Na prática, não apenas os modelos de categoria premium receberiam as versões de sistemas operacionais mais recentes, mas também haveriam mais peças à disposição, para qualquer problema que acontecesse. E a proposta também prevê o fim da conhecida obsolescência programada. Confira todos os detalhes agora mesmo.
Atualização de sistema operacional para mais pessoas
Com o propósito de evitar o descarte e pegada de carbono gerada na fabricação, transporte e demais atividades até que um smartphone chegue ao consumidor, a União Europeia está prestes a aprovar uma série de regras para produtos comercializados na Europa. A primeira delas fala sobre a atualização de smartphones. É de grande conhecimento que modelos mais antigos acabam não recebendo as novas versões de sistemas operacionais devido a, segundo as fabricantes, não terem os requisitos mínimos para rodar as novas funcionalidades. Companhias como Google e Samsung são as empresas que mais prestam atenção neste assunto, mas ainda assim, precisariam mudar a forma como trabalham. A Samsung por exemplo, realiza o envio de pacotes de segurança para os donos de aparelhos mais “antigos”. Mas a atualização de sistema (de uma geração do Android para a outra) acontece por no máximo quatro anos e não são todos os modelos que acabam recebendo isso e tudo acaba sendo enviado para smartphones premium. A nova regra exigiria que todas as fabricantes de smartphones que quisessem vender seus produtos oferecessem pelo menos três anos de atualização de sistema operacional e o envio de pacotes de segurança por cinco anos. E caso aprovado, isso precisará ser feito para modelos de todas as categorias, independente do preço pelo qual o dispositivo foi adquirido. Na prática: um celular de entrada, que foi comprado por menos de 300 euros, receberia as mesmas atualizações do que os modelos mais caros.
Peças à disposição por mais tempo
Outra forma de evitar que as pessoas realizem troca de seus celulares seria por conta da disponibilidade de mais peças no mercado. É certo que depois de cerca de três anos, as empresas deixam de fabricar os aparelhos e principalmente os componentes, para se dedicarem a lançamentos mais recentes. O projeto da União Europeia quer exigir que a prática passe de três para cinco anos. A ideia aqui é evitar que mais produtos precisem ser transportados e que, claro, as pessoas deixem de trocar seus smartphones devido aos componentes não estarem mais disponíveis no mercado. Até porque, se há uma escassez das peças de reposição, a substituição acaba sendo a alternativa mais viável. A União Europeia passaria a exigir que mais baterias, telas, câmeras, portas de carregamento fossem fabricadas para que, no caso de qualquer necessidade, os clientes não ficassem sem alternativas e precisassem fazer uma nova compra (o que aumentaria a pegada de carbono e também aumentaria as chances de descarte incorreto). De acordo com dados da UE, aumentar a vida de dois a três anos para cinco anos seria como tirar milhões de carros das ruas.
O fim da obsolescência programada
Seu celular já teve uma mudança na experiência de uso após uma atualização de sistema operacional? Este fenômeno tem nome. Na prática, a obsolescência programa é adotada pelas empresas para que modelos mais antigos não deixem de funcionar devido a estarem ativos por muito tempo. Poucas companhias assumem que adotam isso, mas é certo que ela acontece após uma atualização de smartphones. A principal mudança com esta nova regra é evitar que a duração da bateria seja menor. O documento cita que o item “não deve se deteriorar após uma atualização de software do sistema operacional ou uma atualização de firmware quando medida com o mesmo padrão de teste originalmente usado para a declaração de conformidade”. Além disso, o poder de desempenho do processador não deve ser afetado após uma atualização de smartphones acontecer, mas isso ainda vale para softwares de terceiros. Ou seja: os aparelhos não podem ter sua capacidade máxima de desempenho diminuída devido a uma atualização, já que esta prática também pode ser um motivo para uma pessoa fazer uma nova compra.
O que vem em seguida?
Após passarem pelo momento de captação de feedbacks, as novas regras devem ser aprovadas até o final de 2022 e a implantação na prática deve acontecer em até 12 meses. A mudança provocaria grandes alterações no mercado de smartphones e mais custos para as fabricantes, então não estranhe uma certa repulsa de empresas no início das implantações. A União Europeia é uma das organizações mundiais que mais tem provocado mudanças no mercado de tecnologia e além de propor mudanças no processo de atualização de smartphones, também deve exigir, até 2024, que iPhones tenham uma conexão USB-C. A regra faria com que a Apple finalmente entrasse na lista de empresas que são adeptas deste tipo de conexão, mas ainda não se sabe como isso seria feito na prática. Você acredita que as novidades propostas também devem ser implantadas no Brasil? Diga pra gente nos comentários! Veja também Entenda a diferença entre Thunderbolt e USB-C Fontes: Android Authority l UE l Phone Labels