A grande questão, no entanto, sempre foi: será que essas tecnologias vão pegar e as pessoas vão usar acessórios inteligentes no corpo? A Apple chegou alguns anos depois ao mercado de smartwatches do que os seus competidores – e não porque a Maçã atrasou, mas as demais empresas não queriam ser pegas de surpresa como no caso do primeiro iPhone em 2007. O Apple Watch foi apresentado em 2014 e lançado apenas em abril de 2015. Com quase três anos de vida, a empresa já apresentou o modelo original, depois o Series 1 e 2 e, em setembro de 2017, o novíssimo Series 3 com GPS e uma versão também com conexão 4G. Custando na casa dos R$ 2.500, será que o público se convenceu que um wearable vale a pena? E que necessariamente ele precisa ser da Apple?
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O design Apple
O Apple Watch não tem uma cara de relógio convencional. A aposta da empresa é num visual quadrado-arredondado. Com uma tela OLED de 38 mm ou 42 mm, o relógio não foi feito para longas interações, apenas para olhadas, ou glances, como eles chamaram em inglês. O Watch está sempre com a tela desligada e apenas quando você levanta o pulso (ou toca no display) é possível ver a hora e as notificações recebidas. A grande sacada da empresa está nas pulseiras que transformam uma caixinha de alumínio em um objeto fashion com inúmeras possibilidades de customização, ainda mais quando o usuário quer combinar com a case do iPhone.
Intuitivo depois de uma semana
Mas será que é só pela beleza que os usuários escolhem esse produto? Uma coisa é certa, o Apple Watch não é intuitivo a princípio. Diferente do iPhone ou de um notebook que as pessoas simplesmente sabem o que fazer, com o relógio é diferente. Ele tem interações com o dedo na tela, seja deslizando, pressionando com força ou tocando, além de girar e pressionar a coroa digital e também de pressionar o botão lateral. Se acostumar com o relógio leva um tempo, apesar dele já ser mais intuitivo e avançado na sua versão 4 do sistema operacional.
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Outro ponto que ajuda o usuário a se acostumar com o Apple Watch é o novo processador W2, exclusivo da Apple, que deixa o modelo Series 3 70% mais rápido que a versão anterior, então uma apertada errada pode ser contornada com mais facilidade.
Apple Watch apenas para os fitness?
Começando a responder a questão se vale a pena comprar um Apple Watch, esse foi um dos grandes questionamentos que tive: mas se eu não faço exercícios, o relógio ainda assim é útil? Sim, ele é. Primeiro, vamos analisar pela parte boa: o relógio é mais do que essencial para quem gosta de praticar exercícios, nadar e fazer esportes. Resistente à água, ao suor e com uma gama de exercícios reconhecidos, o relógio te dá várias informações sobre o seu corpo, como batimentos cardíacos, e também um panorama de calorias gastas, o que é bem bacana. Até mesmo para os sedentários o relógio é um incentivador. Isso porque ele te dá um mínimo de tarefas diárias, como gastar 460 calorias, se exercitar por 30 minutos e ficar em pé por 12 horas. Ao realizar esses desafios, você ganha insígnias e a intenção é que você se motive com elas para ir cada vez mais além. Afinal, quem não quer ser um mestre Pokémon? Brincadeiras a parte, mesmo se você não pratica exercícios, o relógio é útil por trazer notificações diretamente no seu pulso e, com o tempo, é possível saber se você acaba de completar uma meta, se foi o iMessage que tocou ou uma notificação padrão. Nada melhor do que, em uma reunião ou no trânsito, poder dar uma olhada discreta no relógio para saber o que está acontecendo no seu iPhone.
Bateria que dura
Outro ponto muito positivo do relógio é a sua bateria. É possível ficar dois dias com ele longe da tomada e, caso você goste de se arriscar, quase dá para completar o terceiro dia. Comigo, o Watch gasta em média de 35% em 24 horas, um número bem satisfatório. A Apple fala em 18 horas de autonomia. Vale ressaltar que a versão com 4G não está disponível no Brasil, o que significa que nem os modelos de aço inoxidável e nem os de cerâmica estão disponíveis em 2018 no país. Com a conexão 4G, o relógio traz a primeira grande revolução: sair de casa sem o iPhone e ainda assim saber tudo o que está acontecendo com o celular e poder fazer ligações e trocar mensagens.
Então vale a pena comprar um Apple Watch?
Como tudo nessa vida, é um grande de um “depende”. Primeiro que você precisa ter um iPhone para aproveitar todas as novidades do relógio inteligente e segundo que ele custa o preço de um smartphone (não necessariamente um iPhone). Por R$ 2.599 na versão de 38 mm e R$ 2.849 no modelo de 42 mm, não é um investimento dos mais baratos de se fazer. Uma opção é escolher o Series 1, que sai a partir de R$ 1.999. A grande questão é que você perde no processamento, na resistência à água e alguns outros sensores. Ao falar do Apple Watch Series 3, não há dúvida: é um excelente relógio, é possível customizar tanto a face dele quanto as pulseiras e funciona assim como você espera (inclusive, é o primeiro Watch da Apple que a Siri responde de volta, graças ao novo processador W2). Se você não pratica exercícios, qualquer uma das duas versões estão de bom tamanho, mas se você liga para a parte tecnológica, o 3 é obviamente a escolha. Outra coisa para ficar de olho é: já faz três anos que a Apple mantém o mesmo design, o que significa que uma grande mudança pode chegar ainda este ano. Com isso, é provável que as pulseiras percam compatibilidade e que o relógio fique mais distante do seu sucessor, já que visualmente o Watch original é igual ao Series 3. Todas essas são questões importantes que você precisa levar em consideração. Está para trocar de iPhone? Então deixe para o ano que vem o Watch. Já trocou de iPhone? Que tal o novo smartwatch da Apple? Em breve, traremos um review completo do novo Apple Watch Series 3.