelho de refrigeração artificial devastou o Edifício Joelma, em São Paulo. O incêndio no alojamento do Flamengo (Ninho do Urubu) foi outro caso que ganhou repercussão, em fevereiro deste ano. Afinal, por que tantos incêndios começam pelo aparelho de ar-condicionado? Em primeiro lugar, é importante destacar que esse aparelho, assim como a geladeira e o micro-ondas, consome muita energia elétrica. Mas nem sempre a culpa é exclusivamente do equipamento. As principais causas de incêndios acontecem na alimentação elétrica destinada ao aparelho. Por isso é essencial que o equipamento tenha um sistema elétrico protegido por um disjuntor dedicado somente a ele, além das ligações entre a rede (fio) e o equipamento (borneira) possuírem terminais elétricos de boa qualidade. Daniel Fraianeli, gerente de Produtos da Divisão de Digital Appliances da Samsung Brasil, explica que os incêndios normalmente acontecem através de curto-circuito oriundo de erros na hora da instalação elétrica, ou no dimensionamento de cabos e demais componentes da infraestrutura elétrica. Uma pessoa capacitada para lidar com esse equipamento deverá seguir a NBR 5410 e outras recomendações. Caso a instalação tenha sido feita conforme as normas técnicas do produto, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e se estiver com a manutenção em dia, a chance dele causar acidente é nula. Por outro lado, as novas tecnologias têm contribuído para a redução de incêndios. Além de garantir proteção para o próprio ar-condicionado, existem proteções mecânicas e elétricas. Lembrando que a inovação não exclui a necessidade de fazer manutenções.
Tecnologias mais recentes
Inverter
O Inverter é uma das principais inovações do ar-condicionado hoje. Trata-se de uma tecnologia capaz de refrigerar constantemente o local/cômodo fazendo o controle da velocidade do compressor. Diferentemente dos modelos comuns, o condicionador de ar inverter não opera com ciclos de liga / desliga, portanto, não há picos de voltagem. Logo, isso proporciona redução de ruídos e menos desgaste do aparelho. Na prática, funciona assim: quanto menos calor precisar ser retirado do local, consequentemente, menor será a velocidade do compressor. O mesmo acontece no caso de esquentar o cômodo. Modelos como Eco Garden (Gree), AR12N (Samsung), Hi Wall (Consul) e S4-W12JA3WA (LG) já possuem esse recurso. Sistemas de climatização com inverter são aliados do baixo consumo de energia. Ele consegue atingir a temperatura desejada para conforto rapidamente, além de ser silencioso, sua durabilidade é maior (cerca de 50% mais durabilidade do que compressor convencional). Veja abaixo as principais vantagens da tecnologia inverter segundo a ASBRAV:
Aumento da vida útil do sistema e redução dos custos de manutenção; A temperatura praticamente não oscila no ambiente em relação a temperatura de ajuste; Economiza de 25 a até 50% de energia em relação a sistemas convencionais; Menores níveis de ruído.
Wind-Free
Wind-Free (“sem vento”, em tradução livre) é uma tecnologia exclusiva da Samsung. A empresa foi a primeira no mundo a desenvolver o primeiro ar-condicionado sem vento. No Brasil, ele já é comercializado em versões quente e frio. No Wind-Free, a Samsung trabalhou para fazer com que a temperatura proporcione conforto lançando o ar suavemente através de 21 mil micro saídas de ar que ficam espalhadas pelo equipamento. Os modelos Wind-Free também contam com tecnologia inverter, além de redução de ruído e mais eficiência energética. O usuário pode controlar o eletrodoméstico através do aplicativo Samsung SmartThings, ligar e gerenciar ele à distância (em outro local externo) e mensurar o gasto de energia. O ponto negativo nesse aparelho encontra-se no preço, que é caro. Essas são as nossas dicas para você usar o ar-condicionado corretamente. Lembrando que a vida útil de uma aparelho como esse pode variar de 10 a 15 anos. Para isso, claro, é preciso realizar as manutenções regularmente. Você tem outras recomendações de uso? Então escreva aqui nos comentários. Fontes: ASBRAV; CPFL Energia; Samsung; Leveros.