O projeto não teve seu funcionamento detalhado no post, porém traz resultados do que parece ser uma busca por canais brasileiros de divulgação que desmentem teorias da conspiração, ou que tenham abordado o tema de alguma forma. Algumas das fontes do João Fake News vão desde organizações como a Agência Lupa, sites especializados como o Boatos.org e até alguns veículos da imprensa. Pela forma como os resultados são entregues, é possível especular que o chatbot faça uma busca pela internet brasileira e reúna os três principais resultados. A notícia vem pouco tempo depois do próprio WhatsApp — uma propriedade do Facebook — anunciar a criação de uma ferramenta de checagem de fatos (fact check, no inglês) para usuários determinarem a veracidade de uma notícia. Dada a alta capacidade de viralização de informações desencontradas em grupos dentro do mensageiro, bem como a predileção pelo WhatsApp como vetor de disseminação por quem dissemina falsas informações, a impressão que fica é a de que projetos como o João Fake News querem combater “fogo contra fogo”, como diz a expressão. Dentro das informações de contato (veja como adicionar o chatbot mais abaixo), todos os indicativos apontam para um número dos Estados Unidos, bem como um endereço de São Francisco que, em uma rápida pesquisa pelo Google, descobrimos tratar-se da sede do Twilio, a conhecida plataforma de comunicação via nuvem como serviço (CPaaS), que serve como o motor do João Fake News.
Mas como eu uso o João Fake News?
Implementar a ferramenta ao WhatsApp instalado em seu smartphone é tão fácil quanto adicionar um contato, até mesmo porque, bem literalmente, é isso que você deve fazer. Utilizando o QR Code abaixo (ou adicionando diretamente o número +1 415 523 8886), você já cai no “perfil” do João Fake News. Antes de começar a perguntar, porém, você deve enviar a mensagem “Join fast-swept” para ser ingressado a uma espécie de “mailing” de respostas do projeto. Uma mensagem confirmando a sua entrada é o sinal de que tudo deu certo. A partir daqui, você já pode começar a enviar suas perguntas: é recomendado que elas sejam feitas de forma curta e concisa, presumidamente porque orações mais longas podem conter palavras-chave adicionais, presumidamente a forma como o João Fake News se alimenta. Em outras palavras: ao invés de perguntar “Internautas afirmam que limão funciona como prevenção para o novo coronavírus. É verdade?”, você pode simplesmente dizer “Limão previne o coronavírus?” Em nossos testes, não encontramos erros nas respostas, mas o João Fake News, quando se deparou com alguma inconsistência ou algo ainda em debate, direcionou nossos números para links de veículos de imprensa que tenham aberto à discussão os temas pertinentes às perguntas que enviamos. Por outras vezes, alguns resultados até pareceram estranhos: a pergunta acima (dos limões), por exemplo, nos levou a links relacionados à medicação conhecida como Ivermectina, que junto à hidroxicloroquina e à cloroquina, foi alvo de diversos estudos que não puderam atestar, comprovadamente, seu funcionamento no tratamento ou mesmo na prevenção da COVID-19. Finalmente, vale ressaltar que o João Fake News funciona tanto pelo aplicativo instalado no smartphone como no acesso via WhatsApp Web no desktop. Fonte: Vidya Academics, via Facebook