Anunciado durante o evento Galaxy Unpacked, no início de agosto, a Samsung revelou o Galaxy Z Fold 2, que virá com display exterior completo (sem entalhe superior) de 6,23 polegadas Super AMOLED, resolução de 2.260 x 816 pixels e taxa de renovação de quadros de 60 Hz, enquanto o interior conta com 7,6 polegadas AMOLED e resolução 2.208 x 1.768 pixels e 120 Hz de renovação de quadros — tudo isso alimentado por um processador Qualcomm Snapdragon 865 Plus (a configuração completa do aparelho e suas informações de lançamento, preço e venda, você confere mais abaixo nesta matéria). Além de todas as inovações já criadas pela engenharia da Samsung para o novo aparelho, o Galaxy Z Fold 2 é o primeiro smartphone a trazer o Qualcomm FastConnect 6900 em caráter comercial. De acordo com a Qualcomm, essa tecnologia consiste de um chip com suporte à tecnologia Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.2. A primeira é uma extensão da sexta geração de conexões sem fio à internet (formato 802.11ax) que usa a faixa de 6 GHz como propagação de sinal. Basicamente, isso significa que os canais por onde as ondas de rádio que compõem a conexão sem fio se movem são descongestionadas, evitando gargalos e lentidões que já são comuns nos espectros comumente usados (2,4 GHz e 5 GHz). Veja nosso papo com Jun-yong Song, chefe de design da Samsung Coreia do Sul, sobre a concepção de celulares dobráveis Já a segunda permite suporte ao recurso Bluetooth LE Audio, que traz funções como compartilhamento e transmissão de áudio por diversos canais simultâneos (multi-point sharing and broadcasting). O chip da Qualcomm também traz um adicional interessante: uma segunda antena Bluetooth com capacidade de troca quando ela identifica problemas de fraqueza ou ofuscamento de sinal. Em outras palavras: se uma antena Bluetooth apresenta um desempenho reduzido devido a má qualidade de sinal, o chip reconhece o problema e “troca” o uso pela segunda antena. A chegada de aparelhos equipados com o chip Qualcomm FastConnect 6900 era especulada para não antes de 2021, de acordo com diversos especialistas. Entretanto, o anúncio feito pela Qualcomm pegou a comunidade tecnológica de surpresa. Vale ressaltar, porém, que ao contrário do que muitos canais da mídia vêm noticiando, embora ele ofereça suporte ao Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.2, o smartphone dobrável da Samsung em si não contará com estes recursos. A fabricante sul-coreana já foi questionada, mas ainda não teceu comentários sobre o motivo disso.
Galaxy Z Fold 2: o que ele tem de bom?
Além das disposições de tela e processamento citadas acima, o Galaxy Z Fold 2 traz configuração e engenharia que denunciam um alto investimento da Samsung em sua criação: depois do lançamento problemático do primeiro Galaxy Fold, em 2019, que viu unidades de teste do aparelho quebrando sem motivos justificáveis antes mesmo de sua chegada às lojas, a empresa mostrou que ainda acredita no futuro dos smartphones dobráveis e que aprendeu com o passado. O Galaxy Z Fold 2 chega com uma tela mais resistente, bordas muito mais finas, hardware atualizado e um visual mais polido, com direito a novas cores. As telas do aparelho — tanto a exterior como a interior — trarão suporte à tecnologia HDR10+, que promete maior detalhamento e vivacidade às fotos tiradas pelas câmeras do smartphone. Falando nelas, o conjunto de câmeras traseiras repete o padrão visto no Galaxy S20, ou seja, uma lente grande-angular (wide) com 12 megapixels e abertura f/1.8; uma lente angular (ultra wide) com a mesma resolução, mas maior abertura para capturar fotos mais abertas e, finalmente, uma lente teleobjetiva, que conta com “zoom híbrido” (mescla entre “zoom óptico” e “zoom digital”) de até três vezes. As câmeras frontais, interna e externa, também são iguais entre si, com ambas tendo 10 megapixels, abertura f/2.2 e lentes de 26mm. É esperado que elas produzam um resultado bem parecido com o das câmeras frontais do S20 e do S20+, já que as especificações são as mesmas e, muito provavelmente, os sensores também. No que tange ao armazenamento interno, o Galaxy Z Fold 2 virá em duas versões: 256 GB e 512 GB, o que mostra o desejo da Samsung em deixar o aparelho mais acessível ao público: seu predecessor só contava com uma versão (512 GB) — abrir para uma versão menor pode baratear o custo de um dos modelos disponíveis. Ambas as versões, porém, trarão 12 GB de memória RAM e bateria de 4.500 miliamperes (mAh) com carregamento rápido de 25 W — o mesmo padrão do Galaxy S20. Já a dobra de tela do aparelho é onde a Samsung parece mostrar seu real aprendizado: o Galaxy Z Fold 2 traz um design ultrafino de bordas e telas, aprimorando a tecnologia Ultra Thin Glass, deixando-a mais fina que um fio de cabelo, além de misturá-la com elementos de vidro e plástico. Este “mix” assegura um toque mais firme na tela, mas sem prejudicar a dobra, que conta com uma dobradiça reforçada mais resistente e não deixa mais aquele “vinco” no meio do display conforme o tempo passa. O Galaxy Z Fold 2 ainda não teve seus preços confirmados, mas a loja virtual da Samsung no Reino Unido acabou “vazando” os valores antes da hora: ele custará £ 1.799 ( £ = libras esterlinas), o que em uma conversão direta para a nossa cotação, fica em R$ 13.058,67. O aparelho deve começar a ser distribuído no início de setembro.
Wi-Fi 6 e o “novo normal” da conexão sem fio
Em evento próprio realizado ontem (28), a Qualcomm exaltou a sexta geração da conexão sem fio, anunciando o suporte à ela em vários de seus dispositivos. Durante o “Latam Connectivity Roadshow 2020”, o diretor de marketing de produtos da empresa, Hamilton Mathias, enfaticamente afirmou que a atual geração (W-Fi 4) já não dá conta da atual demanda por novas conexões sem fio. A questão posicionada pela Qualcomm vem do fato de que, desde 2019, estudos e pesquisas de viabilidade da implementação do Wi-Fi 5 e Wi-Fi 6 já vinham sendo conduzidas, pois o entendimento da comunidade internacional era o de que a quarta geração já estava “superlotada”, por assim dizer. A situação só piorou em março deste ano, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado global de pandemia devido ao avanço do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e a doença que deriva dele, a COVID-19. Por causa da pandemia, muitas empresas revisaram suas práticas e colocaram funcionários em trabalho remoto, a fim de respeitar o isolamento social, até hoje a melhor prática de prevenção contra o vírus. A partir daqui, a conta é simples de se entender: mais pessoas em casa = mais Wi-Fi sendo usado = mais congestionamento nas faixas de frequência atualmente usadas. Segundo Mattias, a quantidade de dispositivos conectados na casa e a necessidade de streaming de games e filmes faz com que seja recomendado que o usuário tenha roteadores Wi-Fi 5 ou Wi-Fi 6. Isso tudo foi ressaltado em nossa cobertura do evento. O diretor de marketing também ressaltou como a tecnologia de Wi-Fi 2×2 — dois pares de antenas para recepção do sinal e dois pares para envio de sinal — deixa a internet mais rápida nos celulares, melhorando muito a experiência do usuário. Mattias também explorou os resultados de uma pesquisa inédita feita pela Qualcomm na América Latina sobre a experiência dos usuários com a tecnologia Wi-Fi. Vale citar que o Wi-Fi 6, embora se apresente como o sistema ideal para ambientes de alta demanda e um ótimo complemento à quinta geração de conexão móvel (5G), ainda não tem ampla adoção pública: boa parte do público ainda não conta com roteadores com suporte a essa tecnologia, então ela ainda pode demorar um pouco antes de tornar-se um padrão de consumo. Fontes: Qualcomm / Mashable